60% morrem por falta do cinto de segurança

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60% morrem por falta do cinto de segurança

Brasília, 9.11.06 – Eram duas horas da manhã e eu voltava de uma festa. Estava sozinho no carro, mas tinha marcado com os meus amigos de parar em uma loja de conveniência em um posto de gasolina, para comer alguma coisa antes de ir para casa. Estava chovendo e eu estava em alta velocidade, quando tentei fazer a curva em frente ao Clube Espanhol, sentido Barra e no momento em que eu freei, meu carro entrou em aquaplanagem. Derrubei o muro de uma casa e meu carro teve perda total. O cinto de segurança me salvou neste acidente?, contou o estudante universitário Bruno Baruque, de 23 anos. O acidente foi há 3 anos e ele ficou apenas como uma marca roxa na barriga, local onde o cinto o segurou, por causa da força do impacto. ?Até quando me desloco para uma distância pequena, uso o cinto. Já usava antes, depois desse acidente então, não me descuido nunca?, revelou. Mas, apesar das campanhas da Superintendência de Engenharia de Trânsito (SET) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), muita gente ainda não se conscientizou da importância do uso do cinto de segurança, o que, em caso de acidente pode levar a ferimentos graves ou a fatalidade.
Segundo dados registrados na SET e no Ciretran, em 2005, somente em Salvador, 6.548 pessoas foram vítimas de acidente de trânsito, sendo que 212 foram vítimas fatais e 6.336 feridas. Somente entre condutores e passageiros de veículos, 53 foram vítimas fatais e 2.349 ficaram feridas. Na Bahia, considerando ainda o mesmo período, esse número cresce para um total de 10.630 vítimas, sendo 382 fatais e 10.248 feridas. Entre condutores e passageiros de veículos 132 pessoas morreram e 3.927 ficaram feridas. Neste ano, até o mês de julho, a SET já registrou somente em Salvador, 3.499 vítimas de trânsito, sendo 140 fatais e 3.359 feridos. Somente entre condutores e passageiros de veículos 33 pessoas morreram e 1.362 ficaram feridas. Na Bahia este número, no mesmo período, cresce para 6.097 vítimas, sendo 258 fatais e 5.839 feridas. Entre condutores e passageiros 86 pessoas morreram e 2.377 ficaram feridas.
A SET não possui um número exato dos acidentes em que as vítimas não estavam usando o cinto de segurança, mas pesquisas internas dos órgãos competentes de trânsito revelam que em pelo menos 60% dos acidentes fatais, os motoristas não usavam o cinto de segurança.
A multa para o condutor que desobedecer esta lei, estabelecida no Código de Trânsito de 1998, é de R$127,69, além de ser considerada uma infração de natureza grave e serem subtraídos 5 pontos na carteira de habilitação. Para os passageiros, o valor da multa é o mesmo.
O chefe do setor de fiscalização da SET, Jorge Pastore, destaca que os órgãos competentes têm intensificado as campanhas educativas para o uso do cinto. ?Nós estamos fazendo agora por exemplo, uma campanha interna.
Estamos conscientizando os próprios agentes da SET e motoristas de carros da prefeitura, a darem exemplo a população, fazendo o uso do cinto e cobrando o uso do passageiro também.
É importante lembrar que o cinto do banco traseiro é de uso obrigatório e nós também estamos intensificando nas advertências aos passageiros que não estiverem usando?, afirmou Pastore.

Uso no banco traseiro é importante

Ele disse ainda que durante a semana a SET está fazendo operações na Suburbana e em outros pontos movimentados da cidade. ?Os agentes estão fazendo apenas a advertência, solicitando que os condutores e passageiros que não estiverem usando passem a se proteger. Caso o pedido não seja atendido, a multa será aplicada?, explicou Jorge Pastore.
Poucas pessoas utilizam o cinto quando sentam no banco traseiro, pois se sentem mais seguras no fundo do carro, o que é uma ilusão e falta de conscientização. No mês passado, o jornalista Antônio Jorge foi vítima de um acidente de carro, quando voltava do interior do Estado durante a campanha eleitoral, com o deputado federal ACM Neto. Ele estava sentado no banco traseiro e foi arremessado para fora do carro. Ele foi o único ferido do acidente, porque não fazia o uso do cinto de segurança e permanece hospitalizado. O carro capotou e Antônio Jorge teve traumatismo craniano, fraturas múltiplas e teve o pulmão perfurado. A adolescente Talita Rodrigues Santos, de 16 anos, assim como Antônio Jorge, estava no banco traseiro do carro e não usava cinto. Mas a imprudência para a jovem, custou sua vida. Ela estava em Candeias, a caminho de uma festa com amigos. O condutor perdeu o controle do carro e bateu em um poste. A avenida onde trafegavam era movimentada e com o limite de velocidade de apenas 40 quilômetros. O motorista estava em alta velocidade na via, com 60 km.
Fonte: Tribuna da Bahia

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