Navegantes, 17.11.05 – A passagem de uma margem a outra do Rio ItajaÃ-Açu pode também ser o limiar entre a vida e morte. Foi o que ocorreu com nove pessoas nos últimos 10 anos, que encontraram na travessia da ponte os seus momentos finais. As falhas na superestrutura da ponte, construÃda nos anos 70, revelam que os números poderiam ter sido menos cruéis se houvesse manutenção e melhorias no local.
Estreitamento de pista, irregularidades, problemas de drenagem, falta de acostamento e um sistema de proteção contra quedas precário são os principais defeitos apontados pelo superintendente do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit) sediado em Joinville, Antônio Carlos Bessa.
Ele conta que a pista de rolamento que antecede a cabeceira da ponte, no sentido Sul-Norte, tem 11 metros de largura, contando com a pista dupla e o acostamento. No entanto, a ponte tem apenas 7,5 metros, o que representa um estreitamento brusco da pista.
Além disso, os guarda-corpos de ferro que protegem as laterais da ponte não têm capacidade para evitar que um veÃculo caia no rio depois de uma colisão. Eles servem apenas para a proteção dos pedestres, de acordo com Bessa.
– Para falar a verdade, nem seria possÃvel implantar a proteção ideal, que é a barreira New Jersey (balizas de concreto, semelhantes à s que dividem alguns trechos da BR-101, capazes de devolver o carro à pista depois de choques laterais). A ponte é muito estreita e não suportaria uma defensa como essa – declara Bessa.
Melhorias vão ficar a cargo de quem explorar pedágio
Apesar de urgentes, as melhorias ainda podem demorar para se tornarem realidade. Depois que a BR-101 foi duplicada, a estrutura inferior da ponte foi completamente reformada e apresenta condições de segurança. As melhorias na parte superior, no entanto, ficaram para a concessionária que ganhar o direito de explorar praças de pedágio no trecho. Até a concessão, nenhuma obra de alargamento ou balizamento nas laterais poderá ser feita.
Segundo o Ministério dos Transportes, os técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e do ministério elaboraram o projeto de concessão fixando as tarifas entre R$ 4,50 e R$ 5,60 para os trechos do Norte do Estado.
O Tribunal de Contas da União determinou que as tarifas fossem reduzidas. Atualmente, os técnicos trabalham na tentativa de reduzir as tarifas sem alterar o projeto original.
A ponte
Comprimento: 495 metros
Altura média 8,96 metros
Construção: inÃcio da década de 70
Última reforma: 2002
Fonte: Diário Catarinense