Para vice-presidente da Fetrancesc, roubo de carga deve ser combatido com ações unificadas

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Para vice-presidente da Fetrancesc, roubo de carga deve ser combatido com ações unificadas

Curitiba, 20.9.16 – Entre os anos de 2014 e 2015, houve mais de 153 mil casos de roubos de cargas no Brasil, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério de Justiça e Cidadania. O Estado que lidera as estatísticas deste tipo de crime é São Paulo, com 44% dos casos, conforme a NTC&Logística.
A região Sudeste é a que concentra a maior quantidade de casos de roubo de cargas. Tem um acumulado de mais de 85%, de acordo com a NTC. Já o Sul do Brasil é a região que menos registra ocorrências deste tipo, com 4,44%, número que representa cerca de 17% ao citar valores em prejuízos.
No primeiro semestre de 2016, São Paulo registrou 4.398 ocorrências de roubo de carga, um aumento de 3,60% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no Rio de Janeiro, o primeiro semestre deste ano já conta com 4.139 casos, um aumento expressivo de 14,57%.
Para o vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística em Santa Catarina (Fetrancesc), Dagnor Schneider, embora ainda sejam altos, os números são positivos para a região Sul, se comparado com os demais. Ele fez esta avaliação depois de participar do 1º Encontro de Segurança no Transporte Rodoviário de Cargas das Regiões Sudeste e Sul – Ações de Integração, realizado pelo Sindicato das Empresas do TRC no Estado do Paraná (Setcepar) nos dias 13 e 14 de setembro.
Contudo, “mesmo os números sendo inferiores, precisamos reagir com mais intensidade a estes crimes. As ocorrências provocam uma bola de neve, acarretando em prejuízos para toda a cadeia envolvida com o transporte”, destacou ao lembrar dos prejuízos apontados pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PC/RS) durante o evento.
A estimativa da PC/RS é que o roubo de cargas no Brasil empenhe um prejuízo de R$ 1,5 bilhões. Isso reflete, de acordo com o órgão de segurança, no bolso do produtor, transportador, segurador e, consequentemente, do consumidor.
Em Santa Catarina, os casos poderiam ser ainda menores, lembrou Schneider, se houvesse uma Delegacia especializada em roubo de carga. “Todos os Estados representados no encontro possuem este órgão, menos o nosso. Este é um pleito que precisamos reivindicar junto ao Governo”, disse.
Santa Catarina também foi representada no Encontro de Segurança no TRC pelos delegados da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), Adriano Bini, e da Divisão de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), Rodrigo Bortolini. Eles falaram sobre a atuação do órgão para tentar elucidar os casos registrados no Estado. Também pontuaram o uso de dois helicópteros, um disponibilizado na região de Chapecó e outro de Florianópolis, para as ações contra roubos de cargas.
Embora SC ainda não tenha este órgão específico, Bini percebe um sucesso nas investigações voltadas ao bloqueio do patrimônio do criminoso envolvido nesta modalidade. “Nós acreditamos que somente a prisão do indivíduo não é o suficiente, porque não atingimos o efeito esperado. Quando conseguimos prender o patrimônio do bandido, desarticulamos toda uma estrutura e uma ação criminosa”, explicou.
Já Bortolini acredita que há uma dificuldade em precisar os roubos de carga em Santa Catarina, “por causa da forma com que o boletim de ocorrência é feito. Com várias tipificações fica difícil termos um número específico”, disse.

Principal alvo é o transporte de alimentos – De acordo com indicadores do Ministério da Justiça e Cidadania, o principal alvo nos casos de roubo de cargas é o transporte de produtos alimentícios. Em seguida vem o cigarro, eletroeletrônicos, produtos farmacêuticos, têxteis e confecções, produtos químicos, autopeças, combustíveis e bebidas.

Melhor forma de combater é agir de forma unificada – O vice-presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, considera que a melhor forma de combater ao roubo de cargas é unir forças de todos os setores, desde segurança até às empresas e os motoristas. “Precisamos alinhar estratégias, reunir informações, contribuir um com o outro, tanto para a investigação quanto para a própria segurança do condutor”, disse.
Já que em Santa Catarina não há uma delegacia especializada para este tipo de crime, a estratégia utilizada pela Fetrancesc para tentar reduzir os prejuízos do TRC foi uma parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF/SC), firmada em agosto deste ano. Com o repasse de dados pelo TRC, a PRF conseguirá mapear os lugares com maior incidência de crimes, bem como suspeitos de envolvimento. A Fetrancesc concentrará os dados com a cooperação dos sindicatos, organizará por meio de relatórios e municiará a PRF para este trabalho.
“Esta iniciativa não elimina a necessidade da criação de uma delegacia especializada. Se tivermos esta inovação associada à articulação da Fetrancesc e PRF conseguiremos êxito na redução significativa desta problemática que prejudica o transporte”, finalizou.

Fonte: HA/Imprensa Fetrancesc

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