Florianópolis, 25.7.05 – Passados seis meses desde o inÃcio das obras, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) reconhece que a duplicação do trecho Sul da BR-101 está com seu cronograma atrasado. O grande responsável pelo descompasso seria o impasse criado entre empreiteiras e permissionários (aqueles com direito de lavra) de jazidas de argila e areia.
A explicação é simples: sem estes materiais, ficam paralisadas as obras de substituição de solos inadequados e de aterramento, etapas imprescindÃveis na terraplenagem da nova pista da 101. Embora esteja em andamento em 69,5 dos 249 quilômetros necessários no trecho catarinense da rodovia, o que representa 28% de todo o serviço, a terraplenagem encontra-se em estágios iniciais na maioria dos lotes.
É o caso, por exemplo, do lote 29, de Araranguá a Sombrio, no Extremo-Sul do Estado. Ali, a obra de duplicação se limita ao corte de árvores e limpeza de terreno em seis dos 29 quilômetros.
– Praticamente não há o que fazer sem liberar as jazidas – explicou o engenheiro Avani Aguiar de Sá, supervisor do Dnit na Região Sul.
– Com certeza este é o gargalo hoje. Jazida não falta. O que falta é acerto – acrescentou o engenheiro João José Vieira, que supervisiona o trecho da 101 entre Palhoça e Imbituba, com extensão de 84 quilômetros.
Os dois divergem, no entanto, na hora de explicar o entrave. Enquanto Sá diz que as empreiteiras subestimaram os custos para exploração das jazidas durante o processo de licitação, Vieira afirma que os permissionários delas quadruplicaram os preços.
Dinheiro não falta, admite engenheiro
Outros fatores justificam o atraso. Um é a descoberta de sÃtios arqueológicos durante o serviço de limpeza do terreno. O problema é particularmente grave no lote 24, em Imbituba. O segundo fator diz respeito ao perÃodo necessário à instalação das empreiteiras. Para o engenheiro Vieira, este processo demanda 90 dias – as primeiras máquinas começaram a trabalhar em janeiro.
Um último problema diz respeito à demora no “empenho” da verba, um instrumento de controle dos gastos governamentais, no qual a dÃvida é reconhecida e atrelada a um orçamento especÃfico – R$ 260 milhões este ano.
– Agora está tudo bem, temos recursos até demais – diz Vieira.
Desapropriações
Indenizações : Quantidade : Valor total
Pagas : 15 : R$ 1.069.242,32
Liberadas : 33 : R$ 873.436,00
Fonte: Dnit