Florianópolis, 17.3.06 – No transporte de carga de Santa Catarina, as mulheres ainda são um número pequeno. No entanto, seu trabalho se distingue pela dedicação, vontade de participar, de inovar, de buscar e usar o conhecimento para melhor gerenciar, de superar limites, de enfrentar barreiras, de apoio aos maridos e filhos nos negócios e conciliar carreira profissional e a vida pessoal. Conheça um pouco da história das homenageadas com o Troféu Mulher Empresária 2005, ontem, 16 de março, no Cambirela Hotel em Florianópolis. Elas receberam o troféu das mãos da esposa do presidente da Fetrancesc, Doris Lopes
Célia Ceolin Giordani
Para muitas mulheres, só trabalhar fora de casa não é o suficiente. É preciso fazer o melhor, se aperfeiçoar, crescer na função ou buscar outros espaços. Assim é a empresária do transporte Célia Ceolin Giordani. Era 1978, ela ajudava o administrar a empresa do marido, Roneli Gordani. O egócio cresceu, mas achava que poderia ampliar e diversificar os investimentos. Então foi morar coma famÃlia em Porto Velho, Rondônia e monta uma empresa de construção civil. Cinco anos depois, em 1990, volta para Criciúma e funda a Transverde Transportes e Serviços. A empresa passa a operar daqui para o Norte do paÃs e abastece a empresa do marido, que continuou em Rondônia, e outros clientes da Amazônia. Mas recorda que foram tempos difÃceis e desafiadores, porque, com dois filhos, Ana Paula e Douglas Luiz, tinha que ser empresária, mãe, pai e dona-de-casa. Só em 2001 o marido decide voltar para Criciúma.
Preocupada com o aprimoramento do seu desempenho, Célia voltou a estudar e formou-se em Gestão de Recursos Humanos. Sobre o seu trabalho, ela diz que o negócio só evoluiu, porque apresenta a melhor solução para o cliente e ele se torna um parceiro fiel e confiável.
Claci Fátima Rabaiolli
A história da empresária Claci Fátima Rabaiolli no setor de transportes iniciou há 16 anos com a fundação da Aceville Transportes. Naquela época, ela respondia pelas tarefas internas da empresa: faturamento, cobrança, emissão manual de conhecimentos e manifestos, atendimento ao cliente. Com o crescimento da empresa, ela deixou de fazer algumas das funções..
Atualmente, Claci é diretora da empresa, responsável pelas compras centralizadas na matriz e destinadas à s filiais e pela conferência diária dos caixas de todas as filiais. Eal diz que o contato com clientes, fornecedores, prestadores de serviços e colaboradores torna o ambiente de trabalho uma segunda famÃlia, por isso, seu emprenho é sempre voltado para o respeito e a admiração mútua.
Para a empresária, trabalhar com o transporte é uma realização profissional. Ela considera muito gratificante ser responsável pela movimentação da matéria-prima para a indústria e pela entrega do produto até o consumidor.
Guiomar Miriam Soares Nehring
Nos últimos dois anos, a empresária Guiomar Miriam Soares Nehring decidiu deixar as funções na empresa de transporte e posto de combustÃvel Auto Posto Nehring, de Rio Negrinho, a qual é sócia, para os três filhos, Manfrini, Talita e Guilherme. Agora ela só dá apoio, porque com o marido Manfried Nerhing preparam os herdeiros para assumir os seus próprios negócios.
Mas desde que decidiu ser sócia e trabalhar no posto em 1995, teve participação ativa na empresa. ficou no cargo de secretária por oito anos. Seu trabalho na empresa era mesmo o apoio para todo o tipo de serviço, como levar pneus para o conserto ou comprar insumos para a transportadora. E, hoje, apesar de não cumprir jornada, quando necessário está sempre pronta a trabalhar e resolver assuntos de rotina da empresa e ainda contribuir com o aprendizado dos filhos. O que mais faço hoje, diz ela, é apoiar meu marido e filhos para o bom desempenho de todos.
Iraci Helping Garcia
A história da empresária, Iraci Helping Garcia se confunde com a própria trajetória do marido, o saudoso Pedro Rogério Garcia, de Concórdia, um dos maiores empreendedores do transporte e um grande incentivador do desenvolvimento, da educação e da tecnologia do transporte. ?Eramos companheiros inseparáveis, diz ela?. Iraci participou da luta do marido na constituição do Setcom (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Oeste e Meio-Oeste Catarinense) e depois na fundação da Coopercarga, hoje destaque no cenário nacional e internacional e da Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte), um das maiores centros de formação do transporte. O empenho dele garantiu o Pate (Programa de Atendimento ao Trabalhador na Estrada) do Sest Senat e a Transcredi (Cooperativa de Crédito dos Trabalhadores de Transportes de Concórdia e Região). e há pouco tempo, a Fatep (Faculdade do Transporte).
Desde o final de 2004, com a morte de Pedro Garcia, a empresária ocupa o cargo de diretora financeira da Unilog, empresa de logÃstica. Integra o conselho curador da Fabet e o conselho fiscal da Coopercarga. É uma das fundadoras da Afetran (Associação Feminina do Transporte) que atende a comunidades carentes. Seu projeto atual é dar continuidade à obra do marido Pedro Garcia.
Maria Beatriz Brustolin Giaretta
Fazer tudo com prazer é o que garante as vitórias profissionais e pessoais da empresária Maria Beatriz Brustolin Giaretta, do Transporte Mudanças Mônica de São José. Quando o marido, o empresário e presidente do Sindicargas, Oscar Giaretta, propôs a ela fundar uma transportadora, há 29 anos, Maria Beatriz nunca tinha trabalhado. Era uma jovem estudante. Mas aceitou o desafio.
Superou a falta de experiência com muito trabalho e na observação dos acontecimentos do dia-a-dia. Nesta rotina percebeu que alguns transportadores não tinham qualquer planilha de custos. Pensou que isso não daria certo, pois não teria como oferecer um serviço de qualidade nesse ambiente de concorrência. Foi a partir disso que o casal Giaretta e mais um empresário criaram a Associação das Empresas de Cargas da Grande Florianópolis e uniram o setor. Maria Beatriz foi a primeira secretária.
Mônica, a empresária diz que só não dirigiu caminhão e que o mais o importante foi saber ousar e arriscar para consolidar a atuação da empresa. Paralelo à atividade, Maria Beatriz criou os filhos, Alexandre, Caroline e Fábio, abriu um restaurante e fez faculdade de administração de empresas.
Norma Maria do Valle
A curiosidade e um ar de espanto sobre o que estaria fazenda aquela mulher em espaços e eventos tão masculinos. Foi assim que a empresária Norma Maria do Valle viu a reação dos homens, quando ela começou no transporte rodoviário de carga. Em 1977, fundou com o marido, Moacir Fernando, a transportadora Moacir Fernando Maria do Valle, em Mafra. ela diz que só pela competência poderia abrir as portas desse mundo.
Para isso, mergulhou no universo dos caminhões, oficina, marcas, pneus e principalmente toda a dinâmica de uma transportadora. Nessa história foi fundamental a experiência do marido, um apaixonado por caminhões, um especialista em mecânica e manutenção de veÃculos, que manteve loja de autopeças por mais de 40 anos, dos quais 15 em companhia dela.
Seu papel na transportadora é o de administradora geral da empresa, os contatos com transportadores, fornecedores e clientes, pessoal da manutenção e da mecânica. E não fica apenas nisso, lê muito sobre o assunto e já viajou de caminhão por todo o paÃs. Por isso, ela diz que conhece tanto as estradas do paÃs, que nem mais consulta o mapa rodoviário.
Rosane Fabris
O bom desempenho do negócio depende em boa parte na relação entre os diferentes nÃveis funcionais da empresa. É essa a aposta da empresária Rosane Fabris, diretora administrativa e financeira da Transportadora Fabris, que ela fundou com o marido, Diógenes Fabris, em 1986, para distribuição de um jornal. Rosane Fabris implantou o gerenciamento a partir da qualidade de tratamento entre os funcionários, porque isso tem influência positiva nos resultados.
Esse diferencial na administração, a empresária buscou na sala de aula. Graduou-se em Administração, Gestão de Negócios e freqüentou uma série de cursos. E os frutos desse empenho e do trabalho ela colhe com crescimento da empresa. Passou a transportar carga fracionada, se especializou em entregas rápidas e ampliou a rede de atuação. Além da sede em Lages, abriu filiais nas cidades de Chapecó, Blumenau e São Paulo. Da capital paulista possui linhas diárias para Santa Catarina. Com os compromissos profissionais, resta pouco tempo para o lazer que ela aproveitar para estar com os filhos, Diovani e Nelson, a famÃlia, amigos e viajar.
Fonte: juraci perboni/Imprensa Fetrancesc