Florianópolis, 6.12.04 – As mulheres, dispostas a inovar, acreditaram que poderiam comprar caminhões, negociar fretes, conquistar clientes, enfim….assumir o comando de uma empresa de transporte. É com essa disposição que hoje gerenciam frotas e modernizam o setor. São referências e vibram a cada nova conquista. Por isso elas foram homenageadas, na última quinta-feira, pela Fetrancesc e Sindicatos associados com o Troféu Mulher Empresária Catarinense 2004.
E agora conheça um pouco da história de cada uma das nossas agraciadas.
MARISTELA MANNES SARDAGNA – Ela Recebe a Homenagem do Setcesc ( Sindicato das Empresas fe Transporte De Cargas De Santa Catarina
A Transmagna Transportes surgiu de uma sociedade entre Alcemir Sardagna e Luiz Carlos Mannes, em maio de 1987, em Guaramirim. A empresa iniciou as operações num antigo engenho de arroz alugado e adaptado. Em 1988, Maristela Mannes Sardagna, casada com Alcemir, assume o setor financeiro da transportadora, após vender uma pequena empresa de confecção. Para ela, o inÃcio exigiu muito empenho e persistência, pois estava à frente de uma área vital do negócio. O fundamental nesse papel foi sempre preservar o crédito, que contribuiu para a expansão da empresa, diz a empresária.
São várias as vitórias, uma dela é a credibilidade que conquistaram do pequeno ao grande, alguns de marcas conhecidas em todo o mundo. No ano passado, Luiz Carlos Mannes deixou a sociedade. E agora a empresária tem a parceria dos filhos Marciel, 22 anos, que entrou na empresa com 14 anos e já atuou por todos setores e está na área comercial; e Thiago, com 18 anos, que começou a trabalhar neste ano, cuida da frota e da logÃstica. A presença dos filhos na empresa foi um fato muito importante que marca a trajetória da empresária no transporte. ?Hoje a prioridade é transmitir toda a minha experiência para eles?.
Um grande desafio foi quando a Transmagna adquiriu um terreno em 1990, de 15 mil metros quadrados na BR 280 ? Guaramirim e construÃda a sede própria, que já não atende mais à s suas necessidades da transportadora. O próximo desafio, construir uma nova sede, numa área de 40 mil metros quadrados, na 280.
Maristela vê o setor com grandes perspectivas para os próximos anos, pois o paÃs vem em ritmo de crescimento. ?Mas para isso, temos que projetar investimentos em tecnologia da informação, renovação de frotas e principalmente no ser humano, que é o maior patrimônio de uma transportadora (empresa)?, destaca ela.
Além da sua função na empresa, Maristela disponibiliza as instalações do sÃtio Asa Branca, pertencente à empresa, para atividades de Ecoterapia com as crianças da APAE. Participa também como madrinha voluntária do Clube Feliz Idade. ?Para mim é uma grande satisfação saber que posso contribuir com o próximo.?
Nas folgas gosta de estar no sÃtio, pescar, plantar, colher, sempre preservando a natureza, ler caminhar e se informar sobre o setor de transporte. Vai à praia de Itapema.
A empresária relata um fato marcante ocorrido em sua carreira.
?Foi quando conheci a 1ª filial da Transmagna em São Paulo, capital em 1988, com meu esposo e meu filho Marciel. Fomos de Dodge D 4000, aproveitando a viagem transportamos um frete. A viagem foi longa, até mesmo engraçada, pois o ronco do motor era muito barulhento, tivemos que seguir a viagem falando muito alto.Mesmo assim, foi muito produtiva, pois fizemos planos e trocamos idéias para esta filial.
Hoje considero marcante o fato de ter iniciado com poucos recursos, onde na época os serviços de banco eram feitos por mim de bicicleta, devidos os recursos serem escassos, isso hoje me engrandece e serve como exemplo de que não há barreiras que possam dificultar a vontade de crescer?.
JUSSARA MONTEMEZZO ? Recebe a homenagem do Setcom (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Oeste e Meio-oeste de Catarina)
Há 26 anos, Jussara Montemezzo atua no setor de transporte, mas há seis ela enfrentou o seu maior desafio profissional, o de assumir o comando da SMC Transportes de Concórdia. Com a morte do marido Sérgio, tomou a frente dos negócios contando com o apoio fundamental do filho Júnior e do assessor Mauri Martello. Em sua gestão renovou e ampliou a frota com a compra de oito caminhões e hoje possui nove veÃculos agregados à Coopercarga. Problemas com pneus e mecânica são ainda o maior dilema para a empresária.
Com a necessidade de planejar o negócio e de desenvolver novos projetos e investimentos, Jussara Montemezzo decidiu voltar à sala de aula. Completou o ensino médio e agora estuda Gestão de Empresas de Transporte, na Fabet. E ainda participa do Conselho Administrativo da Coopercarga.
Experiência no segmento de carga a empresária tem de sobra. Em 1970 começou em Curitiba a carreira de transportadora. Mudou-se para Concórdia ao perceber que havia melhores oportunidades de trabalho. O setor de transporte estava se desenvolvendo em função da Sadia. A decisão de continuar a atividade empresarial se deveu à necessidade de manter seus filhos. ?Na época, eu e meus três filhos ficamos muito unidos e a Coopercarga nos deu segurança e apoio para continuarmos no setor de transporte?, diz.
O nascimento dos filhos é o momento mais marcante de sua vida e hoje sente orgulho de vê-los realizando projetos. A filha mais velha, Sandra Elisa, formou-se em Odontologia, Júnior se forma em Administração, neste ano, e Alina, de 14 anos, está fazendo planos para uma faculdade
SILA SCHROEDER ? É a homenageada do Setcom (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Oeste e Meio-oeste de Catarina)
As oportunidades não podem ser desperdiçadas, para a empresária Sila Schroeder. Ela viu a chance de um negócio promissor quando atuava como secretária da Madeireira Entre Rios, em Tunápolis, do alemão Egon Berger. Era 1974, Berger vendia para as fábricas de móveis de Gramado e Canela, mas faltava um bom transportador. Para aproveitar o filão, Sila comprou um caminhão Mercedes-Benz 1513.
Depois, adquiriu mais veÃculos para levar a matéria-prima à madeireira. O empreendimento ia bem, mas Sila enfrentou preconceitos, pois não era comum uma mulher administrar frota de caminhões.
Em 1990, Sila abriu a Serralheria Schroeder e dedicou-se por três anos à Secretaria de Finanças do municÃpio de Tunápolis. Em 2000, foi candidata à prefeitura de Tunápolis. Nesse mesmo ano criou a Transportes Alucris, que conta com o trabalho do marido Dário e das filhas Aline, Luize e Cristina. Com 25 anos de estrada, Sila administra uma indústria metalúrgica, quatro caminhões e realiza palestras sobre relações humanas.
A maior dificuldade de Sila Schroeder é tratar da parte mecânica dos veÃculos. Isso ela deixa para o marido Dário resolver. Também atua como delegada sindical do Setcom. Dedica parte de seu tempo para leitura, presta assistência administrativa para as empresas do municÃpio de Tunápolis e realiza trabalhos sociais.
Para a empresária, o transporte de carga ainda é um campo a ser explorado.
De sua história de sucesso, Sila destaca como marcante o nascimento das filhas e a campanha à prefeitura. A empresária adora viajar com a famÃlia. Torcedora do Internacional e do Grêmio Esportivo Tunense, ela fez parte da diretoria do time de futebol amador da cidade e patrocina as camisetas.
ELIZABETH BINOTTO BAZZO ? Recebe a homenagem do Setplan ( Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Planalto Serrano)
A empresária Elizabeth Binotto Bazzo é diretora administrativa da Binotto SA, terceira maior empresa do segmento de transporte do paÃs e está entre as 10 melhores operadoras logÃsticas do paÃs. À frente da administração da empresa, Elisabeth é uma empreendedora pelas inovações no modelo de gestão, o que lhe garante reconhecimento. Por isso é referência no mercado nacional na gestão de processos e de pessoas.
O crescimento constante da Binotto no ranking nacional significa para a empresária o começo de um grande desafio, que é o de se manter na liderança, e especialmente ser referência na gestão de pessoas. A empresária diz que a meta pessoal e dos demais colaboradores é fazer da Binotto a melhor operadora logÃstica do paÃs e estar entre as três maiores e melhores do segmento nos próximos dois anos.
A Binotto SA é uma parte da sua dedicação profissional. Ela é ainda conselheira administrativa das empresas Indusflora Produtos Florestais e Agropecuária Santa Rosa, também do Grupo Binotto.
Na opinião da empresária, o setor de transporte tem um crescimento sustentado, mas precisa de investimento tecnológico e especialmente nas pessoas que atuam com essa tecnologia.
Na área social comanda a Casa Lar da Criança, instituição fundada e mantida 100% pela empresa, que abriga 16 menores, oferecendo atendimento completo nas áreas de educação e saúde. A Casa Lar da Criança recebe recém-nascidos, conduzindo sua educação até o ingresso no mercado de trabalho. Adota ainda mais uma creche municipal do Projeto Adoci, onde são atendidas 80 crianças.
O marido Rubens Bazzo e os filhos LaÃs Binotto Bazzo e Leonardo Binotto Bazzo são sua prioridade. Nas férias, aproveita para viajar e quando tem tempo livre se dedica à decoração.
SANTINA CORRÊA MORGAN ? Recebe a homenagem do Setram (Sindicato das Empresas de Transporte Ferroviário e Rodoviário de Cargas da Amurel)
Como se diz no futebol, a empresária Santina Corrêa Morgan chuta e corre para fazer a defesa. Ela administra a empresa, busca novos clientes, fecha contratos, cuida das contas, do pessoal e moderniza a Transporte Morgan, há 15 anos. Seu marido Gualdenir Morgan, os filhos e o genro transportam piso, arroz e fubá para as mais diferentes regiões do Nordeste brasileiro. Há 10 anos, administra um pequeno mercado.
O jovem casal iniciou o negócio com um pequeno caminhão para sustentar os filhos Sandra Morgan, Robson Morgan e Ramon Morgan, em Orleans, no Sul catarinense. O crescimento das fábricas da região e a qualidade dos serviços Morgan permitiram ampliar a frota e a compra de sete caminhões. Filha de Joaquim Corrêa e Verônica Stger Corrêa, Santina começou sua vida profissional na agricultura, além de ajudar a mãe nas atividades da casa.
Santina nunca tirou férias nesses anos de carreira. Mas nos finais de semana sempre vai à missa e para o sÃtio com toda a famÃlia. Ela gosta de futebol, mas não revela seu time preferido. Uma lembrança de solteira foi ter sido escolhida Rainha do Clube Rio Pinheiro da sua cidade.
ROSÉRIS CROZETTA DA CUNHA ? É homenageada pelo Setransc (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Sul de Santa Catarina
Sem conhecimento na área de transporte de cargas, a empresária Roséris Crozetta da Cunha assumiu o comando da Transcelso Transporte Ltda de Criciúma, fundada por seu pai, Celso Eloy da Cunha, falecido em 1982. Roséris se viu na obrigação de assumir o gerenciamento para não deixar desaparecer o projeto do pai.
Ela lembra que foi um começo difÃcil. Preferiu apenas agenciar o frete, pois não teria condições de administrar veÃculos próprios, manutenção e a logÃstica. Há três anos, quando o filho Ricardo completou 18 anos, comprou um caminhão. Ela entregou a administração dos veÃculos para o jovem que tem sido o seu principal assessor. Agora, pensa em aumentar a frota.
Hoje já com uma boa fatia do mercado reconquistada – faz transporte de cerâmica para a Grande São Paulo e Baixada Santista, e com conhecimento do funcionamento do setor, Roséris diz que ainda não está satisfeita com os resultados. Mas acha que isso faz parte de quem quer expandir os negócios. Roséris é casada com Fernando Zanatta Filho e mãe de Renata, Rúbia e Ricardo.
ANGELITA REIS ÃVILA ? Recebe a homenagem do Sindicargas ( Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Florianópolis)
Com o crescimento da empresa de transporte Avilan LogÃstica, de Tijucas, o empresário Roberto Ãvila dos Santos convidou a mulher, Angelita Reis Ãvila, para assumir o departamento financeiro. Assim foi a estréia de Angelita no mundo dos negócios, em fevereiro de 1998. As tarefas não foram problema, pois ela adora lidar com números. Com o passar dos anos incorporou diversas atividades até que se fez necessário montar um departamento financeiro e ela assumiu a função de gerente.
Para a empresária, o trabalho é um caminho de desafios, especialmente pelo atendimento personalizado, que encanta o cliente, mas exige atenção e inovação. Angelita confessa que já tentou abandonar a função, mas não consegue se ver fora da empresa. Decidiu então que vai se aperfeiçoar com um curso de pós-graduação. E tem metas já em fase de finalização. O cliente vai poder acompanhar, pela Internet, o seu movimento financeiro com a Avilan – em nÃvel de carregamento e liberação de cargas junto a fornecedores. Para Angelita, o transporte é um dos segmentos promissores, mas ela considera que a alta carga de impostos e taxas dificulta sua expansão.
A empresário é casada com Roberto Ãvila dos Santos e tem os filhos LaÃsa Reis Ãvila dos Santos, de 11 anos, e Roberto Ãvila dos Santos Júnior, de oito anos. Estar com os filhos, pintar e estudar inglês são as suas ocupações nas horas livres. Nas férias gosta de conhecer outras culturas e no dia-a-dia faz caminhadas. Sua caracterÃstica marcante é ir atrás do que quer. ?Aprendi a dar valor à s pequenas coisas, pois algum dia elas podem fazer falta?, diz a empresária.
GLADIS BOSSE PEREIRA ? recebe a homenagem do Sindiplan (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Planalto Norte Catarinense)
A empresária Gladis Bosse Pereira começou sua jornada em 1990 ao fundar, em sociedade com o marido, Marco Rogério Pereira, a Glamar Transportes de Rio Negrinho. Passados 14 anos, ela ocupa o cargo de diretora e atua para tornar a empresa cada vez mais eficiente no ramo de transportes de cargas fracionadas. A Glamar atende as regiões Norte e Nordeste do paÃs. Paralelamente à atividade principal, a empresária possui a franquia da Vaspex, em Rio Negrinho, na entrega de encomendas.
Gladis Pereira se diz otimista com o setor para 2005. Aposta no potencial exportador da região Sul do Brasil para implantar novos projetos da Glamar, apesar do alto custo operacional. Fora as atividades profissionais, a empresária atende as agendas do Sindiplan (Sindicato das Empresas de Rio Negrinho), realiza trabalho voluntário com a equipe do Lions Clube da cidade em diversas ações sociais. O tempo livre dedica aos filhos Diego Felipe e Dayanne Helena. Também gosta de pintar e remodelar o jardim com folhagens e flores. Nas férias aproveita para viajar.
MARIA REGINA DALÇÓQUIO ? Recebe a homenagem da Fetrancesc (Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Santa Catarina)
Há três anos na Transportes Dalçóquio, a empresária Maria Regina Dalçóquio diz que a cada dia descobre o mundo dinâmico dos transportes, no qual o aprendizado é gratificante. Com vontade de aprender cada vez mais acredita que sua trajetória será fascinante. O envolvimento na empresa da famÃlia começou cedo. Aos 14 anos trabalhava, meio perÃodo, no setor de pessoal. Aos 16 anos passou para o posto de gasolina Irmãs Dalçóquio, com atuação em todos os departamentos da empresa, até ?se encontrar? na área financeira. Atuou ainda no Posto Santa Rosa e na Distribuidora Dalçóquio até chegar ao cargo atual. Nesse caminho, Maria Regina lembra o que mais a marcou. ?Foi quando meu pai Augusto me convidou para trabalhar com ele. Penso que foi um voto de confiança e a credibilidade que conquistei continuo conquistando?, diz a empresária.
Para a empresária, muitos fatores contribuÃram para seu crescimento profissional. Mas os principais foram: ter trabalhado em diversas empresas e em quase todas as áreas e a cobrança do pai, para uma atuação profissional responsável e em constante aperfeiçoamento. ?Aprendi que só pode mandar quem sabe fazer. Meu maior desafio é estar constantemente em equilÃbrio emocional por se tratar de uma empresa familiar.? Regina também é conselheira da Associação Comercial de Itajaà e voluntária da Avisa, do Hospital Infantil de ItajaÃ. Para a empresária, há muito a fazer para melhorar o setor de transportes. O empresariado precisa estar à frente dos problemas do setor como as rodovias, pedágios, roubos de cargas e treinamento dos motoristas. Entre os projetos da Dalçóquio estão a resposta imediata dos serviços prestados pela empresa ao cliente e o aperfeiçoamento profissional dos motoristas e o suporte à s suas famÃlias, enquanto eles estão na estrada. A empresa desenvolve ainda um programa para preservar o meio ambiente, com equipamentos avançados e pessoal qualificado, e estuda o desenvolvimento do programa de logÃstica referente à área de suplay-chain.
No tempo livre, Maria Regina se dedica à s filhas Katherine, 15 anos, e Nathalia, 12 anos. O nascimento das meninas foi a maior emoção da sua vida. Gosta de estar com amigos, ler, cozinhar e dedicar um tempo para auto-avaliação. Nas férias viaja. Gosta ainda de dançar, fazer exercÃcios fÃsicos e de música. Fonte: Imprensa Fetrancesc.