Florianópolis, 6.6.08 ? ?Nossas ações conseguiram dar visibilidade ao Transporte de carga de Santa Catarina”, resume o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e LogÃstica de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes, ao falar do resultado da atuação da atual gestão frente à entidade. Lopes será empossado no cargo junto com os diretores e conselho fiscal na segunda-feira, à noite, à s 19h30min, durante cerimônia no Cambirela Hotel, para mais um mandato de quatro anos. Ele e a sua diretoria foram reeleitos em dezembro de 2007.
Nova gestão e mais desafios já estão lançados. Lopes quer o comprometimento dos candidatos na eleição deste ano e na de 2010 para com a infra-estrutura urbana e rodoviária. ?Não se pode mais esperar. O planejamento e as medidas para resolver os problemas de trânsito nas estradas e cidades devem ser imediatos. E disso não abriremos mão,? argumenta ele.
Durante entrevista ontem à tarde ele adiantou que dois novos projetos e a execução do planejamento da atual gestão devem marcar o mandato que se inicia na próxima semana. Um deles será o debate com os candidatos a prefeitos e vereadores catarinenses às eleições de outubro para conhecer as propostas deles sobre o sistema de infra-estrutura de transporte urbano. Os transportadores querem conhecer o planejamento, propostas concretas e viáveis, alem do compromisso de realizá-las, porque o setor também é a sociedade, ressalta Lopes. A Federação vai apresentar as suas sugestões. As mesmas exigências serão feitas aos concorrentes aos cargos de deputado federal, estadual, senador, governador e presidente, para que apresentem suas propostas para infra-estrutura.
Igualdade no sistema tributário para o transporte
O segundo projeto, que já iniciou, é o debate sobre a reforma tributária. ?Vamos lutar para ter o mesmo tratamento dado aos demais setores da economia, afirma Lopes. Ele cita que o segmento oferece 350 mil empregos em Santa Catarina, são 11.300 empresas, 175 mil veÃculos de carga e representa cerca de 7% do PIB. No entanto, na criação das Leis Tributárias, ou o setor é penalizado com elevação dos valores dos tributos ou excluÃdo dos benefÃcios, como aconteceu com o Supersimples.
O presidente da Fetrancesc disse que vai defender uma carga menor na tributação dos insumos usados pelo setor, pois se trata de um serviço essencial no Brasil. Quase tudo que chega à casa do consumidor, na indústria, no comércio e até nos estabelecimentos de serviço é via caminhão. Não tem barca, trem ou avião. Lopes também faz um alerta sobre a idéia de alguns especialistas e autoridades que acham que o investimento no sistema ferroviário vai resolver o problema de infra-estrutura no Brasil logo. ?O paÃs não pode correr o risco de direcionar investimentos somente em ferrovias, que são muito altos e projetos de longo prazo, e esquecer o sistema rodoviário, como ocorreu no passado A integração de modais deve ser muito bem planejada.
Lopes também disse que a Fetrancesc teve empenho forte e vai continuar para estabelecer um Programa de Renovação de Frota de VeÃculos de Carga. Os caminhões no Brasil têm idade média de 18 anos. Ele prega que seja um programa que facilite ao autônomo e à s empresas fazerem a troca do veÃculo, com a exigência de definição de um tempo para rodar. E depois, passe pelo desmonte e a peças possam ser aproveitadas nas oficinas. Caminhões mais novos contribuem para maior segurança, melhor desempenho e menor custo.
Expansão do Sest Senat em Santa Catarina
A diretoria da Federação vai continuar o projeto de expansão do Sest Senat em Santa Catarina, que até 2009 deve ter quatro Centros Assistenciais e Profissionais Integrados dos Trabalhadores em Transporte (Capits) e oito Postos de Atendimento ao Trabalhador na Estrada (Pates), que terão capacidade para atender 1,2 milhão de pessoas. O investimento nessa ampliação do número de unidades é de R$ 60 milhões, com recursos próprios do Sest Senat. Desde o inÃcio do atual mandato, a ampliação das unidades do Sest Senat já permitiu aumentar o atendimento social e a formação e qualificação profissional ao trabalhador do transporte, seus dependentes e à comunidade. No ano passado houve a inauguração do Capit de Criciúma, dos Pates de Videira e de Blumenau. E está em construção o Capit de Chapecó e em andamento o projeto do de Joinville. Também estão em fase de implantação dos Postos de Rio Negrinho, Catanduvas e DionÃsio Cerqueira, além de serviços odontológicos onde não há unidade.
Pró-carga é uma luta vitoriosa do transportador
A Fetrancesc vai concentrar seus esforços neste mês para manter o Pró-carga (Programa de Revigoramento do Transporte Rodoviário de Carga de Santa Catarina), que foi criado em 2006 e permitiu ao transportador o uso de créditos de ICMS. O Programa só tem validade até o dia 30 de junho, que precisará ser renovada. Lopes observa que o Pró-carga permitiu ao transportador modernizar sua frota, trouxe seus caminhões para emplacamento em Santa Catarina e movimentou a indústria de implementos, que fez investimentos na ampliação da estrutura fabril.
Transporte engajado no combate ao aquecimento global
A ampliação da atuação do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com a Fetrancesc é outra meta da diretoria. O desenvolvimento de parcerias, o incentivo ao transportador para a adesão ao Programa e a conscientização através da educação ambiental ganharão reforço, garante Lopes. O Despoluir é baseado em programas com a finalidade de engajar o setor no combate ao aquecimento global. Entre as medidas está a aferição da fumaça dos caminhões, que indica se estão dentro das normas ambientais. Em Santa Catarina, esse serviço é oferecido com três unidades móveis baseadas em Joinville, Florianópolis e Concórdia, que cobrem todo o território catarinense. As outras ações são a educação ambiental, o incentivo ao uso de energias limpas, a gestão empresarial voltada para a redução do uso de recursos naturais e o combate aos incêndios através das informações do motorista na estrada.
Cooperativas contribuem para reduzir custos e novos investimentos
Outro benefÃcio ao transportador, que começa na atual gestão, e deve ganhar impulso já nos próximos meses a Cooperativa de Abastecimento do Transportador (Coopercat) que vai garantir ao associado compra de combustÃvel e insumos com preços menores aos oferecidos pelo mercado. Além disso, vai propectar novos negócios em cargas. Lopes observar que esses empreendimentos que a Fetrancesc fomenta têm o aspecto da redução de custos do serviço de transporte. Ele cita o exemplo do diesel, que é responsável por de 43% a 52% da planilha de custos de veÃculo de carga, acabou de ter uma elevação do valor base do litro para R$ 2,07 para cálculo de ICMS, o que compromete ainda mais o desempenho das empresas.
Uma importante iniciativa da Fetrancesc, Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo do Empresário do Transporte de Santa Catarina (Transpocred), que opera há quase dois anos, está garantindo ao cooperado operações financeiros com taxas menores e investir nas empresas com juros bem mais baixo do que os oferecidos no mercado. Nesse momento que a taxa de juro do paÃs começou a aumentar novamente, quem aderiu à Transpocred só teve vantagens, afirma Lopes.
Pedágios: trabalho da Fetrancesc serve de referência para modelo federal
Um dos trabalhos mais fortes realizados pela Fetrancesc foi o de lutar por um novo modelo de concessões e pedagiamento de rodovias. Promoveu debates com a sociedade, apresentou o Projeto de Pedágio Social e garantiu, através de estudos, que seria possÃvel implantar pedágios com preços menores, levando em conta uma série de fatores. Combateu o modelo do Governo Federal, que além de não ter controle sobre o serviço, permitiu que as concessionárias tivessem lucros de 33%, superior aos de bancos.
A Fetrancesc foi uma das poucas entidades, representantes da sociedade catarinense, a participar das audiências públicas que trataram da implantação do último programa de concessão de rodovias. Lopes observa que as várias sugestões feitas pelo projeto da Federação já foram levados em conta nas últimas concessões e já valem para as próximas. O presidente afirma que a entidade vai lutar para que os próximos programas de concessão contemplem um plano de investimento estratégico com estacionamento nas estradas para os caminhões e centros de distribuição de cargas próximos das grandes cidades. Além disso, a Fetrancesc vai continuar o trabalho para melhorias na segurança das estradas, com aumento do efetivo da PolÃcia Rodoviária Federal e Militar Rodoviária, mais viaturas e equipamentos de fiscalização e de segurança.
Defesa de interesses dos transportadores brasileiros no Mercosul
A Fetrancesc tem atuado ainda no âmbito internacional. É a questão do transporte de carga no Mercosul. Lopes trabalha para a que Argentina e Brasil tenham leis iguais de trânsito, que evitem transtornos aos brasileiros. São cerca de 10 mil veÃculos por mês que fazem transporte de mercadorias entre Brasil/Argentina/Chile e vice-versa. Outra proposta é a criação do corredor para facilitar o tráfego de caminhões que transportam entre Brasil e Chile, mas que passam pelo território argentino. Deixariam de ser obrigadas a parar nas aduanas argentinas. Esses temas já foram debatidos com autoridades e polÃticos da Argentina e Chile e terão novas rodadas de negociações ainda neste mês. No ano passado, a Federação também foi a primeira a chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas com as nevascas pelos motoristas brasileiros. Falta de estacionamentos, de atendimento e assistência médica nas estradas. Um projeto para dar suporte aos caminhoneiros começou a ser implantado entre Mendoza e a divisa com o Chile, com assistência médicas, de segurança e jurÃdica.
Fonte: Juraci Perboni/Imprensa Fetrancesc