Ao longo do último ano, a pandemia do novo coronavírus impôs restrições às atividades de pessoas e empresas, com graves consequências econômicas e, principalmente, sociais. O setor de transporte sempre esteve à altura do desafio e não parou, mantendo ativas as cadeias de distribuição do país e assegurando o deslocamento dos profissionais na frente de combate à pandemia.
A ciência também se mobilizou rapidamente para encontrar meios de proteger a população da Covid-19. As vacinas são agora uma realidade, com a sua aplicação já iniciada em mais de 50 países. No Brasil, o governo federal, com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, começou recentemente a aplicação das doses.
A imunização da população, para que seja eficaz e efetiva, depende de uma adequada logística de distribuição, com requisitos específicos de transporte, armazenagem, manuseio e controle em todas as suas etapas, de acordo com as especificidades de cada imunizante e de cada rota.
Os desafios que se apresentam nesse processo são grandes, pois é necessário levar as vacinas, com segurança, a todos os municípios e imunizar a população o mais rapidamente possível. Os transportadores, com vasta experiência e conhecimento do país, atuando nos grandes centros e em locais remotos, estão acostumados a enfrentar os obstáculos de uma infraestrutura muitas vezes limitada e não ideal, problemas de segurança e entraves dos mais diversos tipos. O setor opera com a multimodalidade em cadeias logísticas estruturadas, com capilaridade nas mais distantes estradas e nos rios do país, como mostram os diversos estudos da Confederação Nacional do Transporte.
Ademais, as transportadoras já possuem conhecimento do processo e das necessidades de movimentação, armazenagem e manuseio de cargas especiais. Elas realizam, com tecnologia e confiabilidade, a distribuição de imunizantes que exigem condições específicas. Nesse novo cenário, mais que nunca, eficiência e rapidez serão fundamentais para salvar centenas de vidas a cada dia.
Na atual pandemia, o transporte também tem mostrado sua força e capacidade de enfrentamento de crises. E está assumindo o seu papel social nessa jornada, com empresas disponibilizando sua organização logística, frotas e equipes para transportar as vacinas, tornando mais ágil a distribuição dos imunizantes. Assim, o setor está preparado para auxiliar com a proteção da população nas campanhas de vacinação.
Como importante contribuição, o Sistema CNT disponibilizou as unidades do SEST SENAT em todo o país para serem utilizadas como pontos de vacinação, bem como a sua experiência em campanhas para orientar adequadamente a população sobre os benefícios coletivos da vacina. Além de proteger a população e preservar vidas, a imunização ampla é a única garantia de que o país retomará rapidamente a via do crescimento econômico.
Os obstáculos são muitos; e adversidades surgirão, mas o transporte, que sempre move o Brasil, está pronto para o desafio.
*Vander Costa é o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT)
Artigo publicado no jornal Estado de Minas