Postos de combustíveis não sabem como vender o diesel menos poluente

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Postos de combustíveis não sabem como vender o diesel menos poluente

São Paulo, 22.9.08 – Os postos de abastecimento, principal elo entre a cadeia de combustíveis e o consumidor, ainda não sabem de que maneira irão disponibilizar o diesel S-50 (com menor teor de enxofre) a partir de janeiro de 2009. Dependendo do estabelecimento, o proprietário terá de reformá-lo para instalar uma nova bomba de combustível, o que poderá significar um custo adicional de R$ 40 mil.
Já os postos que possuem apenas uma bomba, e não pretendem instalar outra, vão ter de escolher qual diesel será comercializado. Outra questão sem resposta até o momento é de como vai acontecer o abastecimento de uréia, uma das misturas necessárias ao diesel com menos partículas de enxofre. Na prática, a uréia diluída em água atua em substituição ao enxofre na lubrificação dos motores diesel.
Conforme os dados da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, atualmente são vendidos cerca de 3,8 bilhões de litros de diesel por mês, em 52.518 postos espalhados pelo país.
Na opinião de Ricardo Hashimoto, diretor de postos de estrada da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), além do custo da reforma e do tempo que ela requer, é preciso ter uma licença ambiental estadual para qualquer intervenção em um posto de combustível. “Isso normalmente demora meses”, disse.
Apesar de ressaltar que o setor pretende cumprir os prazos definidos pela regra Conama 315/2002, que determina o início da utilização do diesel S-50 em janeiro, Hashimoto informa que ainda não existe uma definição por parte das distribuidoras e Petrobras de como vai ser feito o abastecimento aos postos de combustíveis.
De acordo com a regra, a partir de janeiro o diesel a ser utilizado no país pode ter enxofre na proporção de no máximo 50 partículas por milhão. Atualmente, o combustível comercializado no território nacional entre 500 e 2.000 partículas por milhão.
Ontem, representantes da indústria automotiva, Petrobras, Agência Nacional do Petróleo (ANP), Ministério do Meio Ambiente e outros órgãos participaram de uma reunião do Conama, em Brasília, para discutir a implementação da próxima etapa do programa de redução de emissão de poluentes, prevista para entrar em vigor a partir de 2012.
Já a etapa do ano que vem (Proncove VI) segue sem definição e deverá ser decidida na Justiça. Na quarta-feira, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, reafirmou, durante a abertura XVI Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, que a indústria tem 36 meses após a especificação do combustível, previstos em lei, para começar a produzir os novos motores. A ANP divulgou as especificações em outubro de 2007. Fonte: Valor Econômico

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