Infra-estrutura deve ter R$ 88 bi em 2007

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Infra-estrutura deve ter R$ 88 bi em 2007

Brasília, 4.1.07 – Depois de crescerem 13% em 2006, os investimentos brasileiros em infra-estrutura deverão atingir R$ 87,7 bilhões neste ano, um dos maiores valores da história recente do país. A previsão otimista é da Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base), que reúne empresas que realizam obras como estradas, hidrelétricas e portos.
O presidente da entidade, Paulo Godoy, afirma que o aumento de 13% de 2006 superou a média de crescimento dos últimos cinco a seis anos, que ficou sempre abaixo de 5%. Ainda assim, os R$ 65,7 bilhões investidos representaram apenas 75% dos R$ 87,7 bilhões anuais que a Abdib considera necessários para que o país cresça a taxas superiores às atuais de forma continuada.
Se confirmadas as previsões da entidade, a cifra será atingida em 2007, fato inédito em anos recentes. Os R$ 87,7 bilhões representariam um aumento de 33,5% nos investimentos, bastante superior aos 13% registrados em 2006.
As deficiências da infra-estrutura brasileira estão entre os principais entraves ao crescimento em um ritmo maior que 3% ao ano, por longo prazo. Não há portos nem estradas capazes de escoar uma produção muito maior que a atual. Também não existe capacidade de geração de energia que permita um salto no PIB sem o risco de um novo “apagão”.
Segundo a Abdib, os investimentos do ano passado foram distribuídos de maneira desigual entre os segmentos da infra-estrutura. As áreas mais prejudicadas foram saneamento e transportes -que engloba estradas, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias.
Petróleo – O setor que mais investiu em 2006 foi o de petróleo e gás, estimulado pela forte alta de preços. Foram R$ 30 bilhões, o equivalente a 95% do considerado necessário, diz a Abdib. Em segundo lugar, aparece o setor de telecomunicações, que investiu R$ 13,9 bilhões, mais que os R$ 13,2 bilhões que deveriam ter sido investidos. Para Godoy, o aumento se deveu à intensa concorrência.
O setor de energia elétrica aparece em terceiro lugar, com investimentos de R$ 11,8 bilhões -71% do necessário. “Houve investimentos nas áreas de distribuição e transmissão, mas faltou na geração de energia”, disse Godoy.
Os setores de transporte e saneamento aparecem no fim da fila. O primeiro ficou com R$ 6,4 bilhões, ou 38% do que deveria ter sido dispendido. Saneamento recebeu R$ 3,6 bilhões -37% do necessário. Os números relativos a 2006 são preliminares e serão confirmados ou revistos em estudo que a Abdib pretende divulgar no fim do primeiro trimestre.
Godoy justifica o otimismo da entidade em relação a 2007 com o fato de que há um consenso na sociedade brasileira de que os investimentos em infra-estrutura são essenciais para que o país cresça. Mas ele ressalta que serão necessárias mudanças que dêem mais segurança jurídica às empresas. Entre as quais, a clara definição do papel das agências reguladoras. Godoy também espera que as PPPs (Parcerias Público-Privadas) saiam do papel. Fonte: Folha de São Paulo

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