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O Departamento de Custos Operacionais e Pesquisas Técnicos e Econômicas da NTC&Logística (Decope) registrou nos últimos 12 meses os maiores índices de inflação média para o segmento de carga de lotação (INCTL) desde a criação deste índice pela NTC em 2003.
Já para o segmento de transporte de cargas fracionadas (INCTF), os estudos indicam que o valor também é histórico, sendo o maior dos últimos 26 anos, superando apenas pelo registro no início de 1995.
O acumulado de 12 meses do INCTL alcançou 31,05% em junho de 2022, sustentado pelo 63% de aumento do diesel S10. Nos 12 meses o INCTF teve um acumulado de 17,6%.
Contribui de forma significativa os aumentos, nos últimos 12 meses, dos principais insumos utilizados pelo setor, além do combustível: aditivo Arla32 70,1%, veículos 31,2%, rodagem 19,3%, aluguéis 10,3% etc.
É importante observar que estes valores do INCT se referem apenas a inflação dos últimos 12 meses, não reflete a defasagem do frete que não só persiste, e é espelho do aumento fora do normal dos insumos “pós pandemia”.
Além disso, o Decope aponta que ainda preocupa a falta do recebimento dos demais componentes tarifários, tais como frete-valor que está relacionado aos custos dos riscos legais da atividade e o GRIS que remunera os custos inerentes às medidas de combate ao roubo de carga e os custos decorrentes dele.
Cabe lembrar que muitas vezes os custos adicionais, decorrentes de serviços eventuais tais como: devolução, reentrega, permanência de carga entre outros, são superiores ao próprio frete peso. Uma situação que precisa ser tratada adequadamente pelo mercado rapidamente.
“Concluindo, o momento é difícil, pois o setor tem que enfrentar uma corrida para repassar os aumentos frequentes que está sofrendo (foram 4 anúncios de reajuste da Petrobras em 6 meses) e, além disso, teremos uma campanha eleitoral, copa do mundo, alta dos juros, ameaça de recessão no mundo e, para piorar uma guerra na Europa”, aponta o estudo do Decope.
O estudo aponta ainda que o cenário é agravado ainda mais pela ausência dos insumos no mercado, mesmo com os valores altos. Além disso, a persistência na condição onde muito transportadores não conseguiram reajustar seus fretes adequadamente comprometendo a caixa das empresas, razão pela qual, o alerta tem caráter vital para a preservação da saúde financeira e da capacidade de investimentos das empresas no setor.
Dessa forma, a NTC&Logística aconselha que o transportador e seus contratantes negociem o repasse da inflação do período e das defasagens anteriores com o objetivo de manter o equilíbrio de seus contratos, a manutenção da qualidade e a garantia dos serviços de transpor de forma sustentável.
O Decope é o responsável por estudos técnicos voltados à apuração de custos de transporte rodoviário de cargas e logística, estatísticas do setor, estudos macroeconômicos e formação de índices de custos referenciais que medem a inflação do TRC há 28 anos.
FONTE: Portal NTC