BrasÃlia, 4.11.04 – A tecnologia tem sido uma importante aliada na gestão das rodovias privatizadas. Com o monitoramento do trânsito, da manutenção e o controle de tudo o que acontece, as estradas já não são mais meras faixas de asfalto e concreto sobre o solo e os modernos recursos nelas instalados começam a se refletir nos custos dos seguros.
“Apólices feitas na Grande São Paulo são agravadas pelos riscos de roubos. Santos tem um Ãndice de agravamento menor por conta da queda do número de acidentes envolvendo os usuários das rodovias”, frisa Sérgio Romani, gerente de obras e infra-estrutura da Ecovias, administradora do Sistema Anchieta-Imigrantes, que une a capital paulista ao litoral sul do Estado.
Softwares especÃficos estão presentes tanto no atendimento à s vÃtimas de um acidente como em uma obra ou na administração. Na rotina da Ecovias há até uma “sopa de letrinhas”. São siglas como SGR (Sistema de Gerenciamento de Recursos), AET (Autorização Especial de Trânsito) e DAI (Detecção Automática de Incidentes).
Elas integram o gerenciamento das estradas, monitoradas 24 horas por câmeras, sensores, radares, painéis de mensagens e estações meteorológicas, Tudo ligado por 200 mil metros de fibras ópticas. Mas os recursos tecnológicos não se restringem ao tráfego. Os 55 quilômetros que levam 29 milhões de motoristas por ano de São Paulo à Baixada Santista e ao Porto de Santos são gerenciados por seis programas capazes de controlar tudo, da pista à cobrança da tarifa de pedágio, passando pelo atendimento das ambulâncias e guinchos.
No sistema de arrecadação há a Detecção Automática de Categoria (DAC), que informa a classificação do carro, ônibus ou caminhão, além do valor da tarifa. Sensores de solo, como detectores de eixo e de rodagem dupla, definem se ele é comercial ou de passeio. Já o Laço Magnético determina qual a massa metálica. Há ainda a geração de dados como quantos veÃculos passam e o número de cabines abertas.
Na Imigrantes, um software francês grava imagens de acidentes antes e depois de acontecerem, permitindo que sejam analisados. “Como fixamos a velocidade em 80 quilômetros por hora e monitoramos isso, os acidentes se tornam de menor proporção”, afirma o gerente da Ecovias.
Esses programas são imprescindÃveis no cumprimento de metas e prazos junto à Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo). Um parâmetro adotado mundialmente para indicar o aumento de segurança nas estradas é o Ãndice de Mortos (IM), e a meta definida pelo Programa de Concessões de Rodovias é de que todas as concessionárias atinjam em 2018 o IM de 2,5.
Sem a tecnologia tal marca seria impossÃvel de ser alcançada. A Ecovias quer sair dos atuais 4,27 para a marca exigida. Já na AutoBAn, que em São Paulo administra as pistas do Sistema Anhangüera/Bandeirantes – une a capital paulista ao interior do Estado -, a meta foi alcançada há três anos.
As duas estradas integram o Sistema CCR, da qual também faz parte a NovaDutra, que vai do Rio de Janeiro a São Paulo e desde o inÃcio da concessão, em 1996, recebeu aporte de US$ 40 milhões. Com a verba, ganhou, entre outros recursos, um sistema eletrônico de comunicação. Já no Anhangüera/Bandeirantes foram aplicados em torno de R$ 74 milhões. Outra pista da concessionária é a Ponte Rio-Niterói.
Em todas, câmeras mostram problemas na pista. Há telefones de emergência a cada quilômetro e painéis de mensagens que permitem a mudança rápida da informação. Além disso, estações meteorológicas identificam mudanças climáticas que possam prejudicar o tráfego. E quanto aos roubos? O sistema de monitoramento de tráfego operado pelo Centro de Controle Operacional (CCO) de cada rodovia conta com a participação da PolÃcia Militar Rodoviária, o que permite o acompanhamento das ocorrências e melhor fiscalização. Além disso, polÃcia, de justiça e seguradoras consultam a concessionária sobre a disponibilidade de imagens que auxiliem no esclarecimento de ocorrências. Fonte: Valor Econômico
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