Enquanto a economia brasileira começa a dar pequenos sinais de que pode começar a se recuperar, o setor de transporte em nível nacional não traz números que apontam para um cenário otimista. De janeiro a setembro de 2019, o Produto Interno Bruto (PIB) do transporte caiu 0,1% enquanto o do Brasil subiu 1%. No mesmo período, os modais terrestre e aéreo registraram desempenho negativo, comparado com igual período do ano anterior. Apenas o aquaviário registrou um crescimento de 2,3%, na mesma base de comparação.
É o que revela a nova edição do estudo Transporte em Números, lançada na quinta-feira, 12 de dezembro, pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A publicação consolida informações do cenário macroeconômico brasileiro e do desempenho do setor transportador. Mostra, ainda, o panorama em relação à economia em 2019, os reflexos para o transporte e como o setor tem enfrentado dificuldade, além de análises referentes a anos anteriores.
“O transporte é um termômetro crucial da economia. Afinal, transportamos aquilo que é produzido no país. E, apesar de a economia apresentar indícios de leve recuperação, o setor ainda sente os efeitos da recessão econômica, tendo em vista que a procura por serviços de transporte permanece baixa no país”, comentou o presidente da CNT, Vander Costa.
Santa Catarina – Apesar de os números nacionais não serem tão animadores, a expectativa da Fetrancesc é de que a recuperação econômica em Santa Catarina seja acelerada. A projeção está baseada nos números do PIB catarinense divulgados no final de novembro.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano-base 2017, Santa Catarina atingiu a histórica marca de R$ 277 bilhões. O crescimento foi quatro vezes maior do que a média nacional. Enquanto o PIB brasileiro, que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, vem crescendo em torno 1% ao ano desde 2017, o PIB catarinense cresceu aproximadamente 4%.
“Para que possamos ajudar a economia do Estado a crescer, são necessários investimentos, principalmente na infraestrutura rodoviária”, lembrou o presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli. O empresário e transportador apontou que a injeção de verbas nesta área significa mais do que a melhoria nas pistas. “Ao rodar em estradas melhores, diminui o desgaste do veículo, o consumo de combustível e o risco de acidentes de trânsito”, resumiu.
Outro estudo, desenvolvido pela CNT em parceria com SEST e SENAT, apontou que 63,7% da malha rodoviária pavimentada de Santa Catarina apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. De acordo com a Pesquisa de Rodovias 2019, para recuperar e conservar os trechos catarinenses seriam necessários R$ 2,1 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão apenas para recuperação.
Para saber mais:
A pesquisa Transporte em Números, da CNT, está disponível neste link.