Chapecó, 21.3.16 – A concessão das BRs 480, 282 e 153 de Chapecó a Ponte Serrada e rumo ao PR, os atrasos na ampliação da capacidade de tráfego na BR-163, a dificuldade do DNIT em manter a conservação das rodovias e a demora do governo do Estado em recuperar os trechos danificados nas SCs estarão em discussão hoje no Fórum Sobre Rodovias no Oeste catarinense. O evento será das 8h30min às 11h30min no Centro Empresarial de Chapecó.
O presidente do Conselho Empresarial de Chapecó, Clóvis Spohr, que participou da comitiva catarinense em Brasília para tratar da concessão da BR-282, disse que o objetivo do encontro é levantar as prioridades da região.
Entre as propostas está agilizar a duplicação da BR-470 para não prejudicar os portos catarinenses, e estender a duplicação da BR-282 do Oeste até Campos Novos, além de melhorias no trecho entre Chapecó e São Miguel do Oeste. (Fonte: Diário Catarinense – Darci Debona)
Pela BR-470
As 17 associações empresariais do Vale do Itajaí e a Federação das Associações Empresariais de SC (Facisc), que assinam incisiva campanha pela aceleração do ritmo da duplicação da BR-470, devem divulgar em breve uma nova ação. Uma panfletagem na rodovia está sendo articulada, provavelmente para o dia 2 de abril. Devem participar todas as cidades envolvidas na campanha.
No mesmo mês, Blumenau deve sediar um encontro entre as lideranças das associações e políticos que representam a região em Brasília e Florianópolis com o objetivo de pressionar o governo federal.
Ficou para 12 de maio a aprovação, rejeição ou modificação do plano de recuperação judicial da Sulcatarinense, empresa responsável pela duplicação de dois dos quatro lotes da BR-470. Na assembleia convocada para quinta-feira, com a mesma finalidade, um grupo de credores pediu a suspensão do ato para analisar as novas propostas da empresa.
A Sulcatarinense é responsável pelos lotes que vão de Gaspar a Indaial. (Fonte: Diário Catarinense – Pancho)
Verão sem escalas
A desistência da companhia de cruzeiros Pullmantur de operar dois navios no Brasil – o Empress e o Zenith – deixou Itajaí sem escala de transatlântico prevista para a próxima temporada.
No ano passado, todas as escalas que o píer turístico recebeu foram do Empress, que passará a fazer rotas no Caribe. Outros destinos catarinenses, como São Francisco do Sul, também poderão ser prejudicados.
O secretário de Turismo de Itajaí, Agnaldo Hilton dos Santos, acaba de voltar da Seatrade de Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, uma das mais importantes feiras do setor, onde tentou prospectar novos negócios. A intenção é tentar trazer para cá alguns dos cruzeiros que hoje seguem de Santos ao Uruguai, sem parada no Sul do Brasil. Como Itajaí tem possibilidade de nacionalização de navios, poderia abocanhar essa fatia de um mercado cada vez mais escasso pelas altas taxas cobradas no país.
A concorrência, porém, esbarra na limitação do píer em relação ao tamanho dos navios. Em Itajaí, podem atracar transatlânticos de até 240 metros – mas a maioria das companhias opera com embarcações de até 350 metros (o que reduz a capacidade de negociação).
Impacto do atraso – O problema dos cruzeiros é agravado pela demora no início das obras da nova bacia de evolução. A empreitada inclui a retirada do píer atual e a realocação do turismo de cruzeiros junto à Vila da Regata, ao lado da Marina Itajaí. Como a obra continua sem data para começar (quem dirá, então, para terminar), há dificuldade em convencer os armadores da viabilidade das escalas. O que significa que o atraso começa a fazer estrago em outro setor da economia.
Aposta na exportação – Estaleiros especializados em embarcações de lazer em Itajaí estão apostando na exportação para enfrentar a retração econômica no país. O dólar alto facilita as transações e tem aberto novas oportunidades – em especial no disputado mercado norte-americano.
A italiana Azimut, que mantém em Itajaí o único estaleiro da marca fora da Europa, acaba de lançar o modelo Verve 40, que tem fabricação exclusiva no Brasil e foco nos Estados Unidos: já nasce com 10 unidades encomendadas para clientes norte-americanos, por preços que partem de US$ 500 mil. E não é a única: outras 10 unidades da Azimut 42 pés made in Brasil, que desde que o ano passado já é exportada para a América Latina, também chegarão em breve às águas dos EUA.
Movimento semelhante ocorre na Fibrafort, que atende pelo título de maior estaleiro da América do Sul em número de embarcações produzidas e comemora a abertura da primeira revenda nos Estados Unidos – sem perder o foco em outros mercados mundiais.
A empresa, que já tinha atuação forte nas exportações, acaba de lançar duas novas lanchas que saem de fábrica direto para destinos na Europa, Austrália e Emirados Árabes.
Vantagem para todos – O fato é que a valorização do dólar no Brasil faz com que comprar um barco produzido no país torne-se bastante vantajoso para o cliente no exterior, e isso movimenta a economia por aqui também. Os grandes barcos saem dos estaleiros a bordo de navios, que parte dos terminais portuários de Itajaí, exigem uma cuidadosa logística e geram divisas. Na ponta do lápis, todo mundo ganha.
Procura pelos gigantes – Curiosamente, enquanto a economia segue morna o que vende bem no Brasil são os grandes iates: itens de desejo adquiridos por quem procura embarcações de luxo e pode pagar algumas dezenas de milhões de reais. (Fonte: Diário Catarinense – Dagmara Spautz)
Ouvindo as ruas
Ninguém entende por que aquele belo país abaixo do equador ergue-se sobre uma terra linda, abençoada por Deus e pela natureza, mas paga o amargo tributo de viver sucessivas vergonhas.
Por que será que o país sempre serve de paradigma para o assimétrico, o descompassado, o anárquico, o ruim, o anormal, o caótico, o enredado, o bizarro, o extravagante, o vergonhoso?
“Se há um jeito torto de realizar as coisas, por que fazê-las pelo método certo?” – este parece ser o atual lema daquele bizarro acampamento – ou melhor, aquele recanto do mundo onde o lema virou “lama”.
De repente, parece que todo mundo naquele país concordou em discordar. Em cada esquina surge uma nova tribo, com seus próprios interesses, suas pequenas falcatruas, seus desvios e seus “alcances”.
Os povos que habitavam a velha Terra de Santa Cruz sabiam que um dia o Senhor cobraria um mínimo de decência, de honradez e de inteireza.
O velho Ulysses ainda tentou produzir uma Lei de quase 500 tábuas, a qual chamou de Constituição Cidadã, mas ela saiu tão desalinhavada que os seus próprios construtores marcaram data para a sua correção.
Para revisar a obra do antigo faraó, chamaram pedreiros de todos os partidos. Os anões, os mensaleiros, os empreiteiros, os petrolões – e, pior: os que só trabalhavam movidos por uma boa propina.
O Senhor viu aquilo e disse:
– Eles constituem um povo e falam uma única língua. Teriam tudo para edificar o mais belo país da Terra. Mas seus representantes são mesquinhos. E orgulhosos. E sem moral. Vendem seu caráter, seu mandato, sua opinião.
Cansado de proteger aquele país dos inimigos da ética, o Senhor resolveu punir os que se diziam “representantes”, mas que só pensavam em si mesmos, amando mais a pecúnia do que a humanidade e o humanismo!
Resta, talvez, uma nova e humana esperança. Há – ainda bem! – no sofrido mundo dos “representados”, gente que valoriza a decência e a retidão.
Poderá vir das ruas o exemplo de que precisam os “representantes” para a regeneração do Brasil. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)
Um fôlego para Dilma
Apesar das derrotas dos últimos dias, a militância atendeu ao chamado da cúpula do PT e foi às ruas para dar uma sobrevida ao governo Dilma. Quem apostava que faltava ânimo aos petistas para sair de casa em plena sexta-feira à tarde, acabou se deparando com ruas vermelhas. Imagens que servem de estímulo aos deputados que a partir de segunda assumem o duro desafio de impedir o impeachment. Ajuda, mas a essas alturas, não resolve.
O problema de Dilma é a falta de estratégia no Congresso. Em sintonia, a presidente e os deputados petistas que integram a comissão passaram a atacar o juiz Sergio Moro. Fascista é o adjetivo mais leve utilizado nesses discursos contra o magistrado que comanda a Operação Lava-Jato. A presidente aproveitou um evento de entrega do Minha Casa, Minha Vida para criticar o que chama de politização do Ministério Público e da Justiça. Esse discurso anima, e a militância foi às ruas com vontade. Mas nem de longe serve para reverter o clima contra o governo que vai tomando conta do Congresso. Ao mesmo tempo, provoca ainda mais a ira dos movimentos pró-impeachment, que já escolheram Moro como o herói do combate à corrupção.
Sobrou até para o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, um bom interlocutor de Dilma, responder em público às críticas reveladas pelos grampos de Lula. Por falar no ex-presidente, a nomeação dele para um ministério abriu mais uma frente de batalha na Justiça. O preço para protegê-lo da Justiça está ficando alto demais.
Assim, a presidente e sua equipe vão destruindo as pontes, no auge da crise. No momento em que a comissão especial começa a analisar o impeachment, quem precisa de uma defesa efetiva é a presidente da República. E não é xingando o Judiciário que o governo vai virar esse jogo.
A outra alternativa para reconquistar a fidelidade dos aliados é a velha receita da distribuição de cargos e liberação de emendas. Gastança geral em nome da manutenção do mandato. Mas essa prática está fadada ao fracasso. O PMDB começa a se fardar para assumir, em caso de afastamento da presidente, e já começou a se preparar para dividir o bolo. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
Pautas cruzadas em Brasília
Os olhos do país e do Estado devem se voltar para o Congresso Nacional na semana que começa. A crise política nacional, que toma conta das ruas em manifestações contra e a favor da presidente Dilma Rousseff (PT), deve passar a habitar a Câmara dos Deputados com o início efetivo do processo de impeachment. É para lá, com outros objetivos, que se desloca a atenção do governador Raimundo Colombo (PSD), com o possível início da tramitação da renegociação das dívidas dos Estados.
A coincidência dos momentos preocupa o Centro Administrativo. A política conflagrada nas ruas e nos parlamentos em uma divisão acirrada entre governistas e antigovernistas pode dificultar os entendimentos necessários a uma proposta que dará um alívio a governadores de quase todos os Estados, mas que também poderia ser capitalizada como conquista pelo atual governo federal. É por estar frágil que o Planalto cede aos governadores, mas o gesto também pode ser vendido como uma ajuda para a retomada da capacidade de investimento dos entes federados. Em resumo, seria o governo Dilma governando, algo que não faz parte do atual script.
Não que os petistas se ajudem nessa tarefas. Vista como a chance de matar dois coelhos com uma cajadada só, a ida de Lula para a Casa Civil – protegendo o ex-presidente daquilo que ele nomeou como República de Curitiba e dando peso político maior a um governo em ruína – tornou-se mais um impasse jurídico diante das diversas liminares contra a posse do líder petista. Na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, réu da Lava-Jato, acelera as sessões para que o impeachment seja votado o mais rápido possível.
Não é à toa que Colombo procurou Cunha na semana passada, levando inclusive um governador de oposição, o goiano Marconi Perillo (PSDB), a tiracolo. O governo federal promete encaminhar ainda esta semana o projeto que alonga as dívidas por 20 anos, reduz juros e concede 40% de desconto nas parcelas por 24 meses – uma economia mensal de R$ 60 milhões só no caso catarinense. O presidente da Câmara prometeu tramitação acelerada, resta saber se tão acelerada quanto a do afastamento de Dilma.
Crise e oportunidade – Durante muito tempo, a dívida pública catarinense foi vista como um problema insolúvel. O contrato assinado em 1998 para que a União absorvesse os débitos do Estado com diversos credores e limitasse o pagamento mensal a 13% da arrecadação deu um alívio inicial aos governantes preocupados em fechar as contas no dia a dia, mas conforme os anos avançavam ficou claro que a forma de correção da dívida fazia com que ela se tornasse impagável.
Não existe outro termo além de impagável para definir uma conta que começa em R$ 4 bilhões e após R$ 13 bilhões terem sido repassados ao governo federal ainda soma R$ 9 bilhões. Mas estava no contrato, e a União tem todos os instrumentos para inviabilizar o Estado que não cumprisse com os pagamentos mensais. Era uma realidade a se conviver.
Pois neste 2016, o governo catarinense conseguiu colocar esta realidade no divã. Acuado pelas crises econômicas e política, o governo federal abriu uma pequena janela de discussão: em troca de apoio político à nova CPFM, aceitava alongar o prazo de pagamento das dívidas em 20 anos, reduzindo as prestações. Contava com a ânsia dos governadores em vender o almoço para comprar a janta, mais ou menos como o Planalto tentava fazer com a reedição d
polêmico imposto.
Foi quando Santa Catarina ingressou no Supremo Tribunal Federal com a ação que questiona a cobrança de juros sobre juros no recálculo da dívida determinado pela lei aprovada no Congresso Nacional para mudar a forma de correção. Pela tese, a dívida estaria paga. O ministro Luiz Fachin rejeitou o mandado de segurança por entender que era tema de ação ordinária, mas no dia 30 de março os demais ministros devem decidir a questão.
De qualquer forma, a ação judicial deu força aos governadores, assim como a crise política. Amanhã, o ministro Nelson Barbosa recebe mais uma vez os governadores. Aos 20 anos de alongamento, somaram-se 24 meses de 40% de desconto nas parcelas mensais. Não se fala mais em barganhar o acordo com a aprovação de uma nova CPMF. O texto vai para o Congresso ainda esta semana. No contexto da dívida pública, valeu o velho chavão que vincula crise e oportunidade. (Fonte: Diário Catarinense – Upiara Boschi)
Associações pedem mudança
Mais entidades empresariais de Santa Catarina se posicionam a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff. A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) divulgou manifesto ontem, e a Associação Empresarial de Joinville (Acij) fez artigo cobrando mudanças. Esse movimento empresarial se intensificou esta semana no Estado com a divulgação de posição do Conselho das Federações Empresariais (Cofem) quinta. Em todo o Brasil, há manifestações semelhantes. A Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) considera a mudança no comando do país um fator decisivo para o fim da crise institucional e a retomada do desenvolvimento, diz o comunicado da associação assinado pelo seu presidente, Sander DeMira.
O texto observa que a Acif, entidade centenária e que representa mais de 4 mil empreendedores, manifesta o seu total descontentamento com a forma como o atual governo está gerindo o Brasil.
No artigo de fim de semana, a Acij bate forte na falta de rumo da economia.
“Enquanto a crise política se agrava, o Brasil para. A insegurança institucional e jurídica aumenta. A economia perde o rumo. Muitas empresas respiram por aparelhos. Incrível imaginar quanto mal duas pessoas absolutamente egoístas e megalomaníacas – amparadas por um congresso nacional subserviente – podem fazer a um País”, afirma o texto da entidade comandada pelo empresário João Martinelli.
O presidente da Associação Empresarial de Criciúma (Acic), César Smielevski, cobrou transparência e ética. A Associação Empresarial de Blumenau, a Acib, também pede mudança no governo.
Fenabrave espera – Uma das entidades que torcem pelo afastamento rápido da presidente Dilma é a Fenabrave-SC, que reúne as concessionárias de veículos. O presidente Ademir Saorin contou em evento na sexta-feira que só a expectativa de mudança após a condução coercitiva do ex-presidente Lula, dia 4, já elevou as vendas de carros no dia seguinte na região de Blumenau.
A economista Tereza Fernandez da MB Associados, de SP, que fez palestra a empresários no mesmo evento, disse que a consultoria trabalha com a expectativa de que o atual governo seja afastado até o final do primeiro semestre deste ano. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Ameaça explícita
Os delegados da Polícia Federal têm inteira razão ao interpretar a entrevista do novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, como uma tentativa de intimidação da força-tarefa da Lava-Jato. Ao garantir que “cheirou vazamento de investigação por um agente nosso, a equipe será trocada, toda”, o ministro reforçou as razões de quem teme a intenção do governo de interferir nas investigações, sustando qualquer tipo de informação. A sociedade tem o direito de saber o que ocorre nos bastidores da maior apuração sobre casos de corrupção no país, envolvendo políticos influentes, agentes do governo e líderes de grandes corporações privadas. Isso não ocorrerá sem um mínimo de transparência.
O que está em discussão, no caso, não é o fato de que, numa democracia, ninguém está acima da lei – a começar pelos agentes públicos, que precisam também pautar sua atuação por princípios de imparcialidade e moralidade. Mas, ainda que seja o chefe administrativo da Polícia Federal, o ministro não pode pôr em risco a autonomia investigativa da instituição. E é justamente esse o temor, no momento em que um elo fundamental das investigações se mostra vulnerável a declarações em tom de ameaças.
Eventuais excessos no âmbito da Lava-Jato – como os atribuídos ao juiz Sergio Moro na divulgação de escuta em que uma das interlocutoras é a presidente da República – não podem ser usados para abafar ou interromper uma investigação que já colocou na cadeia corruptos e corruptores. A decisão, nesses casos, precisa ficar com os órgãos corregedores e com o Supremo Tribunal Federal (STF).
O inadmissível, neste momento, é prejudicar uma investigação de dimensões inéditas, que vem conseguindo recuperar quantias bilionárias desviadas da Petrobras. E, ao mesmo tempo, mostrando que é possível, sim, enfrentar a corrupção. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)