O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) prevê aporte adicional de aproximadamente R$ 20 milhões nas obras de duplicação da BR-470 em 2020. A informação foi relatada pelo superintendente do órgão no Estado, Ronaldo Carioni, durante reunião da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc na tarde desta quinta-feira, 27 de agosto, transmitida ao vivo pelo YouTube.
“Vai ter uma nova suplementação de R$ 20 milhões. Estão fazendo uma ginástica lá dentro do próprio DNIT (nacional) para que a BR-470 não pare e a gente entregue obra”, disse. O recurso virá de emendas parlamentares em forma de suplementação. “A BR-470 é a mais debatida porque é a rodovia principal do DNIT para trabalhar. É a prioridade em Santa Catarina”, resumiu. Em relação aos 73,18 km de duplicação e restauração da BR-470/SC, o lote 1 tem 51,4% das obras concluídas. O lote 2 está com 78% das obras concluídas; o lote 3 tem 30,87% e o lote 4 está com 29% das obras executadas.
Carioni também apresentou as obras que estão em andamento na BR-282/SC e BR-158/SC. No trecho da BR-282 que vai de Chapecó a São Miguel do Oeste (cerca de 115 km), ainda em 2020 está prevista a entrega de 80 km de restauração e 32 km de terceiras faixas. Em relação à BR-158, no segmento que vai de Maravilha à divisa com o Rio Grande do Sul, devem ser entregues 10 km de restauração até o final deste ano. “Vamos dar uma resposta ao extremo-oeste que, por muito tempo, ficou com o pavimento degradado, sem tantas intervenções e manutenção”, disse. Clique aqui e veja a apresentação completa.
O superintendente do DNIT/SC concordou sobre a importância da manutenção e disse que é um dos focos do órgão. Contudo, informou que desde 2017 os recursos foram reduzindo – eram R$ 187 milhões e, para esse ano, passou para pouco mais de R$ 92 milhões. “Estamos dando atenção para os pontos mais críticos e dando suporte dentro da limitação orçamentária que temos”, explicou.
Na avaliação do presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli, estes números de investimentos são inversamente proporcionais ao comparar os setores do Estado, ou seja, quanto menos se injeta recursos em infraestrutura rodoviária, mais se encara custos com problemas oriundos deles, a exemplo da Saúde Pública.
“A má conservação das rodovias traz inúmeros prejuízos para o Transporte Rodoviário de Cargas. Além do desgaste precoce de pneus e outros componentes dos caminhões, há o custo fixo do caminhão parado de R$ 100/hora, bem como o sistema de saúde dos Municípios, Estado e União, que têm altos custos em casos de acidentes. Ou seja, além de garantir rodovias de qualidade, o investimento em infraestrutura rodoviária reduz os índices de acidentes – que impacta da vida das pessoas – e também este custo com saúde pública, que seria muito mais interessante se não houvesse”
Análise rodovias estaduais – Ainda na reunião, foi apresentada nova análise da Fiesc sobre a situação em que se encontram rodovias estaduais que passam pelas microrregiões da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI) e da Associação dos Municípios do Alto Vale do Itajaí (AMAVI). O trabalho foi realizado em fevereiro pelo engenheiro Ricardo Saporiti.
A rodovia SC-414 no trecho entre a BR-470 e o perímetro urbano de Luiz Alves é pavimentada e apresenta bom estado de conservação do pavimento e das sinalizações horizontais e verticais. No segmento que vai do perímetro urbano de Luiz Alves a Massaranduba, numa extensão de 16 km, a estrada é de terra e há anos a comunidade reivindica o asfaltamento.
A SC-108, no subtrecho de 34 km entre o perímetro urbano de Massaranduba e a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), há pontos com defeitos no pavimento. Mas a maior parte da rodovia está em bom estado de conservação. O trecho que vai da PMRv até o entroncamento com a BR-470, passando pela Vila Itoupava, em Blumenau, está com o pavimento muito deteriorado e remendado.
A SC-421, trecho de 20 km que liga Blumenau a Pomerode, no geral, apresenta boa conservação e sinalização, com anomalias pontuais no pavimento. Já os 46 km da SC-110, rodovia que passa por Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Ascurra, no geral, também está em bom estado de conservação, mas há pontos com desagregação, buracos e afundamentos no pavimento.
O pavimento da SC-477, no segmento Indaial/Timbó/Benedito Novo, necessita de restauração total. O trecho de 30 km entre Alto Benedito Novo e a encruzilhada Bom Sucesso, Volta Grande e Itaiópolis, encontra-se em excelente estado de conservação, com obras feitas recentemente.
A análise ressalta a importância de o governo manter um programa para garantir a manutenção das rodovias. A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade (SIE) implantou o Projeto Recuperar, que prevê melhoramentos emergenciais, como recuperação de pista (tapa-buracos), roçada, sinalização e desobstrução de drenagem. Contudo, a restauração do pavimento, que inclui obras como fresagem da capa asfáltica, recuperação de base e recapeamento, não fazem parte do projeto, e são imprescindíveis.
Em sua apresentação, Saporiti explicou que no primeiro semestre de 2020, o Governo de Santa Catarina investiu R$ 18,8 milhões em obras de conservação estrutural, manutenção corretiva, limpeza de plataforma e sinalizações horizontais e verticais da malha estadual. “O patrimônio rodoviário catarinense está estimado em R$ 21 bilhões. O aporte de R$ 18,8 milhões corresponde a 0,09% do patrimônio, quando o ideal seria algo em torno de R$ 60 milhões para restaurar, manter e conservar os quase 5 mil quilômetros de rodovias pavimentadas e os quase 2 mil quilômetros de estradas não pavimentadas que compõem a malha rodoviária estadual”, explicou.
No geral, a SC-340 está bem conservada e sinalizada no trecho que vai da BR-470 a Witmarsum, com problemas pontuais no pavimento. Já o segmento da rodovia que passa por Dona Emma/Witmarsum/Vitor Meirelles está com o pavimento bastante danificado. A SC-110, que liga Lontras (BR-470) a Presidente Nereu, é uma rodovia sinuosa, sem acostamento, mas bem sinalizada, e com deformações pontuais no pavimento.
A SC-350, no trecho de 80 km que liga Rio do Sul (BR-470)/Aurora/Ituporanga/Alfredo Wagner, recentemente recebeu a aplicação de microrrevestimento asfáltico. A estrada está bem sinalizada e apresenta problemas no pavimento. Na SC-350, no trecho que passa em agronômica (BR-470), Laurentino e Rio do Oeste, recentemente, recebeu microrrevestimento e está bem sinalizado e conservado.
A análise mostra que na rodovia SC-112, que liga Trombudo Central (BR-470) a Agrolândia, há, pontualmente, afundamento da pavimentação.
A SC-114, entre Otacílio Costa e a rodovia BR-282, passando pelo município de Palmeira, teve sua pavimentação executada recentemente e está em bem excelente situação, com boa sinalização.
Com informações: Assessoria de Comunicação/Fiesc