Tubarão, 29.8.16 – O avanço nas escavações do vão inferior no viaduto para acesso aos bairros de Sertão dos Corrêas e Cruzeiro, na BR-101 Sul catarinense, já unem a rua Marechal Deodoro, via do munícipio de Tubarão, que era separada pelo traçado antigo da rodovia federal. Com o avanço na construção do viaduto projetado para o km 339, a ligação entre bairros tubaronenses começa a ser desenhada. Agora, os moradores precisam atentar para a continuidade dos trabalhos e as mudanças nos acessos aos aglomerados urbanos.
Quando liberado, a passagem vai ligar os três bairros com auxílio de ruas laterais e alças de incorporação e desincorporação. O tráfego de veículos e pedestres, que antes era delimitado pelo retorno em nível no traçado antigo de pista, vai seguir sem necessidade de disputar espaço com o fluxo de longo curso na BR-101. Além dos veículos, os pedestres também terão espaço para cruzar a rodovia federal de forma segura.
Nesta semana, o Dnit/SC, através dos trabalhos do consórcio Setep-Sotepa, finalizou a escavação do terreno para ligar os dois segmentos da via municipal. A drenagem pode ser continuada e parte da futura alça de incorporação, no bordo esquerdo (sentido Sul-Norte) já toma forma. Além disso, os trabalhos de conformação de taludes, instalação de grama em leivas contra erosão e a finalização estética na estrutura vão moldando mais esta travessia, a última em construção no empreendimento de duplicação.
Para os trabalhos, as comunidades terão que adequar a interrupção no acesso ao bairro de Cruzeiro, pela alça lateral existente. Os moradores, lindeiros ao km 339 não terão temporariamente o acesso pela rua Marechal Deodoro partindo da rodovia federal. Por conta dos trabalhos para construção da pista inferior sobre o viaduto erguido neste trecho, a alça lateral paralela ao sentido Sul-Norte está interrompida. Para acesso ao bairro é necessária a entrada e saída pela comunidade de Fábio Silva.
Também a comunidade de Sertão dos Corrêas deve seguir os desvios existentes para acesso e saída do bairro.
Toda a frente de obras vai continuar ativa na próxima semana, dentro das condições de tempo estável. Todas as frentes, interrupções e pistas em construção têm sinalização provisória de obras para delimitar o tráfego de veículos. Para informações do avanço de obras, o DNIT e o consórcio Concremat-Tecnosolo-WorleyParsons (Gestão Ambiental) disponibiliza os canais de interação pelo telefone 0800 6030 101 e pelos links uteis no site www.101sul.com.br.
Limite de velocidade continua em 60 km/h no Morro do Formigão – O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit/SC) lembra, aos usuários da BR-101 Sul, que a velocidade limite na transposição do Rio Tubarão e Morro do Formigão continua em 60 km/h. Mesmo com boa parte das pistas entre km 337 ao km 339, liberadas em quatro faixas – duas para cada sentido de tráfego, a concentração de obras, equipamentos e trabalhadores requer a manutenção do limite para todos os tipos de veículos.
Para os usuários que trafegam no sentido Porto Alegre-Florianópolis, a redução de velocidade começa antes da ponte do Rio Corrêas e se estende até o viaduto de acesso ao Morrotes. Já no sentido oposto, após o viaduto do km 336 (Morrotes), até o km 339,5 – ligação entre o trecho liberado anteriormente e o novo trecho duplicado, o limite permanece em 60 km/h.
Todo o segmento aloca varias frentes de trabalhos com circulação de pessoas e maquinário. Para os usuários em circulação, a sinalização provisória de obras indica a limitação fixada para a velocidade máxima.
Cuidados maiores no km 337,4 – Os trabalhos de duplicação na BR-101 estão mais concentrados no km 337,4, nos acessos à SC-390 e cabeceiras na nova ponte sobre o Rio Tubarão. Lá, os trabalhos são mais próximos do fluxo de veículos, requerendo maior atenção dos motoristas.
Além dos trabalhos, os usuários devem atentar para mudanças em duas alças de desincorporação (saída de pistas e entrada em vias laterais). Na terça-feira passada, o DNIT/SC liberou o acesso ao bairro Morrotes, pela alça lateral construída no km 336,8 da BR-101 – lado esquerdo, que estava interrompida para construção de pistas.
Já os moradores do bairro Cruzeiro, lindeiros ao km 339 não terão temporariamente o acesso pela rua Marechal Deodoro partindo da rodovia federal. Por conta dos trabalhos para construção da pista inferior sobre o viaduto erguido neste trecho, a alça lateral paralela ao sentido Sul-Norte está interrompida. Para acesso ao bairro é necessária a entrada e saída pela comunidade de Fábio Silva.
Atenção para trabalhos sob pontes da BR-101 Sul/SC – O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit/SC) vem realizando nesta semana, trabalhos de adequação de ruas laterais à BR-101 Sul catarinense, no km 337. Com isso, os usuários da rodovia federal, moradores lindeiros da avenida Severiano Albino Corrêa e motoristas que circulam pela SC-390 devem observar o espaço de obras. Os trabalhos estão direcionados para a construção do sistema de drenagem sob os vãos das duas pontes sobre o Rio Tubarão, construídas neste segmento.
Como as atividades ainda são pontuais, a alocação de frente de obras depende da necessidade para avanço dos trabalhos. Nos próximos dias haverá aumento de trabalhadores e equipamentos nesse espaço, para iniciar a adequação dos acessos à rodovia estadual e do espaço urbano no entorno. A configuração das alças de acessos e também da circulação de pedestres será adequada com os padrões da duplicação, com aplicação de novo pavimento e preparação de passeios públicos.
Nesta sexta-feira, 26, a frente de serviço está isolada com sinalização provisória de obras sob a ponte do Rio Tubarão (LD), separando os pedestres e motoristas das obras. Esse espaço deve ser respeitado, pois oferece risco de acidentes para pessoas não autorizadas. A frente vai receber incremento na quantidade de atividades para as próximas semanas e, por isso, é preciso redobrar os cuidados.
As mudanças em andamento nas alças, ruas laterais e bordos da SC-390 fazem parte do programa de Melhoria das Travessias Urbanas, constante no conjunto dos 22 programas socioambientais e um Estudo do Plano Básico Ambiental da BR-101. Este programa tem como objetivo atuar sobre possíveis distorções no uso e ocupação do solo, na segregação urbana e intrusão visual. Isto é, o considerável aumento na circulação de veículos em tráfego de longo curso, aliado a velocidade constante, como é o caso da duplicação da rodovia federal em zona urbana, gera certo conflito entre o espaço viário e o espaço urbano. Isso acaba causando sérios impactos para motoristas e pedestres, pois afetam o desempenho operacional das pistas e provocam a perda da qualidade de vida dos núcleos urbanos.
Nesse passo, o programa p tem como meta a adequação do planejamento, construção e operação da rodovia, de modo a integra-la ao espaço urbano, através do planejamento estratégico entre comunidades, órgãos públicos e o empreendedor (Dnit). Com a implantação das pistas duplicadas, foi inserida no projeto a construção as passarelas, passagens inferiores para pedestres, passagens inferiores de veículos, ruas laterais, calçadas, faixas de pedestres, sinalização vertical, ciclofaixas e pontos de ônibus, para melhor atender os moradores e usuários da rodovia, priorizando a segurança dos mesmos, tanto no período de obras como depois de concluídas. (Fonte: Assessoria de Imprensa Dnit/SC – BR 101/Sul)
Rodovias têm obras paradas à espera de R$ 237 milhões
Caixa e BNDES vão financiar concessões
Enquanto isso…
Caso se cumpra o novo prazo para a conclusão do anel viário em 2018, os municípios deveriam erguer um busto em homenagem à juíza Micheli Polippo, coordenadora do Centro de Conciliação da Justiça Federal em Florianópolis. Entre os dias 22 e 25 de agosto, ela realizou 37 audiências de conciliação para desapropriação das áreas por onde passará a obra. Conseguiu homologar 15 acordos, num total de R$ 35 milhões em indenizações, e deixou os outros bem encaminhados. Muitas vezes entrando noite adentro, no escuro e sem água, porque os prédios federais têm as luzes desligadas às 20h. (Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini)
Fundo para o trânsito
Bancado pelos pagamentos em acordos judiciais e pelas fianças, o fundo mantido pelo Juizado Especial Criminal e Delitos de Trânsito de Joinville já investiu R$ 1,9 milhão em mais de três anos em diferentes ações, a maioria voltada para o trânsito. Os recursos são liberados conforme a utilidade e a abrangência dos projetos apresentados por entidades públicas ou privadas.
Com recurso do fundo, foram comprados dois furgões para blitz no trânsito, com uso de R$ 191 mil. Outros veículos, além de bafômetros, coletes, tablets, câmeras, entre outros, vieram desse fundo. Campanhas educativas e de prevenção, eventos, compra de mobiliário, salas de informáticas, reforma em unidades policiais, equipamentos médicos, entre tantos outros destinos, tiveram o fundo como financiador.
– A satisfação com esse modelo é grande – resume o juiz Décio Menna Barreto Filho, titular do juizado, citando que 80% dos recursos do fundo são para projetos de prevenção e de atendimento de vítimas do trânsito.
Um dos investimentos é a seleção de instituto para atendimento psicológico e de assistência social e orientação jurídica, em atuação desde o ano passado. (Fonte: Diário Catarinense – Jefferson Saavedra)
Carro pega fogo após acidente na SC-401
Um automóvel ficou incendiado na tarde de ontem após um acidente na SC-401, em Florianópolis. A Polícia Militar Rodoviária ainda não tinha detalhes da ocorrência no início da tarde, mas afirmou que não houve feridos e que as chamas foram contidas pelo Corpo de Bombeiros.
Por conta da colisão, que ocorreu na altura do cemitério Jardim da Paz no sentido Centro, no bairro João Paulo, as filas se estenderam até a região do trevo do Cacupé, cerca de dois quilômetros do local do acidente.
Atropelamento mata criança de oito anos – Duas crianças foram atropeladas enquanto brincavam na calçada em Brusque no sábado. O caso aconteceu na rua José Bodenmuller, no bairro Águas Claras, por volta das 17h40min. De acordo com a Polícia Militar, uma mulher de 47 anos que dirigia um Corsa branco perdeu o controle do carro e subiu na calçada onde um menino e uma menina brincavam. O garoto de oito anos ficou gravemente ferido e foi encaminhado ao Hospital Azambuja, onde morreu horas depois. A menina sofreu apenas alguns ferimentos.
Homem morre na Serra de SC – Um homem de 51 anos, que não teve o nome divulgado pela polícia, morreu na madrugada de ontem após se envolver em um acidente na BR-116 em Santa Cecília, na Serra catarinense.
Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência por volta das 5h15min, a vítima dirigia um Chevrolet Classic, com placas de Santa Cecília, quando perdeu o controle do veículo e capotou próximo ao Km 132,6. Detalhes sobre as circunstâncias do capotamento não foram repassados pela polícia. (Fonte: Diário Catarinense)
Trânsito
Três homens, de 19, 26 e 28 anos, morreram após se envolver em um acidente no fim da tarde de sábado na SC-108, em Braço do Norte. Conforme a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), que atendeu a ocorrência por volta das 18h40min, as vítimas pilotavam motos de trilha quando foram atingidas frontalmente por um Ford Fusion, que teria invadido a pista contrária na altura do Km 315,8 da rodovia após uma tentativa de ultrapassagem. O motorista do carro, com placas de São Ludgero, um jovem de 19 anos, foi levado ao hospital. (Fonte: Diário Catarinense – Ricardo Dias)
Operação Padrão
Auditores Fiscais da Receita Federal farão Operação Padrão, a partir de hoje e até sexta-feira nos portos, aeroportos e pontos de fronteira de todo o Brasil. Alegam que o governo não está cumprindo acordo em torno da aprovação do projeto de lei 5.864/2016, que regulamenta a carreira tributária e aduaneira da Receita Federal e institui o programa de remuneração variável. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Prévia indica queda de 5,1% do PIB do estado em 12 meses
Um número explica o motivo pelo qual a crise passou a pesar mais para os catarinenses a partir de meados do ano passado: o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, no período acumulado de agosto de 2015 a julho de 2016 teve queda de 5,1%, uma retração não registrada pelo menos desde os anos 90, quando o país enfrentou a última recessão. Esse cálculo estimado a partir de diversos indicadores econômicos disponíveis até o mês passado foi feito por uma equipe das secretarias da Fazenda e do Planejamento do Estado. Segundo o economista Paulo Zoldan, membro da equipe, apesar de recorde para SC, a queda é menor do que os -5,
% estimados para o Brasil no mesmo período pelo Banco Central, o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB. Conforme Zoldan, os cálculos estimados pela equipe para o PIB catarinense do ano passado apontaram queda de 4,1%. Ele explica que a maioria dos setores considerados no cálculo do PIB tiveram queda forte, tanto no segundo semestre do ano passado quanto no primeiro deste ano, apenas a agropecuária tem apresentado resultados positivos. No período de julho de 2015 a junho de 2016, o varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, teve queda acumulada de 12,1% no período no Estado, segundo o IBGE. O varejo restrito, sem esses dois setores, caiu 6,2% no mesmo período. A produção industrial teve retração de 8% nos 12 meses e as exportações recuaram 15,5%. Os serviços, que também têm importante peso no cálculo do PIB, tiveram queda de 7% desde julho do ano passado. E a arrecadação de ICMS avançou apenas 1,3% nesses 12 meses até junho em SC.
Sinais de recuperação – Embora os últimos números de SC apresentem um sobe e desce, com saldo de 13.453 postos de trabalho a menos de janeiro a julho, tudo indica que a retomada do crescimento vem a partir da indústria. Em junho, o setor registrou crescimento de 5,4% frente ao mês anterior e, pela primeira vez após 11 meses, alcançou crescimento em relação ao mesmo mês do ano passado, de 0,6%. A confiança do industrial de SC também superou os 50 pontos, o que indica retomada de investimentos. O IBCR-SC cresceu 1,23% em junho frente a maio, o que é um bom sinal. E vem aí um dado nacional que indica retomada da economia, a taxa de investimento do país cresceu perto de 0,40% no período após 10 trimestres consecutivos de retração. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Dilma finalmente acerta
A presidente afastada, Dilma Rousseff, acertou ao tomar a decisão de ir ao Senado apresentar a própria defesa, ou para se despedir. Em meio a tantos tropeços políticos que cometeu antes e depois da aprovação do processo na Câmara, enfrentar os senadores foi a melhor maneira de defender a biografia e de tratar esse momento histórico com a solenidade que ele merece. Um presidente da República – mesmo afastado – não tem o direito de se esconder. Tem satisfações a prestar à população. Errou Michel Temer, por exemplo, quando não encarou de frente prováveis vaias no encerramento da Olimpíada. E errou Dilma, quando escolheu ficar confinada no Alvorada, aparecendo em eventos em que a claque era combinada. Hoje, ela apelará para um discurso mais emocional. Embora praticamente abandonada, chegará na companhia de ex-ministros, presidentes de partidos aliados e do ex-presidente Lula. Faz parte do show. Ontem à tarde contou com a ajuda dos ex-ministros petistas Jaques Wagner e José Eduardo Cardozo para os últimos ajustes no texto. Em razão da crise econômica, dos escândalos da Lava-Jato e de uma incrível incapacidade política, Dilma se despede. A primeira mulher eleita presidente da República, afilhada de Lula, a mãe do PAC, se prepara para sair de cena. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
O dia D de Dilma
Na condição de ré por crime de responsabilidade, Dilma Vana Rousseff, 68 anos, chega hoje ao Congresso Nacional para ser a primeira presidente da República a ser interrogada em um tribunal formado por 81 senadores. Afastada do cargo desde 12 de maio, quando foi aberto formalmente o processo de impeachment, Dilma surgirá no plenário disposta a fazer um discurso para a história, tentar constranger ex-aliados e reafirmar que é inocente, num ato que pode ser o epílogo de 13 anos de governos do PT.
Primeira mulher a ocupar o mais elevado posto na hierarquia política do país, ela é acusada de editar decretos de suplementação orçamentária sem o respaldo do Congresso. Dilma chegará ao Senado acompanhada por um séquito de três dezenas de pessoas, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-ministros, dirigentes partidários e assessores. O compositor Chico Buarque também está entre os convidados, com objetivo de demonstrar vigor político e combatividade, mesmo que seja pela última vez.
Nos últimos dias, a petista se dedicou à escrita do pronunciamento. Tão logo encerra os exercícios matinais, ela se recolhe à biblioteca do Palácio da Alvorada e rascunha em seu notebook textos que mais tarde são discutidos minuciosamente com o advogado José Eduardo Cardozo e ex-ministros, como Miguel Rossetto, Jaques Wagner e Aloizio Mercadante. Lula também ajudou na construção do pronunciamento.
Além de coletar dados de programas sociais e iniciativas consideradas exitosas de seu governo, numa tentativa de apresentar um legado político, Dilma busca paralelos históricos à situação que vive para fazer discurso emocional. Suas leituras mais recentes recuperam crises institucionais enfrentadas por ex-presidentes como Getúlio Vargas, Jânio Quadros e João Goulart, cujos mandatos foram interrompidos por um suicídio, uma renúncia e um golpe militar, respectivamente.
– A presidente vai falar com serenidade, respeito e firmeza. Ela sabe a dimensão histórica deste momento – antecipa o ex-ministro Miguel Rossetto.
Em sua defesa, Dilma dirá que não cometeu crime algum. Os decretos que originaram as pedaladas fiscais, sustenta, foram medidas recorrentes em governos anteriores, como nos mandatos de Lula e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ao atribuir a denúncia a um golpe parlamentar, a petista pretende confrontar o presidente interino Michel Temer, a quem acusará de promover um desmonte dos programas sociais, levando a cabo uma agenda política derrotada nas urnas.
– Será uma fala muito forte. Ela vai dizer o que está por trás do golpe: a retirada de direitos dos trabalhadores – diz o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Realização de plebiscito voltará a ser proposta – Dilma foi orientada a não citar os nomes de seus algozes, mas dirá que o processo de impeachment nasceu de uma revanche do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não contou com o socorro do PT no Conselho de Ética da Casa.
Numa tentativa derradeira de retomar o mandato, mesmo ciente da dificuldade de virar votos, voltará a propor a realização de um plebiscito sobre novas eleições, ideia já abandonada pela cúpula do PT. Na relação com o partido, Dilma já vive situação de solidão.
Ciente de que sua presença no plenário não tem capacidade de evitar a perda do mandato, Dilma fez questão de confrontar seus juízes – algo que Fernando Collor não fez no impeachment de 1992. Trata-se de um estratagema para tentar registrar a imagem com a qual quer se eternizar na história: a de que uma mulher inocente, reeleita com 54 milhões de votos, foi ilegalmente apeada do poder. Considerada inábil, Dilma perdeu o controle da base e do país, afundado em crise econômica.
– Esse é o segundo momento que ela vai a um tribunal. Na primeira vez, enfrentou um tribunal de exceção militar. Agora, de novo vai defender a democracia – afirma Rossetto. (Fonte: Diário Catarinense – Carlos Rollsing/Fábio Schaffner/Guilherme Mazui)
Sessão para a história
O Senado da República será palco nesta segunda-feira de uma inédita aula de História da jovem democracia brasileira, que tanto pode ser edificante – se os personagens de ambos os lados se comportarem como lideranças políticas dignas – quanto constrangedora – se o debate degenerar para o ódio e a baixaria. Na sessão programada para começar às 9h, sob o comando do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, a presidente afastada Dilma Rousseff se defenderá pessoalmente das acusações de ter praticado crime de responsabilidade e será sabatinada por senadores – a maioria já com convicção formada pelo impeachment da mandatária. É a segunda vez que um presidente brasileiro enfrenta um processo de impedimento, com a ameaça concreta de ter seu mandato interrompido de acordo com a Constituição. O julgamento político pode interromper, também, uma hegemonia de mais de 13 anos do Partido dos Trabalhadores no poder.
O país espera de seus homens públicos bem mais do que o espetáculo de confrontação ideológica que se desenha a partir da convocação de figuras ilustres da esquerda para acompanhar a presidente e da reunião prévia de grupos de senadores que fazem oposição ao PT, para combinar a estratégia de ataque. Talvez pareça ingenuidade esperar um debate responsável de políticos que parecem se importar apenas com seus próprios interesses pessoais e partidários, mas esse processo de impeachment já vem causando demasiado sofrimento ao país. Tudo o que se pode desejar hoje é que a transparência prevaleça e que tanto os acusadores quanto a acusada tenham oportunidade para expor seus argumentos com liberdade e clareza.
O amplo direito de defesa da presidente legitima o julgamento, ainda que ela própria e lideranças de seu partido venham insistindo na tese do golpe. A solidez da democracia brasileira comporta também esse tipo de discurso, mas o que realmente interessa ao país é virar logo esta página, fortalecer suas instituições e superar a crise e a desconfiança no futuro.
Em resumo – Editorial diz que o amplo direito de defesa da presidente legitima o processo de impeachment, que está sendo implementado rigorosamente de acordo com a Constituição e sob vigilância das instituições democráticas. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)