Quadrilha exige dinheiro para não roubar os caminhões e as cargas

Joinville, 3.6.04 – A Polícia Civil tenta identificar os golpistas que, através de telefonemas anônimos, vêm ameaçando empresários e industriais da região Norte de Santa Catarina de seqüestro e roubo de cargas caso eles não depositem dinheiro em contas bancárias de fora do Estado, indicadas pelos marginais.
Na segunda-feira, o dono de uma transportadora de Jaraguá do Sul, coagido pelos desconhecidos, depositou R$ 15 mil temendo que um de seus caminhões fosse roubado, de acordo com fonte da polícia. O dinheiro foi parar em uma conta corrente do Bradesco na cidade de Resende, litoral do Rio de Janeiro.
Ninguém foi preso.Pelo menos cinco grandes transportadoras já foram vítimas do golpe nas últimas semanas, afirmou ontem o delegado Juarez de Medeiros, diretor-adjunto da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) e um dos responsáveis pelas investigações.
De acordo com Medeiros, os desconhecidos procuram dirigentes das empresas dizendo fazer parte do Comando Vermelho (CV) ou do Primeiro Comando da Capital (PCC), duas das mais conhecidas facções criminosas do país – com base no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente.
O delegado explicou que ainda não foi confirmado o vínculo com os dois grupos criminosos. Medeiros não descarta a possibilidade de estelionatários estarem usando o nome do CV e do PCC para amedrontar ainda mais as vítimas e conseguir o dinheiro rapidamente.

Vítimas devem avisar a polícia, alerta delegado

Nos telefonemas ameaçadores, os desconhecidos dizem que o dinheiro servirá para pagar despesas de comparsas presos. Para coagir as vítimas, os criminosos dão detalhes da rotina da empresa e da própria família do empresário. Afirmam que se o dinheiro não for depositado no tempo determinado, o caminhão será roubado e a carga, desviada. Em casos mais graves, os falsários ameaçam o empresário ou membros de sua família de seqüestro.
O crime de extorsão mediante grave ameaça pode dar mais de 10 anos de prisão. “Quem for procurado por essas pessoas deve imediatamente registrar o caso na polícia ou comunicar a Deic”, advertiu Medeiros.
O telefone de Diretoria é (48) 281-4200. O disque-denúncia da Polícia Civil, que é gratuito e recebe ligações de qualquer parte do Estado, é 1683. Fonte: João Cavalazzi/DC