Florianópolis, 8.1.07 – Secretário de Infra-estrutura, Mauro Mariani, reassume como um dos homens fortes do novo governo. Enquanto o grupo gestor fez as contas e descobriu que, se não houver um corte profundo no custeio da máquina não haverá dinheiro para investir em 2007, as várias fontes de financiamento garantem pelo menos R$ 150 milhões à sua pasta este ano. Não é o ideal, mas, face à realidade estadual, também não é um desastre.
Nesta entrevista, Mariani fala sobre as obras em andamento, as parcerias público-privadas, as BRs que cortam o Estado, os pedágios e a especulação em torno de sua mudança de domicÃlio eleitoral. Acompanhe.
Além do Aeroporto de Correio Pinto, quais outras obras serão retomadas neste inÃcio?
Mauro Mariani – O aeroporto, em 120 dias queremos terminar esta fase, que é a pista, e dar continuidade à s outras obras que estão em andamento. São tantas obras… só acesso a municÃpio são 20, 30 obras. Uma outra obra importante para o Sul é o Aeroporto de Jaguaruna. O mais rapidamente possÃvel vamos colocar em operação, viabilizando os vôos comerciais.
As grande obras são só as federais mesmo (para o segundo mandato?)
Mariani – Se for analisar a infra-estrutura rodoviária de SC, os problemas estão nas federais. A (BR) 470 é um problema serÃssimo. O governador já fez uma proposta de estadualização, o governo federal negou, dizendo que ele mesmo vai estabelecer as parcerias público-privadas. A comunidade de Blumenau já defende essa tese, inclusive com pedagiamento.
O senhor é favorável aos pedágios?
Mariani – Eu, em tese, não sou favorável, mas na 470 há um entendimento da própria sociedade de que, se for essa a saÃda para que seja encaminhada uma solução, que se faça. Isso já foi discutido antes de eu assumir a secretaria. Enquanto o governo federal não concluir a 101, dificilmente vai “startar” outra obra de duplicação no Estado de SC. Nós temos que entender isso.
Estamos num impasse, então?
Mariani – Temos que buscar uma alternativa. Que se faça a PPP, a 470 e a 280 são fundamentais.
Não existe uma terceira alternativa, já que a liberação de dinheiro federal, como o senhor já disse, não vem?
Mariani – Qual é a outra? O Estado. O Estado não tem condições financeiras, a não ser que o governo federal repassasse recursos da Cide. O problema é de ordem financeira. São obras que envolvem somas muito grandes de dinheiro. É uma loucura.
O senhor pode mudar o domicÃlio eleitoral para Joinville?
Mariani – Não. Não, isso é só especulação. Surgiu esse comentário, mas é só especulação, verdadeiramente.
E qual é o seu projeto polÃtico?
Mariani – O meu projeto polÃtico, por enquanto, é desempenhar meu papel aqui na secretaria. O nome natural para a sucessão do Luiz Henrique deve ser o Eduardo Pinho Moreira. O Luiz Henrique deve ser candidato ao Senado representando o Norte. Não há espaço para dois representantes da mesma região numa chapa majoritária (em 2010).
O senhor está fora da majoritária em 2010?
Mariani – Completamente fora. O negócio é dar resultados. As coisas acontecem depois dos resultados.
Os recursos da Infra-estrutura vêm do Fundo da Pobreza também?
Mariani – Não. A secretaria que menos receberia recursos do Fundo seria a Infra-estrutura. Nós temos recursos da Cide, da faixa de domÃnio, temos orçamento do Tesouro do Estado, algum ainda do BID IV, temos uma proposta, aprovada pela Assembléia, de um financiamento junto à Corporação Andina de Fomento.
O senhor tem quanto de orçamento para este ano?
Mariani – A secretaria, como um todo, de investimento, deve girar em torno de uns R$ 150 milhões, R$ 200 milhões.
É suficiente?
Mariani – Não. Nunca é suficiente. A necessidade de obras é muito grande, mas se investir sistematicamente, isso o Luiz Henrique privilegiou. Os problemas são menores do que há quatro anos.
Fonte: Diário Catarinense