Setores do transporte pedem a presidenciáveis criação do Ministério da Logística

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Setores do transporte pedem a presidenciáveis criação do Ministério da Logística

Brasília, 24.8.06 – O Brasil necessita de US$ 40 bilhões de investimentos anuais em infra-estrutura nos próximos cinco anos para eliminar os gargalos à sua competitividade internacional. Esta é uma das conclusões de um diagnóstico elaborado por dez associações de empresários e profissionais de transportes de carga e que será entregue aos presidenciáveis a partir da I Conferência Nacional de Infra-Estrutura Logística, que acontece nesta quinta-feira (24/8), a partir das 8 horas, no Hotel Transamérica, em São Paulo.
O documento recomenda ainda que o atual Ministério dos Transportes passe a ser uma secretaria de um futuro Ministério da Infra-Estrutura Logística, comandado por um técnico indicado pelo próprio presidente da República e não mais nomeado por aliados políticos.
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) comparecerá às 9 horas. O documento será entregue, posteriormente, aos demais candidatos.
O investimento anual que os empresários reivindicam corresponde a 2% do PIB. Já o gasto das empresas brasileiras com logística representa aproximadamente 12% do PIB, enquanto nos Estados Unidos este montante é de 8%.
A iniciativa conjunta das dez entidades empresariais é inédita. O documento por elas elaborado ainda pode ter a colaboração dos participantes da conferência. As inscrições devem ser feitas pelo site www.tecnologistica.com.br.
“Para garantir competitividade ao produto brasileiro são necessárias três condições: recursos; competência técnica e vontade política. As duas primeiras condições nos parecem factíveis. Cabe-nos agora cobrar a terceira, sem a qual não teremos a mínima chance de sucesso”, diz Robert Caracik Jr., diretor da CRK Logística e organizador da conferência.
“Este evento será uma manifestação antecipada da sociedade neste ano eleitoral, de forma equilibrada e suprapartidária, influenciando a próxima administração para a geração de um projeto estruturado de infra-estrutura logística com visão de longo-prazo, sem que sejam deixadas de lado as necessidades de curto e médio alcance”, afirma.

DADOS DO SETOR

Somente as empresas de transporte rodoviário, que respondem pelo maior volume de cargas no país, faturam o equivalente a 6% do PIB. Elas empregam direta e indiretamente mais de 3,7 milhões de pessoas e respondem por 66% do consumo nacional de combustível. No entanto, apenas 10% dos 1,6 milhão de quilômetros de estradas são pavimentados.
A média de idade da frota brasileira de caminhões é de 18 anos. E, embora os veículos de carga representem apenas 5% do parque automobilístico nacional, eles se envolvem em 30% dos acidentes nas rodovias pavimentadas, nos quais morrem 34 mil pessoas por ano – o mesmo que um Boeing lotado a cada 36 horas.
Não bastasse este quadro, os tributos consomem 56% do valor agregado pela logística. Isso leva à sonegação e aos passeios de cargas pelo Brasil, na busca pelos benefícios fiscais oferecidos por alguns estados.
As propostas que serão entregues aos candidatos foram elaboradas pela Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC & Logística), Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Associação Nacional de Transportes Ferroviários (ANTF), Associação do Desenvolvimento Multimodal (ADM), Agência de Desenvolvimento Tietê-Paraná (ADTP), Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Frente Nacional dos Permissionários de Recintos Alfandegados – composta pela Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), Associação Brasileira de Terminais de Contêineres de Uso Público (Abratec) e Associação Nacional das Empresas Permissionárias de Portos Secos (ANPS) – e pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A organização do evento é da Revista Tecnologística.
Fonte: Tecnologística

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