São Paulo, 23.7.07 – Fabricantes de caminhões como a Volvo e a Mercedes-Benz iniciaram o segundo semestre com uma demanda ainda mais aquecida que a da primeira metade do ano. A fila de espera dos compradores aumenta e a entrega só é garantida para os meses de outubro e novembro. Além disso, os estoques estão baixos para todos os modelos. A Volvo tem uma carteira de pedidos já em espera, pelo menos, até outubro. O prazo é ainda mais longo em concessionárias da Mercedes-Benz. A carteira de encomendas da Dical, uma dessas concessionárias, localizada na região de Campos, no Rio de Janeiro, está tomada até o mês de novembro. “Pronta entrega só para modelos que estão no estoque da montadora, como os veÃculos semileves. Mesmo assim o estoque na fábrica é baixo”, afirma Cristiane Barbosa, analista de Vendas da concessionária. Segundo ela, a demanda maior é por modelos pesados e semipesados, segmentos em que a Mercedez apresenta maior dificuldade de entrega. “O movimento neste mês caiu por conta destes problemas de entrega. A lista de espera é muito grande”, conta. Alta geral, Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de VeÃculos Automotores (Anfavea) apontam maior crescimento nestes dois segmentos. A produção de caminhões de janeiro a junho cresceu 21,3%, puxada, principalmente, pelos caminhões pesados, (21,1 mil unidades, 21,3% acima do volume dos seis primeiros meses de 2006), e pelos semipesados (acréscimo de 27,4% na produção no perÃodo, com 18,7 mil unidades). Os outros segmentos também cresceram, embora em ritmo menos acelerado. Esta produção está sendo direcionada ao mercado doméstico. Embora as exportações dos dois segmentos tenham se elevado no primeiro semestre (3,1% em pesados e 5,7% em semipesados), as vendas locais subiram em maior ritmo: 34,6% maiores em pesados, com 12,1 mil unidades, e 33,3% em semi-pesados, com 12,2 mil unidades. Neste mês o mercado local segue com ritmo forte. Nos quinze primeiros dias do mês foram comercializados 4,3 mil caminhões, contra os 3 mil de da primeira quinzena de julho do ano passado, um crescimento de 39%. Com isso, já são 48,7 mil os caminhões vendidos este ano no PaÃs. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de VeÃculos Automotores (Fenabrave). De olho no exterior, Com esse volume de vendas, as empresas buscam atender à demanda mas se mantêm de olho no mercado externo. A Volvo do Brasil aposta na demanda internacional por caminhões para manter o volume de exportações. Na fábrica de Curitiba as linhas de produção estão trabalhando para atender os paÃses da América Latina, e mercados da Ãfrica, como o de Angola, que totalizam a compra de cerca de 20% de toda a produção. Bernardo Fedalto Filho, da área de Caminhões F da Volvo do Brasil, comenta que a principal dificuldade para a área de exportação é superar a falta de competitividade com o produto norte-americano. “Atuamos em mercados onde os Estados Unidos têm forte presença”, diz ele, acrescentando que, nos paÃses da América Central e da América do Sul, os produtos norte-americanos entram com preços relativamente mais baixos do que os brasileiros, na conversão em dólar. A expectativa é de um ligeiro crescimento nas vendas externas este ano, segundo Fedalto. Até o mês de junho, a exportação de caminhões aumentou 3%, na comparação com o mesmo perÃodo de 2006, evolução considerada positiva para paÃses como Venezuela, Chile, Argentina e Peru, principais mercados da marca na AL. “O Brasil apresenta um crescimento bem maior que o dos outros mercados da América, mas os paÃses vizinhos também mostram uma tendência de crescimento”, comenta. As vendas em alta são puxadas principalmente pelo agronegócio.
Fonte: DCI
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