Blumenau, 5.8.04 – Desde março de 2002, com a retirada dos radares fixos, chamados de pardais, as rodovias estaduais do Médio Vale do Itajaà se tornaram mais perigosas.
No balanço das sete estradas da região que eram fiscalizadas eletronicamente por 14 pardais, em três aumentou o número de mortes e, em cinco, o total de acidentes. Os números apurados se referem de julho de 2001 a junho de 2002 (época dos pardais) e aos meses de julho de 2002 a junho de 2003 (após a desativação). Juntas, as sete rodovias fiscalizadas no Médio Vale do Itajaà totalizaram 23 mortes em 619 acidentes com a fiscalização.
Rodovia que tinha mais fiscalização vê pior resultado
Sem os 14 equipamentos eletrônicos, os números cresceram para 25 mortes e 655 acidentes. Os postos da PolÃcia Rodoviária Estadual (PRE) da Itoupava Central e de Gaspar registraram duas mortes a mais e um acréscimo de 36 acidentes.
A SC-470, que liga Gaspar a ItajaÃ, foi a que registrou o maior aumento percentual no número de mortes no perÃodo pós-pardais: 200% (passando de uma para três vÃtimas fatais). Essa era a rodovia que mantinha, também, o maior número de radares instalados: três.
Em acidentes, a rodovia que teve o maior aumento, de 30,59%, foi a SC-486, onde funcionavam dois radares no trecho entre Itajaà e Botuverá. De junho de 2001 até julho de 2002, foram 85 acidentes nesta região. Nos 12 meses seguintes, o total foi de 111 acidentes.
Efeito foi sentido em todo o Estado
Em todas as estradas catarinenses, os Ãndices gerais apontam também para mais tragédias com a retirada dos pardais.
Ligados em julho de 2000 e desligados em março de 2002, os radares ficaram 21 meses em operação. Neste perÃodo, foram registradas 116 mortes em 4.230 acidentes em todas as estradas estaduais que possuÃam radares.
Nos 21 meses seguintes, já sem esta fiscalização, foram 4.698 acidentes, com 121 mortes. “Infelizmente, após a retirada dos radares, os acidentes aumentaram tanto em números totais como também em gravidade”, avaliou o tenente da PolÃcia Rodoviária Estadual João Marcos Dabrowski de Araújo, responsável pelo comando dos patrulheiros no Vale do Itajaà e no Norte do Estado.
Além do abuso de velocidade, Araújo aponta outras infrações cometidas pelos motoristas. “Essa sensação de impunidade faz com que as pessoas percam a paciência. Por exemplo: elas acabam se acostumando a andar rápido e ultrapassam veÃculos mais lentos em locais proibidos.” Pela análise do tenente, a falta de fiscalização gera um efeito psicológico para esses e também outros abusos aos volantes. Fonte: DC
Veja a diferença nos números em todas as rodovias do Estado
que tiveram pardais instalados
Antes e depois
Com os radares, Sem os radares, Diferença
Jul/00 a mar/02, Jul/02 a mar/04
Acid.c/vÃtimas, 1.626, 1.856, 14,15%,
Acid. s/vÃtimas, 2.604, 2.842, 9,14%,
Total acidentes, 4.230, 4.698, 11,06%,
Nº de feridos, 2.073, 2.663, 28,46%,
Nº de mortos 116, 121, 4,31%,