A maioria dos motoristas do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) é homem. Os dados são da Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2019, que está na 7ª edição e foi divulgada na quarta-feira, 16 de janeiro.
Segundo o documento, são 99,5% homens, cuja idade média é de 44,8 anos, com rendimento mensal de cerca de R$ 4,6 mil e tempo de atividade de 18,8 anos.
O Perfil dos Caminhoneiros também aponta que os veículos nos quais eles trabalham têm média de 15,2 anos. Além disso, 47% dos autônomos adquiriram os caminhões por meio de financiamento.
Outro dado pertinente é que eles estão cada vez mais conectados: 87,7% utilizam a internet. E, mais importante ainda, 42,6% se preocupam com a saúde e procuram profissionais de saúde para prevenção.
Dados que revelam um caminhoneiro diferente daquele que as pessoas imaginam, na avaliação do presidente da Fetrancesc e do Conselho Regional do SEST SENAT/Santa Catarina, Ari Rabaiolli. Ele atribui parte destas características, principalmente o da preocupação com a saúde, ao trabalho realizado pelo SEST SENAT.
“É imensa a nossa satisfação ao ver os resultados desta Pesquisa. Temos, mais uma vez, a certeza de que o trabalho do SEST SENAT promoveu grandes mudanças na vida do transportador. Principalmente, é emocionante perceber que pela educação conseguimos transformar vidas, neste caso do nosso maior patrimônio: o nosso colaborador”, comentou Rabaiolli.
A 7ª Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros também apresenta a rotina, os problemas e as reivindicações desses profissionais, informações importantes para que o trabalho da Confederação alcance resultados mais efetivos. Os dados também são essenciais para o SEST SENAT, que, há 25 anos, capacita e cuida da saúde dos caminhoneiros em todo o país.
Entre os dias 28 de agosto e 21 de setembro do ano passado, foram entrevistados mais de mil profissionais em todo o país, sendo 714 autônomos e 352 empregados de frota.
Conheça mais dados coletados:
Rotina – Caminhoneiros trabalham, em média, 11,5 horas por dia: A rotina dos caminhoneiros é intensa. Eles chegam a rodar mais de 9 mil km por mês e a trabalhar 11,5 horas por dia e 5,7 dias por semana. Sobre o mercado, a pesquisa revela que 62,9% desses profissionais consideram que a demanda pelos serviços reduziu em 2018. Entre os pontos negativos da profissão, estão o fato de ela ser perigosa/insegura (65,1%) e desgastante (31,4%) e de o convívio familiar estar comprometido (28,9%). Mesmo assim, os caminhoneiros ainda relatam vários pontos positivos no trabalho, como conhecer cidades e países (37,1%), ter a possibilidade de conhecer pessoas (31,3%) e possuir o horário flexível (27,5%).
Problemas – Assaltos e roubos são os maiores entraves à profissão: Os assaltos e roubos são a maior dificuldade encontrada por 64,6% dos caminhoneiros entrevistados pela CNT. Cerca de 7% deles relataram que já tiveram o veículo roubado pelo menos uma vez nos últimos dois anos. Além disso, 49,5% desses profissionais recusaram a viagem por conta do risco de roubo/assalto durante o trajeto. O custo do combustível aparece como o segundo maior entrave vivenciado pelos motoristas (35,9%). Os trabalhadores também destacam como ameaças à profissão no futuro o baixo ganho (50,4%), a baixa qualidade da infraestrutura (20,9%) e a ausência de qualificação profissional adequada (15,6%).
Reivindicações – Redução do preço do combustível é principal demanda: A queda no preço dos combustíveis continua a ser o maior pleito dos caminhoneiros. No total, 51,3% consideram essa a maior demanda da categoria. Em segundo lugar, está a necessidade de mais segurança nas rodovias (38,3%), seguida de financiamentos oficiais a juros mais baixos para a compra de veículos (27,4%) e do aumento do valor do frete (26,2%).
Paralisação – 65,3% dos caminhoneiros participaram da greve de 2018: A maioria dos caminhoneiros de todo o país (65,3%) participou da paralisação de maio de 2018. Segundo os dados da Confederação, 64,4% deles foram informados sobre a greve via WhatsApp. Outras informações relevantes: 74,7% dos profissionais conheciam a pauta em questão, e 56% não ficaram satisfeitos com as conquistas da paralisação.
Acesse a íntegra da Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2019
Acesse os principais dados da Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2019
Com informações: Evie Gonçalves/Agência CNT de Notícias