Estradas ruins fazem transportadores gastarem mais

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Estradas ruins fazem transportadores gastarem mais

Salvador, 3.8.06 – A precariedade da pavimentação asfáltica do corredor rodoviário federal que corta a Bahia tem elevado os custos com combustível dos transportadores em margens estimadas entre 30% e 40%. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado da Bahia (Setceb), Antonio Siqueira, afirmou que o setor também sofre as perdas de cargas perecíveis – em função da má conservação – e que, a depender do grau de comprometimento do revestimento asfáltico, o tempo de deslocamento é triplicado em comparação a situações normais.
O quadro foi delineado momentos antes da abertura oficial, no início da noite de ontem (02/08), no Centro de Convenções do Bahia Othon Palace Hotel, em Ondina, do VII Congresso Nacional Intermodal dos Transportadores de Cargas (ABTC 2006). “O custo de manutenção chega a ser 30% superior em uma estrada deteriorada. Um pneu furado pode significar a perda do frete”, emendou o presidente da Associação Brasileira de Transportadores de Cargas (ABTC), Newton Gibson.
Presença ilustre no evento, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, legitima o “alerta” dos representantes dos transportadores. “O país precisa continuar investindo em patamares elevados em infra-estrutura. Vamos precisar de um bom número de anos para recuperar as condições das estradas brasileiras, que levaram anos e anos sem intervenção”, comentou o ministro.
Acompanhado por representantes regionais do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Paulo Sérgio Passos destacou que, além dos R$21,7 milhões autorizados para a operação tapa-buracos na Bahia – 86% das obras já executadas -, existe, em curso, R$200 milhões em processos licitatórios para a manutenção de estradas, além de R$300 milhões em obras rodoviárias. O ministro também pontuou que um trecho mensurado em 4,3 mil quilômetros de estradas federais que cortam a Bahia será sinalizado, até o final do ano, através do Programa de Sinalização Rodoviária – Pró-sinal, de um total de 24 mil quilômetros previstos para o país, no mesmo período. Dos R$275 milhões previstos para o programa, R$140 milhões serão investimentos em 2006.
A pauta de investimentos do governo federal para a recuperação dos 81.944km da malha rodoviária brasileira aumentou de R$800 milhões, em 2003, para R$1 bilhão, em 2004, chegando aos R$2,3 bilhões, em 2005. No ano corrente, o governo federal destinou R$2,2 bilhões para o saneamento das rodovias.
Apesar do aumento de recursos, a pesquisa anual realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), ano 2005, em sua 10ª edição, apurou que dos 81.944km de rodovias avaliadas, 72% encontravam-se em situação regular, ruim ou péssima, o que correspondia a aproximadamente 60 mil quilômetros de rodovias pesquisadas. De acordo com a conclusão do estudo, não houve mudanças significativas no quadro geral das rodovias. “Fica evidenciado que os recursos atualmente investidos ainda não são suficientes perante as necessidades de infra-estrutura rodoviária que o país apresenta”, relata a pesquisa, disponível para consulta no site www.cnt.org.br.
Fonte: Correio da Bahia

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