A educação é a chave para a transformação. E o jovem precisa estar com a mente aberta para as tantas informações e novidades para se reorganizar e garantir um espaço no mercado de trabalho. Basicamente, estas foram as premissas defendidas durante a primeira reunião do Conselho de Governança do Movimento Santa Catarina pela Educação, com autoridades e lideranças da educação e iniciativa privada de todo o Brasil, na manhã desta terça-feira, 27 de março, na Fiesc, em Florianópolis.
Acesse aqui o Relatório Anual 2017 do Movimento SC pela Educação
O Relatório Anual do Movimento SC pela Educação foi apresentado durante a reunião e mostrou que, no ano passado, foram realizadas 617.210 matrículas em cursos profissionalizantes, para os jovens se prepararem para o mercado de trabalho e colaboradores que visam qualificação profissional. O documento também apontou que, desde o lançamento do Movimento (de 2012 a 2017), foram 3,1 milhões de matrículas.
Mais de 3 mil voluntários trabalharam no último ano e realizaram acima de 800 ações em Santa Catarina. Também é destaque no relatório anual a atuação das 16 câmaras regionais de educação. Com a descentralização das ações e fortalecimento regional, foi possível atingir 139 mil pessoas. Além disso, houve maior abrangência no território catarinense, o que permitiu atingir uma elevação da escolaridade básica e educação profissional do trabalhador. As câmaras regionais são formadas por voluntários, diretores de escolas públicas, membros o sistema S, instituições de ensino, sindicatos patronais e de trabalhadores, entre outros.
De acordo com o assessor executivo do projeto, Antônio Carradore, os números do ano passado refletem em ações voltadas à temática “Professor”, trabalhada durante todo 2017. E que neste ano será a educação em tempo integral.
Ele também destacou a importância da instituição, em 2016, do Dia da Família na Escola no calendário oficial de Santa Catarina, pois “a participação dos pais é fundamental para o dia-a-dia dos filhos na escola, sobretudo para o bom desempenho dele na vida”. E, acrescentou, que é preciso desenvolver habilidades ainda na primeira infância para ampliar e garantir oportunidades de futuro. “A escola que nós projetamos, que conta com a participação de vários atores, é direito da sociedade”, salientou o assessor executivo.
Durante a primeira parte do evento, Carradore e o consultor do Movimento, Mozart Neves Ramos, pontuaram, ainda, o Plano de Trabalho 2018 e a Temática Educação Integral. Entre as propostas, destaque para a distribuição de uma cartilha com dicas sobre o projeto de vida dos jovens durante o Dia da Família da Escola; a terceira edição do Prêmio SC pela Educação em julho; a valorização e fortalecimento da profissão técnica de nível médio; a elaboração e oferta de cursos on-line para formação de professores; o ecossistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA) para atuação em rede; entre outros.
Segundo o diretor-executivo da Fetrancesc e supervisor do Conselho Regional do SEST SENAT/SC, Maurus Fiedler, representante das instituições no evento, “o relatório anual do SEST SENAT 2017 revela aumento na formação de profissionais para o nosso segmento. Só que este é um pequeno passo em direção a dimensão que o Movimento SC pela Educação tem. Temos muito mais transformações sociais para auxiliar a promover com este projeto, por meio desta parceria, e os reflexos são para toda a sociedade, não há dúvidas”, comentou.
A Base Nacional Comum Curricular – O secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, defendeu que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é fundamental para que todos os estudantes do Brasil aprendam o mesmo conteúdo. De acordo com Deschamps, o estágio atual do projeto é de implementação da primeira etapa, considerando que cada Estado tem um Comitê Gestor e o primeiro contato dos educadores com o documento foi em março (no dia 20 em SC). “A partir de então começaram a ser elaborados os currículos, que serão aprovados por cada Comitê”, acrescentou.
O secretário falou, ainda, que a Base do Ensino Médio deverá ser entregue pelo Ministério da Educação ainda em abril deste ano. O documento será fundamentado na Lei 13.415/2017, que institui a Reforma do Ensino Médio, e prevê a flexibilização nas disciplinas, definindo áreas de conhecimento ao invés de disciplina, por exemplo.
Movimento SC pela Educação adere projeto Educação Já – Todos Pela Educação – O Projeto Educação Já – Todos pela Educação foi apresentado pela diretora-executiva da iniciativa, Priscila Fonseca da Cruz, que destacou a importância de a educação ser a política do País como vetor da transformação. Falou, também, que 10% da violência do mundo ocorre no Brasil, porém “a escolaridade contribui para diminuir estes números, embora não resolva todos os problemas de segurança”.
Priscila explicou que a proposta do projeto é de melhoria da escolaridade e produtividade. E que não há crise na educação, mas na aprendizagem. Também apontou quatro itens que evidenciam esta realidade: 1. A carreira de docente não atrai os melhores alunos; 2. Formação inicial não prepara para a docência; 3. Há diferença entre tempo em sala de aula e efetividade de tempo; 4. Diretores ainda são alocados por indicação política e poucos recebem formação específica.
A diretora-executiva aproveitou para apontar ações do projeto para 2018 e convidou o Movimento SC pela Educação para ser parceiro. Imediatamente as lideranças catarinenses aprovaram a ideia e abraçaram a causa. “Se a gente realmente coloca a educação como foco para o desenvolvimento do País, então todos os setores se empenham por isso”, falou Priscila ao parabenizar o setor produtivo de SC pelo empenho pela causa junto ao Poder Público.
Projeto Novos Caminhos – O superintendente do SESI, Fabrízio Machado Pereira, apresentou os números do projeto Novos Caminhos, formado por diversas entidades empresariais e públicas, entre elas da Fiesc e Fecomércio/SC. Destacou, sobretudo, que a capacitação dos jovens acolhidos por casas-lares de SC fundamentam a operacionalização do projeto. Informação evidenciada na inserção de 203 adolescentes inseridos no mercado de trabalho em quatro anos de projeto.