Florianópolis, 19.5.16 – A gestão na educação é possível desde que seja encampada pela autoridade máxima do município, no caso o prefeito e no estado, o governador, defendeu o integrante do Conselho de Governança do Movimento Santa Catarina pela Educação, Mozart Neves Ramos, ontem na Fiesc. “Sem ele (prefeito ou governador) pode botar o maior dinheiro do mundo que não vai adiantar. É o papel do Estado fazer a gestão na educação”, disse Ramos ontem no debate sobre Gestão por Resultados na Educação.
O evento fez parte da 5ª edição da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, organizada pelo FIESC que encerra amanhã. E teve a apresentação da experiência de gestão por resultados na educação de Pernambuco pelo secretário executivo da secretaria da Educação daquele Estado, Severino de Andrade. E depois dele, quem falou sobre a proposta que começou a ser implantada em Santa Catarina, foi a coordenadora de Gestão Escolar da secretaria da Educação do estado, Maristela Fagherazzi.
O presidente da Fiesc, Glauco Corte, que idealizou e coordena o Movimento Santa Catarina pela Educação, disse que é preciso se preparar para o futuro, pois novas tecnologias virão e que exigirão mais conhecimento para tirar proveito delas. Ele também disse que O Movimento tem metas estabelecidas para conquistar melhorias na educação. Ressaltou que o setor empresarial também tem a responsabilidade com a qualificação dos trabalhadores para melhorar a competitividade.
Segundo Corte, em momentos de crise quem primeiro perde o emprego são os que não têm qualificação.Por isso, o Movimento Santa Catarina está fazendo a grande mobilização para a qualificação dos trabalhadores. “É um grande desafio, mas é a oportunidade de ter aumento de produtividade, melhorias de competitividade e ganhos para todos”, finalizou ele.
A diretora do SEST SENAT Florianópolis, Patrícia Ferreira, representou a Fetrancesc e o SEST SENAT, nesse evento e à tarde na palestra com o senador Cristóvão Buarque sobre O Impacto da Educação sobre a Inovação e o Desenvolvimento Econômico e também no painel com ele que teve o tema Educação: Gestão, Inovação e Desenvolvimento Econômico.
Patrícia Ferreira, disse que muitas das experiências citadas nos eventos já são adotadas na qualificação dos trabalhadores do transporte. Citou como exemplo as metas que devem ser atingidas pelas unidades quanto à qualidade e números de capacitações. Além da introdução de novas ferramentas para aprimorar a educação. Mas destacou que as novas experiências como as apresentadas no evento Gestão por Resultados na Educação devem servir de base para o debate e aprimoramento também no setor de qualificação profissional. “A participação da Fetrancesc e do SEST SENAT no Movimento Santa Catarina pela Educação é fundamental para contribuir no desenvolvimento do transporte através da qualificação profissional e aumento de qualidade de vida do trabalhador do transporte”, enfatizou ela.
Gestão na educação garante mais qualidade – Em Pernambuco são 650 mil alunos que estudam em 1052 escolas na rede estadual. O Programa Gestão por Resultados na Educação do Estado atingiu principalmente o público do ensino médio. Severino Andrade explicou que a busca por melhoria da educação é um trabalho global que passa pelos alunos professores, funcionários da escola, funcionários da secretaria da Educação, o secretário e o governador. E garantir infraestrutura e suporte aos alunos e professores. E o envolvimento da família, que mostra, segundo ele, mostra que onde ela está presente, o aluno tem melhor desempenho.
O desenvolvimento do programa tem acompanhamento das atividades e metas de cada professor, de cada gestor até o secretário da Educação. O modelo pernambucano procurou traçar o perfil das escolas e de seus desempenhos. As com o desempenho baixo, foram classificadas como prioritárias. Essas receberam suporte permanente. Além disso, correção da distorção idade/ano, de o aluno estar atrasado nos estudos em relação à sua idade, porque reprovou, desistiu e voltou mais tarde ou outro por motivo. Por exemplo, o estudante tem 12 anos, mas ainda está no quarto ano.
Ele disse que não é um trabalho fácil para implantar o Gestão por Resultados, mas que sempre foi um processo muito aberto e muito rico. Mas o modelo com o envolvimento de todo que fazem parte da educação ajudou a implementação. Segundo ele, os resultados são bem positivos. Citou que em 2011 367 escolas tinham o Índice de Desenvolvimento Educação Básica (Ideb) era abaixo de 3 e agora são 110 escolas. A meta é não ter nenhuma escola com menos de 3 “e ter uma rede mais equilibrada em qualidade.” Em nível nacional o estado avançou de 21º lugar para o 4º lugar Ideb do ensino médio. Pernambuco tem 117 mil vagas com educação integral, superior ao número da região Sudeste que é de 86.610 vagas. Outro dado é que reduziu a taxa de evasão escolar e a distorção idade/ano.
Maristela Fagherazzi destacou que Santa Catarina começou a implementar a gestão escolar que teve uma das ações a eleição direta de diretores da escola, que devem apresentar o seu plano de gestão, com ações, estratégias e metas. Segundo ela, desde o começo dessas mudanças, foram eleitos 300 novos gestores escolares e que houve a definição do documento Atribuições dos Gestores de 2016 e 2019, com as regras de atuação dos diretores.
Para Mozart Ramos o gestor precisa se capacitar “não deve ter medo de inovar, não pode ficar confortável por não querer enfrentar a situação e o corporativismo. Fonte: texto e fotos: JP/Imprensa Fetrancesc/SEST SENAT.