BrasÃlia, 24.2.05 – O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, entregou ontem ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), a proposta de reforma sindical, feita em parceria com empresários e trabalhadores no Fórum Nacional do Trabalho.
Berzoini ressaltou que o gesto era simbólico e que a entrega oficial do documento será feita no próximo dia 2, com a presença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Cavalcanti disse que considerava a proposta entregue e garantiu que as providências para a tramitação do projeto seriam tomadas.
Na visita ao gabinete do presidente da Câmara, Berzoini estava acompanhado dos presidentes das quatro centrais sindicais que apóiam a reforma e também pelas lideranças dos empresários, como o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado Armando Monteiro (PTB-PE) e o presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antônio de Oliveira Santos.
Sindicalistas se dividem sobre o assunto
A Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT), que é contra a reforma, não compareceu. O presidente da CNI, Armando Monteiro, garantiu que o projeto terá o apoio do setor empresarial. Mas ele lamentou que a reforma tenha sido fatiada, com o governo encaminhando primeiro a parte sindical e só depois a trabalhista.
– As duas eram para tramitar simultaneamente – observou.
De acordo com Monteiro a reforma sindical é importante para as corporações sindicais.
– A reforma que interessa ao paÃs é a trabalhista porque é ela que vai influir no sistema produtivo e nas relações de trabalho.
Os presidentes das duas principais centrais sindicais – Luiz Marinho, da CUT e Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical – foram contra a posição de Monteiro.
– Só aceitamos discutir a trabalhista depois que a sindical tiver sido aprovada – garantiram.
Os dois sindicalistas querem assegurar uma tramitação rápida para a PEC sindical e, por isso, indicaram como presidente da Comissão Especial que será criada para cuidar da matéria o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP).