Rio de Janeiro, 22.8.07 – Nos últimos três anos, a economia cresceu 4,1%, o barril do petróleo dobrou de valor, o preço do diesel aumentou 28%, mas o custo do transporte, em média, ficou estagnado, descontando-se a inflação do perÃodo. Estudo do Centro de Estudos em LogÃstica do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppead-UFRJ) mostra que o freio reflete o aumento do uso das ferrovias e dos caminhoneiros autônomos, que cobram 20% menos do que o custo total da logÃstica.
– O autônomo entra e derruba o preço do mercado porque acha que a tarifa tem que cobrir o combustÃvel, a alimentação, o pneu e pronto. Não considera custos extras como a depreciação do valor do veÃculo – afirma o pesquisador da Coppead MaurÃcio Lima, autor do trabalho.
A pesquisa Custos LogÃsticos 2006 é a segunda sobre o tema realizada pela Coppead – a primeira tomou como base dados de 2004.
Para concluir que a participação da logÃstica no Produto Interno Bruto (PIB) não se alterou nos últimos três anos, Lima pesquisou a trajetória de gastos com transporte, estoques, armazenagem e processos administrativos do setor. O custo com logÃstica no ano passado totalizou R$ 271 bilhões, valor equivalente a 11,7% do PIB.
Gastos administrativos na logÃstica e armazenagem mantiveram a presença na economia, com 0,4% e 0,7% do PIB respectivamente. Os estoques, por causa do crescimento econômico, naturalmente aumentaram e ampliaram participação no Produto de 3,6% para 3,9%.
Já os custos com transportes, que tenderiam a crescer dada a disparada do preço do petróleo na época investigada, recuaram em relação ao PIB. A fatia na economia passou de 7% para 6,7%. A cotação média do barril de petróleo, considerando os principais mercados, subiu de R$ 34,3 para US$ 60. O preço do óleo diesel ao consumidor passou de R$ 1,51 para R$ 1,91 por litro.
As mudanças na matriz dos transportes, com aumento de peso das ferrovias graças a investimentos pesados em locomotivas e vagões, também influenciou os preços do frete. O levantamento indica que o caminho dos trilhos é seis vezes mais barato que o das rodovias. O custo de cada mil quilômetros de carga transportada passou de R$ 36 em 2004 para R$ 40 em 2006, segundo a Coppead. Já por meio de caminhões, o transporte de mercadorias subiu de R$ 214 para R$ 248 neste perÃodo.
Sobre carretas diretamente contratadas pelo embarcador, a tarifa média para transporte era da ordem de R$ 96,5 em 2006 – valor 8% mais baixo que os custos de transporte nesta modalidade, diz a Coppead.
– O autônomo diretamente contratado não considera, muitas vezes, custos administrativos, de seguro etc – acrescenta Lima. Fonte: Jornal do Brasil
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