Palhoça, 26.4.05 – Trinta quilômetros da BR-101, na Grande Florianópolis, estão entre os mais perigosos de todas as rodovias federais do paÃs. O trecho de Biguaçu a Palhoça consta em relatório do Departamento da PolÃcia Rodoviária Federal (DPRF) de BrasÃlia como o terceiro mais violento do Brasil.
O trajeto, que representa 6,5% da extensão da BR-101 catarinense, concentra quase um quarto dos acidentes na rodovia no Estado. E de cada cem colisões, atropelamentos e saÃdas de pista ocorridos nas estradas federais de todo paÃs, um está no trecho.
O estudo elaborado pelo DPRF leva em consideração o número de acidentes. A rodovia mais perigosa é a BR-116, no Rio Grande do Sul, com 2.121 ocorrências no ano passado. O trecho perigoso em Santa Catarina (do quilômetro 190 ao 220 da BR-101) contabilizou, em 2004, 1.444 acidentes.
Os quilômetros catarinenses mais violentos recebem fluxo de mais de 35 mil veÃculos por dia, estima a PolÃcia Rodoviária Federal. A pista é duplicada em todo o trajeto, que atravessa três municÃpios. Ao todo, as cidades concentram mais de 300 mil habitantes.
O volume de veÃculos e o fato de a área à s margens da rodovia ser urbana contribuem para o problema, na opinião do inspetor Carlos Roberto Wolff, chefe do policiamento da PRF do Estado. Mais um fator aumenta as ocorrências na região: a imprudência.
Pedestres arriscam-se na travessia
– A educação é o alicerce para a redução no número de acidentes de trânsito – confirma Wolff.
O inspetor indica que é comum casos como atropelamentos próximos a passarelas de pedestres. O Diário Catarinense flagrou pessoas atravessando a rodovia a 50 metros da passarela do quilômetro 194, em Biguaçu. A PRF registrou 61 atropelamentos de pessoas, além de 17 atropelamentos de animais, neste trecho em 2004.
Relatório da PRF estima que a maioria dos acidentes nos 30 quilômetros é causada por falta de atenção. Foram 853 casos de descuido entre os 1.444 acidentes do ano passado. Outras ocorrências foram causadas por velocidade incompatÃvel (91), desobediência à sinalização (75), entre outras.
A estatÃsticas
Considerando os números do ano passado, o trecho crÃtico da BR-101 entre Biguaçu e Palhoça, concentra 24,83% do total de acidentes registrados em toda a extensão da BR-101 no paÃs 11,5% de todas as mortes que ocorrem na rodovia, mesmo daquelas foram de Santa Catarina 24,84% do total de pessoas que sofre ferimentos em toda a extensão da BR-101. 11,96% dos acidentes de todas rodovias federais do Estado acontecem neste trecho; 5,55% das mortes por acidente de trânsito que ocorrem em Santa Catarina; 10,5% do total de pessoas que saem feridas em acidentes de trânsito no Estado.
Fonte: PolÃcia Rodoviária Federal de Santa Catarina
Fiscalização terá sistema inédito
Na tentativa de reduzir o número de acidentes de trânsito, a PolÃcia Rodoviária Federal está implantando sistema inédito de fiscalização no Estado. Banco de dados, com estatÃsticas dos últimos 10 anos, embasou a criação de cartões-programa que orientam rondas policiais.
Informações da ocorrência de acidentes, como horários, locais e dias da semana, serviram de base para organizar as rondas. Cada policial tem o dia de trabalho descrito no cartão-programa, que informa o roteiro em que a ronda deve ser feita. Assim, as guarnições estarão em locais e horários onde, historicamente, há mais acidentes.
O sistema entrou em funcionamento neste mês nos três postos do trecho não-duplicado da BR-101. As próximas guarnições a receber os cartões são as que patrulham a BR-470. A intenção da PRF é aplicar o cartão-programa em todo o Estado até o final do próximo mês, informa o policial Carlos André Poluceno Possamai, chefe do Núcleo de Acidentes e Medicina Rodoviária.
A PRF prepara o novo sistema desde abril do ano passado, quando implantou-se o boletim de ocorrência digital. Os dados fornecidos pelos policiais sobre os acidentes alimentam banco de dados que orienta as ações da PRF.
Foi criada ainda a Comissão de Estudo de Causas de Acidentes de Trânsito, com membros do Departamento Nacional de Infra-Estrutura (DNIT) e da polÃcia.
A comissão discute com cada delegacia da PRF as necessidades de patrulhamento em cada região do Estado. Fonte: Diário Catarinense