Centralismo nocivo

Florianopolis, 10.9.07 – A forma de Estado no Brasil revela outra vez a plenitude de seu caráter pernicioso com a reportagem do DC de que foram desativadas as três únicas balanças de pesagem existentes na BR-101 em Santa Catarina. O contrato é centralizado em Brasília. A licitação é nacional. A burocracia atrasou a concorrência, o prazo do contrato vigente expirou em 29 de julho e ninguém se preocupou, no DNIT, de providenciar uma renovação emergencial em tempo para que os serviços fossem mantidos.
Mais uma vez, a lamentável falta de autonomia dos estados e o controle nocivo de Brasília. O Planalto só pensa em inchar a máquina e aumentar a carga tributária. Revela um balanço em que os prejuízos à população são turbinados pela incompetência burocrática, enquanto os benefícios chegam com a velocidade de um cágado.
Uma balança custa cerca de R$ 200 mil. Seu funcionamento dá mais segurança a todos os usuários e mais durabilidade ao pavimento. Há décadas que Brasília promete a instalação destes equipamentos que regulam o tráfego pesado sem que a população registre a sua efetiva ativação. Ao contrário, o contribuinte testemunha, frustrado e irritado, há muito tempo, postos de pesagem concluídos consumidos pelo tempo em desuso.
O engenheiro João José dos Santos está pleiteando, em Brasília, um contrato de urgência por mais seis meses. Espera ter a definição em 15 dias.

Restauração

É trágico, se não fosse mais uma afronta do centralismo brasiliense, este dado estarrecedor da Fiesc, de que apenas 2,36% dos R$ 450 milhões que o Ministério dos Transportes destinou para obras de transportes em Santa Catarina foram aplicados nos seis primeiros meses do ano.
O DNIT, segundo seu diretor, vem recuperando várias rodovias federais no Oeste catarinense. Mas o estado de conservação da BR-282 no trecho Chapecó – Ponte Serrada é deplorável. O prefeito João Rodrigues, que ontem lançou a 16ª Efapi, em Florianópolis, enfatizou que o maior gargalo para o escoamento da produção no Oeste é o trecho Chapecó – Santa Cecília da BR-282.
– A estrada está destroçada – resumiu.
Ao repercutir, na tribuna da Assembléia, a reportagem do DC sobre as balanças desativadas, o deputado Marcos Vieira (PSDB) fez um relato dramático. Dias atrás deixou Xanxerê com destino a Joaçaba. Desistiu da viagem depois que entrou na BR-282, pela quantidade de buracos e pela falta de sinalização. – Virou uma roleta-russa – denunciou.
Fonte: Moacir Pereira/DC

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