Protesto contra mudança no traçado da BR-101

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Protesto contra mudança no traçado da BR-101

Araranguá, 29.6.05 – Moradores, comerciantes e agricultores que vivem e trabalham às margens da BR-101 em Araranguá, no Sul do Estado, protestaram ontem, no quilômetro 410 da rodovia. Eles querem que o Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte (DNIT) mude o projeto de duplicação no trecho da 101 que passa pelo município. Pela proposta atual, a rodovia deixará de cortar a cidade, como ocorre hoje. Para os manifestantes, a mudança vai prejudicar o comércio e a agricultura local. “O ecossistema local também será afetado”, diz o ambientalista João Januário Nunes, que organizou a manifestação. Segundo Nunes, as comunidades afetadas pelo atual projeto não descartam o ingresso na Justiça para tentar manter o atual traçado da rodovia. “Se não houver acerto amigável, vamos ingressar na Justiça e lutar”, afirma. Durante o protesto de ontem, que reuniu cerca de 100 pessoas, os manifestantes tentaram bloquear a rodovia, mas foram impedidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). “Eles queriam fazer uma panfletagem, explicando aos motoristas os motivos do protesto, mas não houve solicitação e nós proibimos o fato. Afinal, o local escolhido para a ação é uma reta, onde os carros passam em alta velocidade”, argumenta o chefe operacional da PRF, Otiliano Walnier Junior.
Um dos principais argumentos apresentados pelos moradores e agricultores de Araranguá para exigir a manutenção do traçado atual da rodovia é o aspecto econômico. Segundo Nunes, o desvio no traçado deixará dezenas de lojas, que sobrevivem do fluxo da rodovia, em situação precária. “Isso vai provocar o desemprego de pelo menos 700 pessoas. Além de colocar em risco a segurança de 400 alunos que estudam em colégio do bairro Operária. A escola ficará há 50 metros da pista”, explica o ambientalista.
O rizicultor Rogério Pessi, um dos líderes da comunidade do bairro Barranca, afirma que a mudança de traçado também irá comprometer o trabalho de 70 produtores rurais que trabalham na região. “Estamos organizados e não pretendemos permitir a mudança do traçado. Isso é um absurdo”, destaca. De acordo com o responsável pelo DNIT no Sul do Estado, o engenheiro Avanir de Sá, a revisão do traçado ainda é possível, mas poderá atrasar o andamento da obra. “Tecnicamente, é possível. Mas isso vai atrasar a obra, até porque o projeto já foi aprovado em audiências públicas e o contrato já está assinado”, alerta. Fonte: A Notícia

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