Fetrancesc prestigia palestra do ex-presidente do Banco dos Brics na Fiesc

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Fetrancesc prestigia palestra do ex-presidente do Banco dos Brics na Fiesc

Na manhã desta sexta-feira, 18 de agosto, uma comitiva da Fetrancesc prestigiou a palestra “Oportunidades e desafios para a economia global” ministrada pelo ex-presidente do Banco dos Brics, Marcos Troyjo, na Federação das Indústrias de SC (Fiesc). No momento, ele atua como docente na Universidade de Oxford e no Insead.

Na oportunidade, Troyjo explicou como o aumento da população mundial para 10 bilhões de habitantes em 25 anos e o reposicionamento das cadeias globais de valor abrem oportunidades para países como Brasil, México e Índia.

Para o primeiro diretor político institucional, Clodomir Ribeiro Alves, “todos gostaram muito da palestra. O conteúdo foi bem produtivo e com qualidade nas informações”.

Apesar do cenário positivo que se desenha, Troyjo salientou que, para que o Brasil possa se beneficiar, não pode ser uma espécie de “fortaleza de protecionismo comercial”. “Não podemos nos fechar em relação ao resto do mundo”, alertou ele, que é economista e diplomata e foi um dos principais negociadores do acordo Mercosul-União Europeia.

Em sua palestra, Marcos disse que, quanto mais complexa e diversificada uma economia é, e mais ela conseguir agregar valor em múltiplos setores, mais próspera e maiores são as chances de sucesso. “Temos uma série de países que, se inteligentemente usarem a sua estratégia, poderão extrair benefícios do novo cenário internacional”, explicou, observando que o Brasil é um deles por conta da combinação entre o tamanho do mercado interno, a capacidade de produção de alimentos (que o mundo vai precisar), a abundância de água e a importante experiência em industrialização (até os anos 1980, o principal parque industrial do hemisfério Sul era o brasileiro).

Nos próximos 25 anos, as projeções são de que a população mundial vai crescer dos atuais 8 bilhões de habitantes para 10 bilhões. “E isso vai gerar uma pressão enorme do ponto de vista da demanda da agroindústria, de bens de infraestrutura e vai levar, também, a um reposicionamento das cadeias globais de valor, ou seja, das redes de produção. “Nos acostumamos, nos últimos 25 anos, em ver a China como uma espécie de fábrica do mundo. Mas, por conta de razões geopolíticas e da própria evolução da economia chinesa, as atividades que se localizam na China, sobretudo, do ponto de vista da manufatura, vão se deslocar para outras partes do mundo”, ressaltou o economista, explicando o que chamou de “desindustrialização da China”.

Troyjo disse que o Brasil pode receber parte dessa produção, mas está concorrendo com outros países que já estão se beneficiando da desindustrialização chinesa: a Índia, que tem uma estratégia industrial para atrair os capitais que estão saindo do país asiático; o México, que, em boa medida, vem se beneficiando porque integra um acordo comercial que envolve Estados Unidos e Canadá, e também porque desde os anos 1990 realizou 48 tratados de comércio com outras regiões. Além do Canadá, que está atraindo indústria intensiva em valor. “Ou seja, haverá uma reconfiguração das cadeias globais de valor. E aí eu pergunto para vocês: que país do mundo tem a escala territorial, a combinação entre pujança e tamanho do mercado interno, com recursos naturais abundantes, uma classe gerencial preparada e que poderia ter toda a chance de atrair esse capital? É o Brasil.

Comitiva da Fetrancesc

A comitiva foi composta pelo primeiro diretor político institucional, Clodomir Ribeiro Alves, o membro da Comissão Jurídica (Comjur) e primeiro diretor secretário, Alex Breier, o presidente do Sindicargas, Raphael Prá Cavalcante, e o executivo do Sindicargas, Paulo Cezar.

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