Florianópolis, 28.7.08 – A cobrança nos sete postos de pedágio nos trechos catarinenses das BRs 116 e 101, anteriormente prevista para começar dia 15 de agosto, deve ser iniciada em cerca de cem dias.
Os postos ainda não começaram a ser construÃdos, principalmente por razões ligadas a trâmites burocráticos nas licenças ambientais, compras de terrenos e desapropriações.
Para que a cobrança comece, é necessário que estejam prontos todos os postos de pedágio de cada trecho, inclusive os localizados no Paraná: um na BR-376 (continuação da 101), em São José dos Pinhais, e dois na BR-116, em Rio Negro e Mandirituba.
Mesmo sem a cobrança, os serviços a serem oferecidos pelas concessionárias das rodovias começam a funcionar já no dia 15 de agosto. Inicialmente, esses serviços estarão disponÃveis e centralizados nas bases operacionais provisórias.
Em cada base da BR-116, no trecho entre Curitiba e a divisa de Santa Catarina com Rio Grande do Sul, operarão 11 ambulâncias, 10 guinchos, um caminhão de combate a incêndio e um caminhão de apreensão de animais.
Nas bases da BR-376 e 101, de Curitiba a Palhoça, serão 35 veÃculos de inspeção. Os postos também abrigarão ambulâncias, guinchos e atendimento médico.
A tarifa de pedágio prevista em cada posto da BR-116 é de aproximadamente R$ 2,60. Na BR-101, é R$ 1,10.
Usuários não terão isenção
Todos os motoristas que passarem pelas praças de pedágio nas BRs 101 e 116 terão que pagar a tarifa, mesmo os que moram perto dos postos e precisam usar a estrada em um percurso curto.
? Não dá. Com a tarifa que colocamos, não podemos dar nenhuma isenção ou desconto ? responde Márcio Protta, diretor-superintendente da concessionária Autopista Litoral Sul.
A possibilidade de isenção de pagamento para moradores de Palhoça no posto que funcionará no municÃpio, que chegou a ser levantada, também foi afastada. Mas, para não obrigar as pessoas a pagarem ao circular de um bairro a outro, será construÃdo um caminho alternativo, entre os bairros Aririú da Formiga e Guarda de Cubatão. O caminho deve estar pronto junto com o inÃcio do funcionamento do posto.
Antes disso, ainda precisam ser construÃdos os desvios nos locais onde haverá praça de pedágio, para que a construção não prejudique o trânsito da rodovia no local.
Até 2012, deve ser concluÃdo também o Contorno da Grande Florianópolis, caminho alternativo que irá de Palhoça a Biguaçu, num total de 77 quilômetros de pista duplicada. O objetivo é separar o trânsito mais pesado da BR do movimento local metropolitano e de centro urbano.
O traçado, ainda em estudo, deve ser afastado das áreas mais populosas. A obra também ficará a cargo da Autopista Litoral Sul.
Idéia é atuar com a PRF na fiscalização
Entrevista: Márcio Protta, diretor-superintendente da Autopista LitoralA praça de pedágio de Garuva é a que está com a obra mais adiantada da BR-101 em Santa Catarina. Quando aceita sair do escritório da Autopista Litoral Sul, em Joinville, e ir até lá, o diretor-superintendente da empresa, Márcio Protta, já aproveita para começar mais cedo a viagem que fará logo depois a Curitiba, onde tem reunião marcada poucas horas depois. Para poupar tempo, pede também para que a entrevista seja realizada no caminho, enquanto aponta o trabalho já feito até agora, como eliminação de mato ao lado da estrada e das vias de acesso, substituição das placas que indicam a quilometragem e adequação da sinalização. Como quase todo engenheiro, gosta de desenhar enquanto explica as coisas, mostra contentamento com as previsões de como vão ficar as praças e estradas e não hesita em colocar os sapatos sobre o barro do local da construção, ainda molhado das chuvas dos dias anteriores.
Diário Catarinense – Por que atrasou o inÃcio da cobrança de pedágio?
Márcio Protta – É um processo que normalmente demora mesmo, nós sabÃamos que estava sujeito a isso. Envolve compras, desapropriações, licença ambiental, as obras das praças. Aqui tem sido até muito parecido com o que foi no Paraná.
DC – A colocação de pedágio no Norte de Florianópolis gerou muitos protestos, tanto que não começou a ser cobrado até hoje. Por que não houve os mesmos problemas na BR?
Protta – Acho que é porque a tarifa é muito baixa, pouco mais de um real. Em muitos lugares, se tem flanelinha e você paga isso, ele acaba reclamando. O deságio que oferecemos no leilão pela concessão do trecho foi 63%, quer dizer, o valor máximo de tarifa que aceitariam era R$ 2,75 e oferecemos R1,02. E também os hábitos das pessoas mudaram, como a gente pode ver após a Lei Seca, está todo mundo preocupado com a segurança no trânsito e em ter rodovias em boas condições. E nossa idéia é contribuir com isso, com radares e as 180 câmeras de vigilância, que vão servir também para colaborar com a polÃcia. E se alguém jogar lixo na estrada, por exemplo, vai saber que agora estará sendo visto.
DC – Como vai funcionar o esquema de cobrança de multas nas rodovias?
Protta – Isso não é conosco, nada desse dinheiro passará por nós, não vamos interferir nas atribuições da polÃcia rodoviária. O que vamos fazer é contribuir com a conservação e manutenção e colaborar com o serviço de inteligência por meio dessas informações. E também, pelo contrato, vamos reaparelhar a polÃcia.
Contorno viário será alternativa
Até 2012, deve ser concluÃdo também o Contorno da Grande Florianópolis, caminho alternativo que irá de Palhoça a Biguaçu, num total de 77 quilômetros de pista duplicada. O objetivo é separar o trânsito mais pesado de auto-estrada do movimento local metropolitano e de centro urbano. O traçado, ainda em estudo, deve ser afastado das áreas mais populosas.
A obra também ficará a cargo da Autopista Litoral Sul. Com a concessão da cobrança de pedágio durante os próximos 25 anos, as empresas foram encarregada de garantir a conservação das pistas e serviços de segurança para os usuários. Na BR-116, o total de investimentos da concessionária deve ser de R$ 105,4 milhões no primeiro ano (entre Curitiba e a divisa de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul) e R$ 1,9 bilhão nos 25 anos do contrato. Nas BRs 376 e 101, entre a capital paranaense a Palhoça, serão R$ 170 milhões no primeiro ano e R$ 3,1 bilhões nos 25 anos.
Os trabalhos iniciais, iniciados em fevereiro, incluem recuperação emergencial, avaliação das estruturas fÃsicas, adequação das sinalizações horizontal (pintura no asfalto, olhos de gato) e vertical (placas). Os serviços a serem realizados ao longo do contrato incluem correções de traçado, implantação de ruas laterais, passarelas, trevos. pórticos e outras obras.
Serviços do pedágio vão gerar postos de trabalho
A estrutura prevê monitoramento das rodovias por câmeras, de vÃdeo, comunicação por rádio, telefones ao longo da via para comunicação com as centrais de atendimento e reaparelhamento da PolÃcia Rodoviária Federal para uso nos trechos.
Para isso, cada trecho empregará cerca de 400 profissionais. Os treinamentos incluem desde preparação no atendimento ao cliente até conhecimento de rafting e escaladas, para o caso de socorro a veÃculos acidentados em rios ou locais montanhosos. Durante o perÃodo de construção, cada praça empregará 70 pessoas.
O gerente de operação da Litoral Sul, César Sass, explica que o trabalho de liberação das áreas de domÃnio, ou seja, a parte junto à estrada onde nada pode ser construÃdo e os acessos e a publicidade devem seguir uma série de normas especÃficas.
Fonte: Diário Catarinense