BrasÃlia, 22.12.04 ? De cada 100 acidentes ambientais registrados no Brasil, 37 acontecem no transporte de produtos perigosos. Desses, somam mais da metade os que ocorrem no transporte de lÃquidos inflamáveis (38%) e corrosivos (21%).
Os dados são da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que também constatou um aumento considerável no número de ocorrências de acidentes no transporte de produtos perigosos no Estado de 1999 para cá (veja gráficos).
Preocupada com essa situação e pensando em fugir das altÃssimas multas que podem levar empresas à falência, a Associação Brasileira da Indústria QuÃmica (Abquim) lançou, em 2001, o Sistema de Avaliação em Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade (Sassmaq), uma espécie de certificação de qualidade das empresas que transportam produtos quÃmicos.
O Sassmaq pretende avaliar as condições de trabalho das cerca de 350 empresas que prestam serviços de transporte e distribuição ao setor quÃmico brasileiro. Até agora foram fiscalizadas 84 unidades de 62 transportadoras.
Existem dois prazos para o trabalho ser concluÃdo: para transportadoras de cargas a granel, dezembro de 2004; para transportadoras de cargas fracionadas, final de 2005.
Os dados da Cetesb revelam que, dos 2.088 acidentes rodoviários com produtos perigosos ocorridos de 1983 a junho de 2004, 1.131 aconteceram em rodovias e com produtos a granel – daà a prioridade da Abquim para esse tipo de transporte.
CERTIFICAÇÃO – O coordenador da comissão de transportes da Abquim e gerente de logÃstica da Rhodia-Ster, José Eduardo Sartor, conta que o Sassmaq foi criado depois de três anos de discussão.
“O programa visa uniformizar a qualificação das empresas. As grandes já possuÃam um processo de qualificação, mas as pequenas não”, conta.
Sartor explica que a certificação, válida por dois anos, é feita pela empresa de auditoria escolhida pela transportadora, seguindo os critérios estabelecidos pelo Sassmaq.
“O transportador escolhe a certificadora e agenda a auditoria. Obtido o certificado, manda uma cópia para a Abquim”.
A intenção da entidade, diz o coordenador, é passar a atuar somente com transportadoras certificadas.
Ele afirma que, atualmente, a legislação prevê pesadas multas para os responsáveis por acidentes com produtos perigosos.
“Uma transportadora ou a indústria que fez o produto pode ir à falência”, avisa. O destinatário, caso seja contratante do frete, também vai responder em caso de dano ambiental.
Fonte: Carga Pesada
Compartilhe este post