BR-470: Em nove anos, 917 mortes

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BR-470: Em nove anos, 917 mortes

Blumenau, 13.1.09 – Investimento em infraestrutura e uma nova lei de trânsito. Nem assim o número de mortes na BR-470 diminui. No ano passado, foram registradas 112 vítimas, duas a mais do que em 2007. Nem a lei seca, em vigor há sete meses, nem o trabalho de manutenção e conservação da rodovia, que consumiu cerca de R$ 130 milhões entre 2003 e 2008, fez os números caírem.
As estatísticas mostram que a quantidade de mortes passa de cem desde 2004, quando 101 pessoas morreram na rodovia. Nos dois anos seguintes, foram 125 e 121. Desde 2002, quando o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) reassumiu o controle da 470, o dinheiro foi gasto com reparos e reformas, como o recapeamento do asfalto e acessos aos municípios de Timbó e Pomerode, no Vale do Itajaí, além do início das obras do Trevo da Mafisa, em Blumenau, na mesma região.
Para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e especialistas em trânsito, não adianta melhorar a infraestrutura ou as punições se o próprio motorista não criar consciência.
? É necessário e urgente um processo sério de educação para o trânsito. As campanhas de hoje não são educação, são um lembrete. O motorista tem que conhecer as leis e ser punido rigorosamente se não cumpri-las. Só assim aprenderá ? diz José Leles de Souza, presidente do Instituto de Certificação e Estudos de Trânsito e Transporte (Icet), de Florianópolis, e mestre em engenharia de trânsito.

Duplicação melhora tráfego, diz policial

O engenheiro lembra que as condições físicas de uma rodovia interessam aos bons motoristas, que respeitam a sinalização, o limite de velocidade e os outros motoristas. Aqueles que não se importam com os companheiros de estrada, também não se preocupam com buracos ou com a falta de acostamentos.
Para o chefe do Núcleo de Policiamento e Fiscalização da 4ª delegacia da PRF de Rio do Sul, Guilherme Kietzer, é preciso unir os investimentos na rodovia com mecanismos para combater os maus motoristas. A duplicação é importante, pois deixaria a 470 com estrutura para receber o fluxo de veículos que aumenta a cada ano. Mas também seria necessário aumentar o número de policiais, para uma fiscalização maior e para campanhas de prevenção e educação.

Óbitos
2000 127
2001 65
2002 84
2003 69
2004 101
2005 125
2006 121
2007 110
2008 112
Total 917
Fonte: Arquivo Jornal de Santa Catarina e Polícia Rodoviária Federal

Trecho em área urbana preocupa

Uma das peculiaridades das rodovias estaduais do Vale do Itajaí também atinge a BR-470: ela corta o perímetro urbano de alguns municípios, o que interfere na rotina das cidades e, principalmente, no vaivém dos pedestres.

Em Apiúna e Pouso Redondo, no Alto Vale, onde o trecho da rodovia se apresenta como a via principal das cidades, há preocupação com acidentes e mortes.
? É na rodovia que atendemos a maioria dos acidentes de trânsito. Praticamente todos os dias ocorre ? relata Fábio Jost, chefe de socorro e de equipe dos Bombeiros Voluntários da União de Apiúna, Ascurra e Rodeio.

O problema também é destacado pelo comandante do 1º Grupamento de Incêndio de Pouso Redondo, sargento Vanduir Rodrigues Costa, que atende não só o perímetro urbano, mas toda região da Serra da Santa.
? Hoje a rodovia está aquém da capacidade. Se não tomarem uma providência urgente, como a duplicação, as mortes vão continuar. E não é só isso. Precisamos de uma boa rodovia para expandir nosso turismo e economia ? completa o sargento.
A BR-470 passa por 15 municípios nos 200 quilômetros entre Navegantes, no Litoral, e Pouso Redondo, no Alto Vale. Em 10 deles, a rodovia, que segue até o Meio-Oeste do Estado, corta o perímetro urbano, o que gera preocupação.

Gastos entre 2003 e 2008
> R$ 524.650 ? construção de rotatórias e acessos a Navegantes, Pouso Redondo, Indaial, Ibirama, Blumenau e Lontras, além de recuperação das travessias urbanas de Pouso Redondo e Navegantes
> R$ 65.631.000 ? manutenção e conservação da rodovia e recuperação da pista (pavimentação) com sinalização horizontal e vertical de Navegantes a Rio do Sul (Km 0 ao Km 139,6)
> R$ 19 milhões ? manutenção e conservação da rodovia e recuperação da pista (pavimentação)
> R$ 7.159.004 ? obras de acesso aos municípios de Timbó e Indaial e o início das obras do Trevo da Mafisa, em Blumenau
> R$ 40 milhões ? serviços emergenciais depois das chuvas de novembro, como recomposição do pavimento, obras de proteção de encostas, construção de desvios e remoção de barreiras
Fonte: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)
Fonte: Diário Catarinense

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