Governo tira dinheiro das estradas para aeroportos

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Governo tira dinheiro das estradas para aeroportos

Florianópolis, 31.7.07 – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT-PR), informou anteontem, em Curitiba, que o governo remanejará R$2 bilhões que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) deveria alocar nas estradas para aplicar na infra-estrutura aeroportuária. Isso significa dizer que a situação de precariedade das estradas federais brasileiras vai continuar, gerando prejuízos no transporte de cargas e, principalmente, acidentes. A malha rodoviária federal brasileira é considerada em situação crítica pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). De acordo com o ministro, ele pretende rever em setembro alguns projetos que estão em ritmo lento. ?O maior aporte de recursos é na área de transporte. Não tem por que deixar os recursos e não executar e podemos fazer alguns ajustes. Num horizonte de quatro anos, podemos reforçar com os R$2 bilhões o orçamento para aeroportos?, declarou. Paulo Bernardo também admitiu que, no epicentro da crise aérea, a falta de comando do ministro Waldir Pires foi decisiva para a troca no Ministério da Defesa, com desencontro de informações entre os setores que integram a aviação brasileira. ?Nos últimos dias, acabei sendo chamado para ajudar na questão. Faltava coordenação. Muitas vezes você vê autoridades de diferentes órgãos dando declarações desencontradas. Isso não só revela que não tem coordenação, mas que não se sabe o que fazer?, disse. Paulo Bernardo, que foi cogitado para assumir a pasta, elogiou o novo ministro, que deve receber todo apoio do governo. ?Quase virei ministro da Defesa e a solução que foi dada com certeza foi muito melhor. Jobim tem capacidade de gestão, já foi ministro (ministro de Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso), presidente do Supremo e tem uma autoridade notória que todo mundo conhece?. Segundo Paulo Bernardo, a tarefa de Jobim é concentrar as ações da aviação para que todos possam atuar sem bater cabeça, o que se reflete nas reuniões que o novo ministro terá com os diretores da Anac no início da semana. ?A conversa do presidente com Jobim vai no sentido de dar um comando, uma voz. Evidentemente, cada órgão vai continuar falando de suas atribuições setoriais, mas temos que ter todo mundo empurrando para o mesmo lado?, avisou. O ministro adiantou que o novo ministro deve fazer mudanças nas gestões para melhorar a capacidade de resposta e, conseqüentemente, pôr fim ao caos aéreo que perdura há dez meses no país. Paulo Bernardo também recebeu sinal verde do presidente para abrir o capital da Infraero e atrair recursos da iniciativa privada aplicados no setor de infra-estrutura aeroportuária. ?Queremos a Infraero como empresa pública de capital aberto, com governança corporativa transparente, eficiente e ágil, podendo eventualmente se associar, mas controlando majoritariamente esses negócios?.
Fonte: Correio da Bahia

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