Clipping Imprensa – SC-401, uma rota insegura

Clipping Imprensa – SC-401, uma rota insegura

Florianópolis, 30.3.16 – Projetada para acompanhar o progresso e ligar o Centro de Florianópolis ao Norte da Ilha, a estrada que hoje recebe o nome de SC-401 surgiu ainda na década de 1930. Marco para o desenvolvimento da região, a construção consolidou a transformação urbana de Canasvieiras e de outros balneários. O crescimento rápido e desordenado, porém, fez crescer também o número de moradores e empreendimentos ao longo da rodovia. O acelerado desenvolvimento e a falta de investimentos dão à SC-401 um vergonhoso título: a rodovia estadual mais perigosa de Santa Catarina. Em parceria com a RICTV Record, o Notícias do Dia apresenta hoje e amanhã reportagens que mostram o crescimento e os problemas e apontam as soluções para o futuro da rodovia.
A construção da SC-401 foi responsável por projetar o crescimento rumo ao Norte. Deixou de ser apenas o caminho do Centro às praias para despontar como o trajeto do empreendedorismo. Em suas margens foram erguidos empreendimentos inovadores, tecnológicos, shopping center, prédios comerciais e teatro, e passou a ser endereço da sede administrativa do governo catarinense. Com o rápido crescimento, a segurança e a mobilidade urbana foram deixadas de lado.
Para chegar aos bairros residenciais do Norte da Ilha ou às empresas ao longo da rodovia, até 60 mil veículos trafegam em um único dia no ponto mais crítico, próximo à entrada do bairro João Paulo, segundo dados do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis). Além de ser a rodovia estadual mais movimentada, a SC-401 lidera também o ranking da rodovia mais perigosa do Estado, sendo palco do maior número de acidentes em estradas estaduais, de acordo com a PMRv (Polícia Militar Rodoviária).
Concebida como uma rodovia, que originalmente tem a função de ligar dois pontos e dar fluidez ao trânsito, a SC-401 deixou de exercer somente este papel e tem adquirido características de uma via urbana. Desta forma, para solucionar os problemas, é preciso também a integração de diversos órgãos. Dividida em quatro trechos, a SC-401 vai do Norte ao Sul da Ilha. O primeiro e mais importante tem 19 quilômetros, entre Canasvieiras e o elevado do Itacorubi, sob responsabilidade do Estado. A partir deste ponto vira avenida Beira-Mar Norte, sob responsabilidade do município. A rodovia volta a ser SC-401 do túnel Antonieta de Barros até a Base Aérea, mais uma vez municipalizada.

Desenvolvimento do Norte da Ilha – A ideia de abrir uma estrada para ligar a ponte Hercílio Luz até a praia de Canasvieiras surgiu do ex-governador Hercílio Luz. Ele vislumbrava a estrada quando o maior símbolo catarinense começou a ser erguido, em 1922. Esse seria o caminho para levar o desenvolvimento econômico até o Norte da Ilha.
O que era sonho passou a ser realidade sete anos mais tarde, no governo de Adolfo Konder (19261930). Nascia a rodovia Virgílio Luz, que seria remodelada na década de 1970 com um novo traçado e batizada de José Carlos Daux – precursor do turismo local – para então ser conhecida como SC-401. Antes disso, moradores e comerciantes só tinham duas formas de chegar ao Centro: de barco ou a cavalo.
Em 1972, o geógrafo José Luiz Sardá, pesquisador da história de Florianópolis, testemunhou a inauguração da rota do polo turístico. “Desde 1918 o governador Hercílio luz demonstrava interesse em criar estações balneárias na região Norte da Ilha. Tinha em mente que a abertura de uma estrada seria um marco histórico de grande importância ao desenvolvimento da região”, afirma. “Ele tinha em mente que a implantação do projeto de turismo na Ilha dependia fortemente de um novo acesso rodoviário entre a cidade e o balneário”, conclui.
O crescimento da região fez surgir a necessidade de duplicar a rodovia. Um trecho foi duplicado entre 1995 e 1998 e, em dezembro de 2011, foram duplicados outros 6,6 quilômetros, do trevo de ratones até Canasvieiras.

Características perdidas – Com o crescimento às margens da rodovia nos últimos 20 anos, a SC-401 tem perdido sua função inicial e adquirido características de via em área urbana. De acordo com José Lelis de Souza, doutor em engenharia de transportes pela USP (Universidade de São Paulo), rodovias estaduais são construídas para ligar cidades e para dar fluidez ao trânsito com baixo índice de interrupções.
A via urbana tem circulação mista de veículos, pessoas e ciclistas, por isso tem obstáculos, como passarelas, semáforos e faixas de pedestres.
Com o número crescente de empreendimentos e da alta concentração de pessoas às margens da rodovia, a SC-401 tem agregado alguns dos traços de vias urbanas. “Acredito que estas rodovias cumpriram o objetivo político na época, de contribuir para o desenvolvimento da Capital, de povoamento das áreas e de bairros. Hoje a via se tornou uma área que exigiria mais passarelas, passagens de pedestres, entradas e saídas de carros. Ou seja, características de vias urbanas. Mas tecnicamente não se coloca em rodovias semáforos, faixas de pedestres e outros obstáculos”, explica Souza.

Estatísticas alarmantes – Do início de 2014 a 28 de março de 2016, a SC-401 teve 1.516 acidentes. O número é o mais alto entre as rodovias estaduais de Santa Catarina. A segunda colocada, a SC405, no Sul da Ilha, teve 915 acidentes neste mesmo período. Em número de acidentes com mortes, a SC-401 também é líder disparada: são 29 mortes neste período contra 5 na SC-405.
Para o chefe de operações da PMRv, major Mauro Rezende, os números são resultado da falta de estrutura e também da imprudência de quem circula no local. Com estes números, a SC-401 recebe o título de rodovia estadual mais crítica de Santa Catarina. A constatação é feita por meio da UPS (Unidade Padrão de Severidade), feito pela PMRv segundo método do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e Ministério dos Transportes.
O método leva em conta o número de acidentes sem vítimas, com feridos e com mortes em um determinado trecho. Cada dado recebe um peso conforme a gravidade e um resultado final por trecho. Entre todas as rodovias estaduais, este sistema classifica a SC-401 como a mais violenta; em seguida, está a SC-405. (Fonte: Notícias do Dia – Felipe Alves e Paulo Mueller)

Atraso no Sul da Ilha

Mais de três anos depois de assinada a primeira ordem de serviço para a duplicação da rodovia Diomício Freitas e a construção do acesso ao novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis, houve avanço em três dos quatro lotes da obra. Porém, o impasse em um deles pode atrasar ainda mais a conclusão do serviço, previsto para ser entregue em agosto de 2017, segundo o Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura).
Em três lotes, os processos de licitação já foram encerrados, e as obras estão entre 11% e 40% concluídas. O quarto lote, intermediário, e que passa pela Reserva Extrativista Marinha do Pirajubaé, é o que necessita de licença ambiental do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade) e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), impasse que se arrasta desde 2013. Este trecho, que começa depois do trevo do bairro Carianos e vai até o acesso à SC-405 e à Tapera, também necessita de desapropriações, mas uma indefinição no traçado da obra gera dúvidas entre moradores da área que pode ser atingida pelo trabalho. O Deinfra discute dois trajetos, ambos próximos, mas um deles envolve maior número de desapropriações, em valores que ficariam entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões. Conforme o Deinfra, o governo espera gastar até R$ 50 milhões em desapropriações. As negociações só terão início após o impasse com órgãos ambientais.
Enquanto isso, pessoas como Sérgio Vanzella, 51 anos, dono de uma casa no loteamento Santos Dumont, aguarda apreensivo o desfecho. Sem fazer reformas ou qualquer modificação no imóvel, e de posse da escritura, Vanzella disse esperar apenas que caso tenha que deixar o local “receba um valor justo, para que consiga comprar algo parecido em outro lugar”.

Lotes 1a e 1B são os mais adiantados – Nos lotes já licitados e em obras, os mais adiantados são o 01a, que vai do trevo da seta ao estádio da ressacada, e está 30% concluído; e o 02a, do trevo de acesso à SC-405 até o novo terminal de passageiros do aeroporto, e tem 40% dos trabalhos concluídos. Ambos os lotes, estima o Deinfra, devem ficar prontos nos primeiros meses de 2017.
Daí a necessidade de pôr fim ao impasse ambiental no lote 01B, intermediário, e que ligará os outros dois lotes. Já o lote 03B engloba exclusivamente viadutos, galerias, prolongamento e elevação, como a que foi feita na ponte sobre o Rio Tavares. Esta etapa das obras está a cargo da MLA Construções e tem 11% do serviço concluído. Os outros dois lotes em andamento são executados pela PLM Construções. (Fonte: Notícias do Dia – Leonardo Thomé)

Sem mortes – O balanço da Operação Especial de Páscoa realizada pela Autopista Litoral Sul, entre os dias 24 e 27, fechou sem registro de vítimas fatais no período, entre Curitiba e Florianópolis. Em um total de 2.581 atendimentos realizados, que refletiram em um volume 14,7% maior que o normal nesse trecho, foram registrados 196 acidentes, com 8 vítimas moderadas e 36 leves.

Enquanto isso… – Deputado Esperidião Amin (PP-SC) deve se reunir até amanhã com o ministro Marcos Bemquerer, do Tribunal de Contas da União, para discutir o imbróglio do anel viário da Grande Florianópolis, que novamente está sem data de conclusão. Amin vai levar o caso para o ministro, responsável pela fiscalização do termo de ajustamento de conduta firmado entre União e concessionária em 2013, prevendo o término das obras em 2017. Depois passou para 2018 e agora ninguém mais sabe. Uma beleza!!!

Transporte no vermelho – Às vésperas de nova negociação salarial, as empresas de transporte turístico do estado temem novo revés ao já combalido setor. De acordo com Nilton Pacheco, presidente da Associação Catarinense do Segmento (Aettusc), somente em 2015 as empresas enfrentaram uma crise sem precedentes e já demitiram mais de 30% de seus colaboradores. No ritmo atual chegarão a julho com mais de 50% dos postos de trabalho fechados, alerta.

Põe na conta – O prefeito Cesar Souza Junior determinou à Procuradoria Geral do município que envie ao responsável pela danificação de equipamentos públicos a conta do prejuízo. Vale para semáforos, pontos de ônibus, guardrails etc. Apenas no acidente mais recente, na Avenida Beira-mar Norte, quando dois semáforos foram derrubados, o prejuízo aos cofres públicos ultrapassou R$ 30 mil. (Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini)

Conferência de portos

O Porto de Itajaí vai sediar a nona edição do congresso da Associação dos Portos de Língua Portuguesa. O encontro reúne representantes de portos de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor, além do Brasil. Em pauta, o desenvolvimento do transporte aquaviário e ajuste de procedimentos. (Fonte: Diário Catarinense – Dagmara Spautz)

Visita nas obras

O presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Wanderley Teodoro Agostini, vem a Criciúma amanhã para vistoriar as três principais obras em andamento na região Sul. A agenda se inicia às 9h, na Via Rápida e segue para o Anel de Contorno Viário. Às 11h, Agostini vai para Treviso, onde irá vistoriar as obras da SC-447, que estão em fase de finalização. (Fonte: Diário Catarinense – Ricardo Dias)

Canteiro de obras sem data para acabar

Em outubro de 2015 a prefeitura de Florianópolis anunciou o convênio para revitalização da Avenida das Rendeiras no valor de R$ 1 milhão, contemplando obras de drenagem, terraplanagem, estacionamento, ciclovia, sinalização e urbanização. Um canteiro de obras foi montado em dezembro, mas, para não prejudicar o trânsito com a chegada do verão, os trabalhos foram interrompidos e até agora não reiniciaram.
A poucos metros da Avenida das Rendeiras, a revitalização da praça Bento Silvério também segue parada. As obras começaram em junho de 2015 com prazo de conclusão de 180 dias. Parquinho, academia e bancos foram retirados e deram lugar a um novo piso, e o casarão Bento Silvério segue com tapumes em volta.
Na rua Osni Ortiga, finalmente as obras para conclusão da ciclovia foram retomadas após quase quatro meses paradas, faltando apenas 200 metros para conclusão. Na manhã de ontem era possível ver a movimentação de operários na obra.

Reunião vai definir futuro dos projetos – Por meio da assessoria de comunicação, a Secretaria de Obras de Florianópolis informou que a revitalização da Avenida das Rendeiras, assim como a da Praça Bento Silvério estavam sob responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, que foi extinta no final de 2015. Por causa disso, as obras passaram para os cuidados da Secretaria de Infraestutura do Governo do Estado.
Segundo a assessoria, entre quinta e sexta-feira deve ocorrer uma reunião entre governo do Estado e prefeitura para alinhamento dos processos e retomada das obras. Quanto à ciclovia da rua Osni Ortiga, a Secretaria de Obras informou que a conclusão do trecho restante deve levar cerca de três meses.

Relembre

Restauração da Praça Bento Silvério
Su
stituição do piso por paver, terraplenagem e limpeza, sistema de drenagem e manutenção dos equipamentos, mobiliário e iluminação; construção de dois banheiros públicos e Casa das Margaridas, local para funcionários da Comcap guardarem equipamentos
Início: Junho de 2015
Previsão de conclusão: 180 dias
Valor: R$ 690 mil

Revitalização da Avenida das Rendeiras
Troca do piso por paver, drenagem, terraplenagem, passeios, estacionamento, ciclovia, sinalização horizontal e urbanização.
Data de início: Dezembro de 2015
Previsão inicial de conclusão: julho de 2016
Valor: R$ 945 mil


Ciclovia Osni Ortiga

2,8 km de ciclovia e passeio e iluminação da via
Data de início: Junho de 2013
Previsão de conclusão: julho de 2014
Valor: R$ 3 milhões (Fonte: Diário Catarinense – Gabriela Wolff)

O próximo passo do PMDB

O PMDB agora está livre para entrar oficialmente na campanha a favor do impeachment. Institucionalmente, porém, as principais lideranças negam qualquer mobilização. Não querem alimentar os ataques dos petistas. O próprio Michel Temer vai mergulhar até que o impasse se resolva no Congresso. Mas nos bastidores a estratégia é deixar que cada bancada regional se posicione a favor do afastamento da presidente Dilma e que as decisões sejam encaminhadas à bancada federal. Com a chancela dos Estados, os deputados federais fecharão questão pró-impeachment. Esse próximo passo do PMDB foi cuidadosamente planejado, assim como a rápida sessão do desembarque. O combinado era que em cinco minutos a decisão fosse anunciada, evitando discursos ou mal-entendidos que indicassem falta de unidade. O plano para a sessão de ontem deu certo, considerada um sucesso pela cúpula do partido. Neste passo a passo rumo à Presidência da República mesmo sem um voto na urna, o partido de Temer, agora, prepara-se para levantar a bandeira do Fora PT.

Virou – Colombo vai liberar os secretários João Paulo Kleinübing (PSD) e Cesar Souza (PSD) para voltarem à Câmara na votação do impeachment. Eles devem votar a favor do afastamento. Assim, Dilma perde o voto da deputada do PC do B Angela Albino.

Conversas – Em périplo por Brasília sobre a renegociação da dívida, Colombo aproveitou para trocar dois dedos de prosa com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. A conversa foi interrompida por um chamado do Planalto. Kassab liberou o PSD para votar como quiser no impeachment.

Eles saíram – A Eletrosul encaminhou nota à coluna, informando que o ex-governador Paulo Afonso foi substituído na diretoria da empresa no último dia 21 de março pelo funcionário de carreira Laércio Faria, e que Djalma Berger não é mais presidente. Quem assumiu foi Márcio Zimmermann.

Faz de conta… – Mesmo pressionado, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), vai tentar ganhar tempo. A reunião do partido, marcada para hoje de manhã, servirá para escolher uma nova data para analisar o rompimento. Enquanto isso, o Planalto oferecerá mais cargos ao partido. (Fonte: Diário Catarinense Carolina Bahia)

Caricatura de democracia

O mundo sempre funcionou em duplas, pelo menos no mundo dos espetáculos, do cinema, da música ou do esporte: O Gordo e O Magro, Jerry Lewis e Dean Martin, Tom e Vinicius, Roberto e Erasmo, Zezé e Luciano, Neymar e Messi.
Raro, contudo, é encontrá-las em espetáculos mais interesseiros, como no perigoso trapézio da política partidária, onde a coerência e a fidelidade, coitadas, acabam se esborrachando no duro chão da realidade.
Políticos fazem alianças sem consultar ninguém, a não ser os seus próprios e nem sempre confessáveis interesses. Não existem duplas em política. Está para nascer o político que se conforme em fazer “escada” para o outro. As coligações acontecem com o vago nome de “base aliada”, num pacto em que o “anel” não chega a dar uma volta completa em torno dos dedos “aliados”.
No plano ideológico ou programático, o que existe, mesmo, é uma sortida geleia geral. As alianças deixam sempre uma fresta aberta para o exercício criativo da traição.
O problema é que a política é uma ciência maquiavélica – e, como tal, construída sobre a divisão, a subtração e a traição. Não há aliança mais efêmera – e mais infame – do que a política, concelebrada quase sempre por adversários que se detestam.
Hoje, qualquer aliança acontece sem o menor recato, a mais canhestra vergonha. “Peixe e cobra dágua” logo se transformam em amigos íntimos, irmanados pelos óleos do fingimento. Dão-se as mãos e levantam os braços, como se fossem campeões de alguma coisa, a não ser da própria desfaçatez.
Esse multipartidarismo difuso, com 28 dos 35 partidos no plenário da Câmara Federal, se traduz na maior tragédia da democracia dita representativa.Tão fragmentadas se tornaram as bancadas que já não conseguem formar maiorias decisivas, ou seja: com tantas “alianças”, não há governabilidade possível.
O país sofre com a farsa dessas alianças fundadas no velho toma-lá-dá-cá: a fidelidade vale tanto quanto uma promessa de político: nada.
O Brasil precisa reinventar o seu sistema partidário, estabelecendo regras de estabilidade e de deliberação. A continuar esse mosaico de “acampamentos partidários”, regidos pelos interesses pessoais e pela infidelidade, o Brasil estará fadado a viver democracias caricatas e a se transformar numa divertida piada para o mundo. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)

PMDB-SC: crise desmontou estratégia

Futuras narrativas sobre o ocaso do governo Dilma Rousseff (PT), caso seja confirmado o impeachment da presidente, talvez apontem o PMDB de Santa Catarina como o deflagrador do processo de rompimento do partido com o governo federal petista. O gesto liderado pelo deputado federal Mauro Mariani e endossado pelas principais lideranças da sigla antecipou em duas semanas o decisão do diretório nacional de entregar os cargos e se afastar de uma gestão que, hoje, 30 de março, parece condenada ao mesmo destino que atingiu Fernando Collor de Mello em 1992.
O histórico apego do PMDB a cargos já se tornou um folclore da política brasileira e é isso que dá força simbólica ao gesto. Nos próximos dias, o Diário Oficial da União passará a ser leitura habitual daqueles que, como São Tomé, preferem ver para crer. O pequeno exemplo catarinense mostra que existe um hiato entre o anúncio do desembarque e o efetivo desvinculamento dos cargos. Em nível federal, será um fenômeno a ser conferido.
O curioso nessa história é que a relação entre o PMDB catarinense e o governo federal petista é que o Estado nunca foi um exemplo de harmonia na aliança que deu sustentação política a parte dos mandatos de Dilma e do ex-presidente Lula. Aqui, os petistas foram fundamentais na vitória de Luiz Henrique da Silveira (PMDB) em 2002, mas se negaram a participar do governo estadual, mesmo diante de insistentes convites. Apostaram no projeto próprio de poder e acabaram isolados diante do plano B de LHS, a aliança com os pefelistas hoje abrigados no PSD.
Foi apenas no ano passado, início do segundo mandato de Dilma, que o PMDB catarinense aproveitou a fragilidade local do PT para exigir seu papel de sócio. Conquistou o comando da Eletrosul, joia da coroa federal no Estado, e a presidência da Embratur. Uma espécie de pacto com lideranças petistas locais como Claudio Vignatti vislumbrava uma aproximação concreta entre os dois partidos, no momento em que parte do PSD advogava pelo rompimento da aliança estadual e tratava peemedebistas abertamente como futuros adversários. O aprofundamento da crise política nacional mudou o jogo. O PMDB de SC, deflagrador do rompimento nacional do partido, mal teve tempo de sentir a dor e a delícia de ser governo federal.

Enxugando o projeto – Raimundo Colombo (PSD) foi a Brasília encontrar o deputado federal Esperidião Amin (PP), relator do projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União. Junto com o secretário da Fazenda, Antonio Gavazzoni (PSD), à direita na foto, apresentou sugestões para amenizar as contrapartidas exigidas pelo governo federal. As maiores preocupações de Colombo são a proibição de novos financiamentos por quatro anos e de contratar novos servidores por dois anos. A votação deve ser apenas na próxima semana. (Fonte: Diário Catarinense – Upiara Boschi)

O xadrez do impeachment

Com a saída do PMDB, o governo fica mais desprotegido no verdadeiro jogo de xadrez político em que se transformou o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Agora, caberá ao Planalto o próximo movimento no sentido de evitar o xeque-mate ou de retardá-lo até que a pressão da opinião pública diminua. Neste momento, com a economia em frangalhos e a investigação da Operação Lava-Jato, ganha força a tese de impedimento defendida pela oposição, agora reforçada pelos peemedebistas. Resta saber se outros partidos da base aliada seguirão o exemplo do PMDB, o que deixaria a presidente da República ainda mais isolada.
A situação não é tranquila nem para o próprio PMDB, que se habilita a assumir o comando do país com o vice-presidente Michel Temer, mas deixa a impressão de estar trocando o adesismo histórico pelo oportunismo e pela conspiração. Além disso, sai dividido, pois dificilmente todos os ministros do partido e todos filiados que ocupam centenas de funções no governo acatarão a recomendação de abandonar imediatamente seus cargos. Para completar, a saída dos peemedebistas dá munição ao governo para manter o apoio de outros partidos, mediante uma nova partilha dos cargos disponibilizados.
Embora o jogo do impeachment tenha regras claras, que vêm sendo fiscalizadas com autoridade pelo Supremo Tribunal Federal, os bastidores da disputa revelam mesquinharias, loteamento da máquina pública e prevalência de projetos pessoais e partidários sobre os interesses maiores do país – entre os quais, o de sair do imobilismo e voltar a se desenvolver. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)

O que fizeram com a Petrobras?, por Glauco José Côrte*

O cearense Jesus Soares Pereira foi o mentor da lei 2.004, que criou a Petrobras. Ele fazia parte da equipe de Vargas e, com alguns economistas e intelectuais, como o paulista Monteiro Lobato, empunhou a bandeira o petróleo é nosso. Ambos tinham orgulho daquela que já foi considerada a nossa principal estatal.
Hoje, os resultados da Petrobras entristecem os brasileiros. O prejuízo de quase R$ 35 bilhões, mais do que falta de gestão, escancara os desajustes provocados por uma política lesiva aos interesses da Petrobras. Somado ao prejuízo de 2014, de cerca de R$ 22 bilhões, temos aí R$ 57 bilhões perdidos. O valor de mercado da empresa no dia 21 de março era de R$ 121,4 bilhões. O pico de valoração foi em 21 de maio de 2008, com R$ 510,4 bilhões. Desde então, o valor da estatal caiu R$ 389 bilhões.
A política de contenção dos preços dos derivados de petróleo contribuiu para represar a inflação, que explodiu, superando a casa dos dois dígitos. Isso gerou problemas de caixa que foram agravados pelos bilhões de reais desviados para a corrupção.
A corrupção é um mal que deve ser combatido por todos. Não é possível aceitar que um cartel de empresas privadas, em conluio com o governo, prejudique o futuro do país. Os poderes constituídos, em especial o judiciário, são a esperança para conseguirmos debelar esse mal que corrói as empresas e se infiltra pelos meandros do governo.
O que faz um país se desenvolver é o conjunto dos esforços do governo, das empresas, dos trabalhadores e das famílias. Mas, são as empresas que têm papel fundamental no desenvolvimento. Geram emprego, renda e arrecadação. Ao governo, compete devolver à sociedade bons serviços, como, pelo menos, educação, saúde e segurança, além de garantir boa infraestrutura logística. Com o dinheiro arrecadado dos contribuintes, das empresas, dos trabalhadores e das famílias.
Que a atual fase de limpeza do Brasil contribua para recolocar o país no caminho do desenvolvimento sustentável. Essa é a nossa grande esperança!
*Presidente da Fiesc (Fonte: Diário Catarinense – Artigos)

Custo da tarifa do gás natural cai 9% em Santa Catarina a partir de junho

Devido à queda do preço da cesta de óleos internacionais, a SCGás, distribuidora de gás natural em Santa Catarina, anunciou redução de cerca de 9% no custo da tarifa média do insumo no Estado, beneficiando todos os grupos de consumidores indústria, comércio, setor automotivo e residências somando cerca de 100 mil clientes. A decisão foi tomada pelo conselho de administração da companhia e comunicada ontem, durante a reunião da Câmara de Energia da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc).
A SCGás também anunciou que conta com ampla oferta de gás disponível a novos consumidores industriais no curto prazo e soluções alternativas para médio e longo prazo. A redução da tarifa em junho representará alívio expressivo à indústria nesta fase de inflação alta. O setor responde por cerca de 80% do total consumido no Estado. Conforme a SCGás, a mudança do preço deverá ser homologada pela Aresc, a agência reguladora catarinense. Atualmente, a distribuidora tem 226 clientes industriais de diversas regiões do Estado.
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8211; Num ambiente de pressão inflacionária de todos os lados, uma notícia de redução de preço da tarifa do gás é animadora. Ela decorre da queda do preço do petróleo no mercado internacional e está sendo minimizada pela desvalorização do real frente ao dólar – comentou Otmar Müller, presidente da Câmara de Energia da Fiesc, ao destacar que o preço do gás caiu cerca de 50% no mercado internacional.
O insumo representa cerca de 25% do custo de produção da indústria de revestimento cerâmico de Santa Catarina, que é a mais intensiva no uso de gás. Com a queda de 9%, deverá ficar em torno de 23% do custo total do segmento. Conforme Otmar Müller, a crise gera dificuldades para todos. A energia elétrica, que responde por 7% a 8% do custo do setor, subiu 42% ano passado. Os salários seguem com aumento real todos os anos em SC. Nos últimos oito anos, os ganhos reais dos trabalhadores acumulam alta de 32%.

Grupo norueguês planeja investir – Santa Catarina dispõe de 2,1 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia pelo Gasbol. Além da oferta atual maior causada pela queda do consumo, conta com propostas importantes de investidores interessados em instalar terminal de gás natural liquefeito em Imbituba, o que significa oferta segura no futuro: a Engie Tractebel e a gaúcha Bolognesi já anunciaram início de estudos para investir em terminal de GNL. Há poucos dias, o grupo Proso, da Noruega, informou ao governo de SC que também fará uma proposta. Este novo investidor foi revelado ontem na reunião na Fiesc pelo presidente da SCGás, Cósme Polêse, para quem a redução da tarifa do gás natural é uma vantagem competitiva para as indústrias catarinenses.

Obras para o porto de São Francisco – Lideranças de Santa Catarina aproveitam a discussão do governo sobre o futuro dos portos para reivindicar duas obras importantes para o Porto de São Francisco do Sul. O governador Raimundo Colombo e o presidente do Porto de São Francisco, Paulo Corsi, se reúnem hoje com o ministro da Secretaria dos Portos da Presidência da República, Hélder Barbalho. Entre as pautas que vão discutir em Brasília estão duas obras que dependem de investimentos da União, a construção do berço 401 e melhorias no canal de acesso do terminal do Norte do Estado. O berço 401, que será de múltiplo uso, vai aumentar a movimentação do porto em 4 milhões de toneladas por ano.
Brasil adere a acordo da OMC
O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Roberto Azevêdo (C), assinou na manhã de ontem com a presidente Dilma Rousseff, a adesão do país ao Acordo de Facilitação de Comércio, que vai reduzir os custos aduaneiros. O Brasil foi o 72o país-membro da OMC a ratificar o tratado que entrará em vigor quando os parlamentos de 108 das 161 nações- membros, aprovarem a medida. O acordo visa padronizar procedimentos aduaneiros, reduzindo o custo e o tempo para movimentação de mercadorias em 14,5%. Depois desse compromisso, Azevêdo, acompanhado da assessora internacional, a catarinense Tatiana Lacerda Prazeres (E), participou de reunião na Confederação nacional da Indústria (CNI), na qual o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte (D) também participou e deu sugestões. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)

Retratos da crise

Estava numa mercearia perto de casa quando um homem pegou uma laranja, daquelas grandes, e colocou na balança. O atendente disse: dá R$ 4,80. Eu achei caríssimo, mas fiquei quieta. O comprador reclamou, disse que era absurdo cobrar isso por uma fruta (embora ela pesasse mais de meio quilo, com certeza). Mas acabou levando, porque a mulher estava grávida e com desejo de comer aquela laranja. Depois, ficamos conversando e ele disse que já tinha ido a dois mercados, mas não encontrava o produto. Me perguntou se eu já havia notado que os preços subiram bem mais do que a inflação nos últimos tempos, e que também está havendo desabastecimento de algumas mercadorias. Claro que notei.
A população está sentindo o peso da inflação nos alimentos, a cesta básica teve um aumento absurdo e frutas e verduras estão custando quase que o dobro. A crise está ruim para todo mundo. Mas eu resisto e não compro quando acho o preço exorbitante. Acredito que deixar o produto na prateleira é a única maneira de mostrarmos o nosso descontentamento. Gostei de ver, por exemplo, que muita gente se recusou a pagar pequenas fortunas por ovos de Páscoa. Acho que nunca sobrou tanta mercadoria dos mercados como neste ano. Venceu a criatividade.
É perceptível o aumento nos preços. Não é à toa que os estabelecimentos que oferecem mais promoções são os preferidos da população e estão sempre cheios. Procurar os mais em conta tornou-se imperativo. Mas a crise não é de hoje. Segundo o estudo Retratos da Sociedade Brasileira, divulgado em setembro do ano passado, 70% das famílias já percebiam no bolso o aumento da inflação, e pelo menos 90% afirmaram que passaram a pesquisar mais os preços antes das compras. Além disso, 77% mudaram o local de consumo, buscando preços mais baixos; 72% trocaram produtos por similares mais baratos; 63% adiaram a compra de bens de maior valor e 74% reduziram as despesas da casa porque o dinheiro estava curto. Com certeza, agora, seis meses depois da pesquisa, a situação deve ter se agravado ainda mais. (Fonte: Diário Catarinense – Viviane Bevilacqua)

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