Curitiba, 1º.10.04 – Cerca de 5 mil crianças e jovens com menos de 19 anos morrem anualmente, vÃtimas de acidentes de trânsito no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam que na faixa etária de 1 a 4 anos o trânsito é a segunda causa de mortes no PaÃs, perdendo apenas para doenças infecciosas respiratórias, como pneumonia.
Entre os 5 e os 14 anos de idade, o trânsito torna-se a primeira causa de óbitos. Já entre os 15 e os 24 anos, os acidentes com morte envolvendo carro, moto, ônibus, caminhão e bicicleta perdem apenas para os homicÃdios.
A médica pediatra Renata Dejtiar Waksman – que estuda o assunto – revela que, entre todos os acidentes de trânsito, os que mais matam crianças e jovens no Brasil são os atropelamentos. “O mesmo não acontece em paÃses de primeiro mundo, onde as crianças e jovens são vÃtimas como passageiros e ciclistas”, afirma. “No Brasil, as maiores vÃtimas de atropelamentos costumam ser os meninos. Isso por eles serem mais impulsivos, independentes e participarem com mais freqüência de brincadeiras de rua”. De acordo com a pediatra, os atropelamentos geralmente ocorrem em ruas que fazem parte do trajeto habitual das crianças e adolescentes, nas proximidades de casa ou da escola. Principalmente até os 12 anos, as crianças ainda não têm atenção suficiente para atravessarem ruas sozinhas, e geralmente não olham para os dois lados da via. Entre os adolescentes, os atropelamentos muitas vezes acontecem relacionados à ingestão de bebidas alcoólicas, que os deixam com o comportamento e os sentidos alterados. “Para evitar os acidentes, a dica é que os pais nunca deixem seus filhos com menos de 12 anos de idade saÃrem desacompanhados. Desde cedo, as crianças devem ser orientadas sobre os perigos do trânsito”, explica.
Também como forma de prevenção, Renata aconselha os responsáveis a não deixar as crianças brincarem em parques que permitem a circulação de veÃculos, evitar praças próximas a ruas movimentadas e não se concentrarem nas proximidades de garagens. Em relação aos adolescentes, a pediatra defende a vigilância quanto ao uso de álcool.
Os atropelamentos, conforme o cirurgião-geral do Hospital Cajuru, Luiz Carlos Bhteb, costumam ser graves. Quando não levam a óbito, podem gerar uma série de seqüelas definitivas, como lesões de crânio e coluna. “O atropelamento envolve quatro impactos. O primeiro é nas pernas e no quadril, podendo gerar fratura de fêmur. O segundo é quando a vÃtima é jogada para cima do carro, batendo tórax, abdome ou cabeça. O terceiro é quando ela cai no chão, batendo cabeça e coluna. O último é quando o carro não consegue frear, e passa por cima da vÃtima”.
Gestantes – As crianças que ainda estão para nascer também devem ser protegidas, o que faz com que as gestantes devam seguir algumas regras de segurança. Renata diz que a mulher grávida deve estar em bom estado de saúde para dirigir, sem sentir náuseas e tonturas, além de estar bem alimentada. O calçado utilizado tem que ser confortável e proteger o calcanhar. Como para dirigir é necessário manter uma distância mÃnima de quinze centÃmetros do volante, a pediatra aconselha as mulheres a não dirigir nos últimos meses de gestação.
Fonte: Parana Online