Florianópolis, 4.8.2016 – A falta de manutenção e de conservação nas rodovias que integram a região do Contestado e do Vale do Rio do Peixe, no Meio-oeste de Santa Catarina, tem causado deterioração de muitos trechos, mostra estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). A análise, apresentada em reunião da Câmara de Transporte e Logística da entidade, nesta quarta-feira (3), destaca a situação das SCs 135, 350, 355, 453, 452, 150, 464, 451 e 120, que totalizam 690 quilômetros, percorridos pelo engenheiro Ricardo Saporiti nos meses de abril, junho e julho. O trabalho tem o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA-SC). Clique aqui e veja o estudo.
O presidente da Câmara, Mario Cezar de Aguiar, disse que por causa da falta de recursos e da precariedade das rodovias, a FIESC tem posicionamento favorável à concessão com a condição de que ela seja um benefício para a população. “Não se pode permitir uma concessão em que o pedágio seja mais uma oneração para o setor produtivo. Logicamente que o usuário vai pagar pedágio, apesar de já pagar seus impostos, mas é preferível pagar um pedágio pequeno e ter uma rodovia segura e que se consiga trafegar. Por essa razão é que defendemos a concessão”, declarou.
O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembra que as deficiências na infraestrutura rodoviária são um diferencial negativo de Santa Catarina, que precisa encontrar solução para viabilizar os investimentos necessários nas estradas, pois elas constituem um obstáculo à competitividade do Estado.
Prejuízo – O usuário da rodovia já paga um valor mais alto que uma tarifa de pedágio, pelo tempo parado em congestionamentos e pelas más condições das rodovias, afirmou na reunião o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc), Ari Rabaiolli. Disse que uma hora parada em engarrafamento de um conjunto cavalo-carreta tem um custo fixo de quase R$ 100,00, sem considerar o variável. E isso é prejuízo, “o pedágio oficial ainda se consegue repassar”, lamentou Rabaiolli.
Ele lembrou que tanto o governo estadual como o federal não têm recursos para investir em infraestrutura rodoviária e por isso a saída é conceder as rodovias à iniciativa privada. Para ele, a duplicação da BR-101 demorou quase 20 anos e serão mais 20 anos para a duplicação da BR-470. “Temos sim, que ter a coragem e enfrentar o problema de frente. Há um poder de convencimento que nós temos na Fetrancesc de oficializar o pedágio, porque o custo é muito maior (na atual situação) que com a privatização. O Conselho das Federações Empresarias de Santa Catarina (Cofem) precisa lutar pela privatização as rodovias, argumentou ele.
A análise mostra que nas rodovias percorridas têm sido executados serviços de roçada e “tapa buracos” em vez de obras de manutenção e conservação rotineiras. Com isso, constatou-se deterioração acentuada do pavimento em alguns trechos construídos nos últimos cinco anos. No caso da SC-135, no segmento entre a BR-280 (Porto União) e Matos Costa, numa extensão de 28 quilômetros, terá que ser totalmente restaurada, exigindo investimentos de aproximadamente R$ 53 milhões, conforme estimativa da Secretaria de Estado da Infraestrutura. O valor é praticamente o dobro do aplicado quando a estrada foi construída há dez anos. Conforme o estudo, a SC-350, no trecho entre Caçador e Taquara Verde até a BR-153, também necessita, urgentemente, de serviços de restauração, com remoção do pavimento danificado, reparos profundos na base, recapeamento e micro revestimento em vários segmentos, uma vez que “tapa buracos” já não são suficientes em muitos trechos.
Outros trechos também apresentam problemas: na SC-135 (Videira, Rio das Antas e Caçador) foram encontrados recalques e buracos no asfalto entre os km 115 e 116,3; na SC-452 (Rodovia Carlos Pisani) entre Fraiburgo e a BR-470 passando por Monte Carlo há trincamento, desagregação e afundamento do pavimento em vários pontos. Na SC-355 (Rodovia da Maçã), que passa por Lebon Régis, Fraiburgo e Videira, há deterioração do pavimento em alguns pontos. A Rodovia Waldemar Kleinubing (SC-464), que liga Iomerê, Arroio Trinta e Salto Veloso, já apresenta afundamento do asfalto em alguns segmentos.
Segundo o engenheiro, pesquisas mostram que para cada US$ 1 não investido em manutenção e conservação rotineira de rodovia, serão necessários US$ 2,50 na restauração. “A execução de serviços de recuperação, manutenção, monitoramento, conservação e melhorias são imprescindíveis tanto para obras em execução, como também as já concluídas para melhorar a competitividade e as condições de infraestrutura”, afirma Saporiti.
Os serviços de reparos no pavimento, roçadas e limpeza das rodovias percorridas estão sendo executados pelas Agências de Desenvolvimento Regionais (ADRs) de Caçador, Videira, Curitibanos e Joaçaba, que atendem a região do Contestado e do Vale do Rio do Peixe. No entanto, os valores previstos nos orçamentos das Agências para este ano são insuficientes para a realização de obras como manutenção e recuperação. Os valores permitem somente a execução de alguns reparos tipo “tapa buracos” e roçadas. De março a dezembro de 2016, a ADR de Caçador tem previstos R$ 842,6 mil, a de Videira R$ 517,9 mil e a de Curitibanos R$ 427,4 mil. De abril de 2016 a março de 2017, a Agência de Joaçaba tem orçados R$ 919,9 mil.
Apesar de a análise apontar uma série de trechos deteriorados, também mostra a execução de importantes obras de implantação, pavimentação e obras de arte especiais para a região, como a ponte sobre o Rio Estreito, na SC-453 (Rodovia Engenheiro Linneu Luiz Bonato), entre Luzerna e Tangará, em fase de conclusão. Na SC-135, de Tangará a Videira, também estão sendo feitas obras de pavimentação e modernização da rodovia. A SC-355, no trecho conhecido como Rodovia da Maçã, está em bom estado de conservação. Fonte: Assessoria de Imprensa da FIESC com Imprensa Fetrancesc.
Recuperação das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo custará r$ 29 milhões – O início das obras de recuperação das pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos, de Florianópolis, depende da resolução de um questionamento do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC) feito ao Deinfra sobre a modalidade de contratação da empresa que executará a obra. O projeto está pronto e orçado em cerca de R$ 29 milhões. As informações foram apresentadas pelo engenheiro do Deinfra, Wenceslau Diotallevy, durante reunião da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta quarta-feira, 3 de agosto, em Florianópolis.
Segundo o engenheiro, o Deinfra contratou por meio de pregão a empresa que executará as obras. Contudo, o TCE questionou o órgão do governo por que optou por esta modalidade em vez da técnica e preço. O Deinfra deve responder ao Tribunal nos próximos dias, mas ainda não tem data para o início das obras.
“Os reparos que as pontes precisam é preventivo dentro de um quadro corretivo. Se demorar mais, o custo vai ser muito maior para recuperar. Por isso, tem que ser o mais rápido possível. Essa é a conclusão dos estudos. O que tem que fazer está claro. Não é nada de alto risco. Se esses serviços forem postergados, vão se tornando mais agudos e caros para o governo do Estado”, explicou Diotallevy.
O pregão é feito de forma eletrônica. As empresas apresentam um lance e aquela que oferecer o menor preço ganha e depois comprova se tem capacidade para executar o contrato. Na modalidade técnica e preço é apresentada proposta e avaliada a qualificação técnica, que somada ao menor custo define a empresa vencedora.
Em relação à Ponte Hercílio Luz, de Florianópolis, o engenheiro disse que o cronograma de obras está em dia e a estrutura será entregue em meados de 2018. O custo da restauração está orçado em R$ 262 milhões.
Fonte: Assessoria de Imprensa da FIESC