Gestão profissional é o desafio, dia secretário especial de Portos

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Gestão profissional é o desafio, dia secretário especial de Portos

Brasília, 21.8.07 – Ele tem 56 anos de idade, graduação em Economia e mestrado em finanças de empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e cursos na área de tecnologia em outros países. Com 25 anos de experiência na vida pública, ocupando os mais diferentes cargos, como superintendente financeiro do Banco do Nordeste, presidente do Banco do Estado do Ceará, secretário da Fazenda do governo Ciro Gomes e ministro da Integração Nacional no governo Lula, o novo ministro quer mudar a ?cara? dos portos brasileiros.
Para o novo secretário do setor, a tradição de nomeações políticas para o comando portuário está com os dias contados. “O presidente quer profissionais, executivos da área portuária”, afirmou Brito em entrevista à Conexão Marítima.
A nomeação política gerou problemas crônicos nos portos, decorrentes da gestão ineficiente. Entre eles, um passivo em ações trabalhistas que chega a R$ 800 milhões no porto de Santos e a R$ 400 milhões no do Rio de Janeiro. Somados, os valores equivalem a quase metade dos R$ 2,7 bilhões previstos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a infra-estrutura portuária nos próximos quatro anos. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Quais são os principais desafios que o senhor terá na Secretaria Especial de Portos?

São muitos os desafios que teremos de enfrentar para termos portos competitivos, com baixos custos operacionais e eficientes. Acho que o principal desafio será o de mudarmos a gestão dos mesmos, com equipes gerenciais profissionais, motivadas e engajadas para atingir metas de desempenho e produtividade. Essas metas serão cobradas de cada uma delas, para nos equipararmos aos melhores portos mundiais.

Qual é o orçamento da nova secretaria e onde serão aplicados esses recursos?

O orçamento da Secretaria Especial de Portos é de cerca de R$ 640 milhões para este ano, que serão aplicados em obras de melhorias de cais e de acessos portuários. Há ainda os recursos incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), dos quais, R$ 2,7 bilhões serão destinados para os portos e mais R$ 1,4 bilhão especificamente para dragagem.

Qual é o perfil que o governo está projetando para os portos?

Nossos portos têm que se equiparar aos padrões dos melhores portos mundiais e é isso o que pretendemos como meta de trabalho e política de governo. Precisamos modernizá-los, fazendo as obras necessárias para adequá-los às exigências de mercado. É necessário melhorar e ampliar os acessos rodoviários e ferroviários para eliminar os gargalos operacionais de logística e, principalmente, fazer um amplo programa de dragagem para desobstruir os acessos marítimos, fazendo com que navios de maior capacidade possam operar nos nossos portos, reduzindo os custos operacionais e tornando-os mais competitivos.
As mudanças na política dos portos que o governo pretende implantar não passam pelo Congresso? Não será necessário enviar um projeto de lei?
A Lei 8.630, chamada Lei dos Portos, é atual e perfeitamente aplicável para implementar as mudanças necessárias que temos de fazer imediatamente. O que temos que implantar são mudanças corporativas na forma de gestão dos portos, de maneira a termos melhores controles administrativos e gerenciais sobre os processos de importação, exportação e de cabotagem, eliminando gargalos operacionais, simplificando procedimentos e burocracias desnecessárias, que possam impactar nos custos e nos tempos de carga e descarga.
Os comandos dos portos e das Companhias de Docas, na grande maioria, estão na mão de políticos. Em sua opinião, não deveria ocorrer um choque de gestão portuária, com a contratação de executivos experientes, profissionais da área portuária?
Os portos têm que funcionar como uma empresa, um grande centro de negócios, que tem como principal função permitir que as cargas que ali passam sejam despachadas de maneira eficaz, com baixos custos, com o mínimo de burocracia e com o máximo de segurança para todos os envolvidos. Estamos propondo ao Presidente da República a substituição das administrações portuárias por equipes de profissionais com perfil altamente técnico e conhecedor do ramo, de tal forma que possamos ter resultados imediatos na gestão dos portos, trazendo o mais breve possível os benefícios necessários para os usuários e para o País.
Fonte: Conexão Marítima

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