Porto de Imbituba é alternativa limitada

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Porto de Imbituba é alternativa limitada

Criciúma, 4.10.04 – Os custos menores e a possibilidade de manter a carga longe da BR-101 transportando-a pela Ferrovia Tereza Cristina reacenderam o interesse das empresas cerâmicas de Criciúma, no Sul do Estado, pelo porto de Imbituba. Desde o início do segundo semestre, as maiores empresas da região já exportam parte de sua produção por esse local. Essa possibilidade foi criada graças à reestruturação da infra-estrutura, que permite movimentar contêineres e a contar com rotas marítimas que possibilitam o escoamento da produção. “Estamos apostando nas perspectivas abertas pelo porto, que está realizando novos investimentos. Houve redução substancial dos nossos custos”, afirmou a gerente de logística de exportação da Eliane, Dora Mendes Silva.
Além da Eliane, a Cecrisa é outra empresa que está apostando nessa nova opção oferecida pelo porto. De acordo com o superintendente de logística da empresa, Paulo Benetton, a exportação por Imbituba se torna muito atrativa para as empresas. “É mais prático e com um custo bastante atrativo, já que a carga pode ser levada pela ferrovia”, lembrou. Embora seja atrativo, o porto ainda não consegue dar vazão para toda a produção oriunda do Sul do Estado. A fraca incidência de navios é o principal problema enfrentado hoje pelas empresas que ainda são forçadas a usar outros portos catarinenses. “A empresa tem despachado seus produtos pelos portos de Itajaí e São Francisco do Sul, onde a incidência de navios é maior”, explicou a gerente da Eliane, Dora Mendes Silva. A empresa exporta mensalmente 1,3 mil contêineres.
O superintendente da Cecrisa, Paulo Beneton, confirmou que a baixa movimentação de contêineres pelo porto ainda é a maior dificuldade enfrentada pela empresa para exportar no município. “O número de navios que atraca hoje em Imbituba é muito pequeno e isso reduz as possibilidades de fazer este transporte casado. Nossa expectativa é que essa ligação marítima seja maior em breve”, afirmou. A expectativa das empresas cerâmicas da região é que os investimentos planejados para o porto, como a construção de um local destinado exclusivamente à movimentação de contêineres e para estocar as mercadorias transportadas pela ferrovia, sejam concretizados em breve.

Administração comemora início
do carregamento para exportações

Apesar da crise que abateu o porto de Imbituba nos últimos anos, a administração do terminal tem comemorado o aumento da procura pelos serviços oferecidos. Anteriormente ligado somente à importação de matéria-prima, principalmente coque e fertilizantes, o porto realizou o seu primeiro carregamento para exportação em junho deste ano.
De lá para cá, mais quatro navios saíram carregados de Imbituba, com destino a outros países a partir de Santos. “A saturação dos portos mais usados em Santa Catarina para exportação, como o de São Francisco, por causa do aumento das exportações, tem feito com que as empresas procurem alternativas para escoarem a sua produção”, explicou o responsável pelo setor de programação e controle, Luiz Alberto Moreira. “Uma dessas empresas, por exemplo, criou uma nova linha conosco, mas não retirou nenhuma em São Francisco. Sinal de que a produção está aumentando e está faltando espaço nos principais portos”, lembrou.
Aos poucos, o porto de Imbituba está se reerguendo. Para as primeiras exportações, contou com a parceria da Ferrovia Tereza Cristina, que liga o terminal até Criciúma, passando por Laguna, Tubarão e outros municípios. “Nossa primeira exportação foi uma carga de revestimentos cerâmicos. Até então, nós trabalhávamos apenas com navios do tipo graneleiro. Agora que estamos exportando cargas em geral, começamos a utilizar os contêineres”, ressaltou Moreira.
A iniciativa das empresas de revestimentos cerâmicos sediadas em Criciúma chamou a atenção de outras empresas e hoje a maior parte dos produtos exportados por Imbituba é de frango congelado. “Nossa expectativa é de crescer. Mas isso deverá acontece aos poucos, pois as empresas estão ainda com muito receio de investir no porto de Imbituba”, afirmou Moreira. Fonte: A Notícia

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