Florianópolis, 14.6.07 – Que a criatura humana mais nova é bem mais imprudente, todo mundo sabe disso. Se se quiser identificar o tipo de imprudência que diferencia um homem de uma mulher, pode-se, com alguma segurança, reconhecer que no mais das vezes a mulher é imprudente por romantismo e o homem pelo seu machismo. Assim, é o homem jovem que se sobressai tragicamente no abuso, no desastre e na morte estúpida do trânsito nacional. Entre os dias 12 e 17 de abril últimos o Ibope, contratado por algumas entidades, realizou uma pesquisa de opinião sobre “O Jovem e o Trânsito”, consultando pessoas da faixa etária entre 18 e 29 anos.
A pesquisa, subsidiada pelo fato de que o Denatran tem registros estatÃsticos apresentando em 2005 um número de 27% das mortes por acidentes de trânsito com pessoas entre 18 e 29 anos, mostra na consulta que, mesmo entre os jovens pesquisados, há manifesta declaração sobre o que todos nós acreditamos ser o melhor antÃdoto contra a brutal violência no trânsito. Em suma, os jovens também preconizam a adoção de uma dualidade sistemática que são a conscientização e a severa punição sobre o comportamento das pessoas no trânsito.
Se até mesmo os jovens, com a sua presunção de imortalidade, admitem como não só recomendável, mas absolutamente necessário, que se processe com rigor o que preceitua o Código Brasileiro de Trânsito, por que os velhos autocratas encastelados nos postos de comando das instituições coordenadoras, disciplinadoras, fiscalizadoras, enfim, responsáveis pelo trânsito ainda não se mostraram capazes de enfrentar e vencer esse desafio? O jovem acha que deve haver mais rigor na fiscalização e punição das infrações no trânsito. Mas nós, vamos continuar empurrando com a barriga as providências contra a morte.
*ROBERTO ALVAREZ BENTES DE SÃ/ Presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito