Foto: Bruno Collaço / Agência AL
A construção de terceira pista, no mínimo, em um dos trechos considerados mais perigosos para quem trafega na BR 282, entre a Via Expressa em Florianópolis a São José do Cerrito, na Serra Catarinense, foi o principal resultado da reunião realizada na terça-feira, 26 de novembro, pela Frente Parlamentar da Grande Florianópolis, com a presença de prefeitos, vereadores e lideranças. A Fetrancesc foi representada pelo gerente executivo da entidade, Alan Zimmermann.
No trecho abordado durante a reunião, entre os anos de 2017 a 2019, foram registrados 112 mortos em acidentes nos 245,6 quilômetros. O deputado Nazareno Martins (PSB), coordenador da frente e proponente da reunião, destacou a importância da união dos deputados da região em prol desta reivindicação e afirmou que será encaminhado um documento solicitando apoio do Fórum Parlamentar Catarinense, que reúne os três senadores e os 16 deputados federais, para que sejam liberados recursos para obras na rodovia.
“Somente no trecho entre Palhoça e Alfredo Wagner, costumava levar uma hora de carro, agora em duas horas é praticamente impossível chegar lá. Precisamos de, no mínimo, terceira pista nos principais trechos”, afirmou o parlamentar.
Também participaram da reunião os deputados João Amin (PP), Marlene Fengler (PSD), Marcius Machado (PL), Valdir Cobalchini (MDB) e o secretário de Estado da Infraestrutura, Carlos Hassler. No total a BR 282 tem 680,6 quilômetros entre Florianópolis a Paraíso, no Extremo-Oeste, e em todo seu percurso há apenas três trechos duplicados – que totalizam 40,6 quilômetros.
Ou seja, 5,96% da rodovia. Os municípios do entorno da BR 282 são responsáveis por cerca de 24% do PIB de Santa Catarina, agregam 1,7 milhão de habitantes (IBGE/2018) e geram um PIB de aproximadamente R$ 61,6 bilhões (IBGE/2016).
O agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Vinícius Alencar Moretti, representando a superintendência catarinense, destacou que a rodovia 282 é extremamente importante para Santa Catarina, corredor do Mercosul, com um trânsito diário de milhares de veículos.
Para ele, a construção da terceira pista em trechos da via não é o ideal, já que há uma necessidade de sua duplicação, mas é o que é possível no momento. “É uma das rodovias mais perigosas do estado, por isso se faz necessário o debate para melhoria da infraestrutura da pista e a conscientização dos motoristas.” Para Moretti, o trecho considerado mais perigoso da rodovia está entre Águas Mornas e Alfredo Wagner, com 50 mortos desde 2017.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Santa Catarina, Ronaldo Carioni Barbosa, afirmou que há muita coisa a ser feito em todo percurso da BR 282 e muito já está sendo realizado, mas o gargalo maior é a construção de terceira pista entre Águas Mornas e Alfredo Wagner. “Nós dependemos de recursos. Nós queremos ver a 282 duplicada, mas não tem dinheiro para isso”, disse.
Ele enfatizou que o Dnit investiu na implantação da terceira pista na Via Expressa, em Florianópolis, e em obras de melhorias em Ponte Serrada e em Chapecó até a BR 158. Carioni também falou que o Dnit tem projetos de obras na rodovia e que somente para implantação de terceira pista no trecho considerado mais crítico, entre Águas Mornas e Alfredo Wagner, seriam necessários de R$ 200 milhões.