Perdas agrícolas na colheita e transporte chegam a 5%

Florianpópolis, 27.2.07 – As perdas na colheita, transporte e armazenamento de grãos em Santa Catarina devem ultrapassar os R$ 100 milhões em 2007. A estimativa é do vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri. O dirigente disse que não há um número cientificamente comprovado, mas a estimativa é de que as perdas somente na colheita e transporte de produtos são de 5%.
Uma base para o cálculo é a previsão de injeção de R$ 1,68 milhão da safra de verão (o que exclui o trigo). Tirando 5% deste valor, a soma atinge R$ 84 milhões. Com as perdas no trigo e na armazenagem, o valor ultrapassa os R$ 100 milhões, segundo Barbieri (confira quadro ao lado). ?Santa Catarina é um dos Estados com menor perda.? Ele considera que percentual de perdas em todos os processos é menor em razão da evolução na tecnologia das colheitadeiras e armazéns.
O engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Osvaldir Dal Belo disse que o desperdício com o milho, na região do Alto Uruguai Catarinense, chegava a 20%.
Atualmente, avalia que o desperdício caiu pela metade. Entre os motivos estão a colheita mecanizada com máquinas mais modernas e a armazenagem. Dal Belo lembraque, antigamente, a maioria dos agricultores guardava sua produção em paióis, vulneráveis a ratos e caruncho. O armazenamento sem a secagem adequada também estragava o produto, por permitir a ação de fungos.
O engenheiro agrônomo do centro de estudos de safras e mercados da Epagri, Simão Brugnago Neto, disse quea instituição não tem um estudo científico atual sobre as perdas de colheita em Santa Catarina.
Idêntica resposta dada pela chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em Chapecó, Oneide Lazarin. Ela afirmou que o IBGE tem dados das perdas por problemas climáticos, como estiagem. Nas três safras anteriores, a seca causou perdas de R$ 1,4 bilhão.

Matemática da quebra

6 milhões de toneladas
É a colheita de grãos catarinense, que inclui milho, soja, feijão, arroz e trigo

300 mil toneladas
É a perda estimada em decorrência do desperdício, o que representa cinco milhões de sacas de 60 quilos.

R$ 20,00
É o preço médio da saca de grãos, o que resulta em perda de R$ 100 milhões

Fonte: A Notícia