Frete pesa para frigoríficos

Chapecó, 5.10.04 – Responsáveis pela maior fatia de produtos encaminhados para a exportação no Estado, os frigoríficos catarinenses têm no setor da logística um grande problema que ainda não tem solução no curto prazo. As maiores indústrias estão localizadas na região Oeste, a uma distância superior a 500 quilômetros dos portos mais próximos. A posição geográfica desfavorável resulta em custos elevados para o transporte dos produtos.
Presente entre os cinco maiores frigoríficos do Brasil, a Coopercentral Aurora transporta mensalmente 30 mil toneladas de carnes e derivados. Toda essa carga, levada para outros centros consumidores do País e aos portos, para a exportação, segue dentro de câmaras frias instaladas em uma frota média de 1.200 caminhões. “Quem paga o custo da distância é quem mora na região. O frete incide em cerca de 5% no custo final do produto”, mostra o diretor de logística da empresa, Luiz Hilton Temp. Para ele, a utilização de ferrovias poderia reduzir até 40% do custo do transporte.
Os problemas da estrutura viária geram custos superiores e até prejuízos. Gerente da Transportadora Gral em Chapecó, Leno Gral diz que a situação das pistas da BR-282 e BR-153 representa um risco permanente em razão do grande fluxo de caminhões de carga e veículos de passeio. “Não há nem sinalização adequada. É um visível estado de abandono”, reclama ele, que já fez os cálculos e estima que o quadro poderia ser melhor se as duas rodovias estivessem em melhor estado de conservação.
Não é apenas o desenvolvimento econômico do Oeste de Santa Catarina que é freado em razão das dificuldades oferecidas pelas rodovias. Por causa das “panelas” na pista, falta de acostamento e sinalização adequada, mais de 30 pessoas perdem a vida nas principais BRs da região a cada ano. “São três mortes por mês e uma média de 32 feridos em 55 acidentes”, revela o inspetor Ivo Silveira, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Chapecó.
Silveira informou que os maiores problemas na BR-282 compreendem os trechos entre Xanxerê e Ponte Serrada, e Iraceminha e São Miguel do Oeste. A rodovia mantém um fluxo diário de aproximadamente 14 mil veículos e necessita com urgência de recapeamento, alargamento e construção de acostamentos.

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