Florianópolis, 11.3.16 – O novo prazo prometido para que os carros comecem a circular na Ponte Hercílio Luz é o final de 2018. Ontem pela manhã, o governador Raimundo Colombo (PSD) assinou o contrato para a última etapa do restauro do cartão-postal de Santa Catarina. O serviço custará R$ 262,9 milhões e tem prazo de conclusão fixado em 30 meses. Segundo Colombo, o tráfego pode ser liberado antes, já que o prazo inclui o serviço de desmontagem de algumas estruturas, o que não impediria o fluxo de carros e pedestres.
– Essa era a melhor opção. Precisamos resolver esse problema que faz com que soframos todos os dias (com a falta de mobilidade) – afirmou Colombo.
O governador ainda destacou que o ritmo das obras deve se acelerar a partir desta assinatura e, com isso, os trabalhos se tornarão mais “visíveis”.
– A população vai começar a ver um grande movimento, de mais de 500 trabalhadores na obra ao mesmo tempo – disse.
Processo foi feito com dispensa de licitação – A empresa que irá realizar a obra é a Empa, a mesma que conclui até amanhã a etapa de sustentação da estrutura, após a instalação da última das cinco treliças. O contrato com a construtora do grupo português Teixeira Duarte foi feito com dispensa de licitação diante da “natureza singular do serviço e especialização da empresa”. Durante a negociação da proposta, o governo do Estado enviou cópias do contrato para análise do Tribunal de Justiça, do Ministério Público do Estado, do Tribunal de Contas do Estado e da Assembleia Legislativa.
De acordo com Colombo, a qualidade do serviço da Empa foi um dos motivos para que a empresa assumisse a última etapa da reforma. A fase de sustentação foi entregue um mês antes do prazo. (Fonte: Diário Catarinense)
A ponte
A assinatura do contrato para restauração da ponte Hercílio Luz foi comemorada pelo governo. Seu custo, contudo, mereceu críticas nas redes sociais: R$ 262 milhões. Com os R$ 150 milhões gastos com as obras de manutenção desde 1982 lá se vão mais de R$ 400 milhões. O BNDES e o Banco do Brasil, que financiam a obra, aprovaram o contrato sem licitação. Colombo foi cumprimentado pela coragem de terminar o maior símbolo catarinense. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
Luz no fim das pontes
Após muita pressão do Ministério Público estadual e da própria Justiça, o Deinfra abriu a licitação para contratação de empresa responsável pela manutenção das pontes Pedro Ivo e Colombo Salles. Sete empresas apresentaram proposta no pregão realizado esta semana. Agora será analisada a documentação e a capacidade técnica das interessadas. Só depois de definir quais estão habilitadas entra a etapa mais importante, a do preço. A obra foi orçada em torno de R$ 40 milhões e deve começar ainda no primeiro semestre. (Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini)
Vai decolar?
O Aeroporto Quero-Quero é a bola da vez na Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Nesta semana, o tema foi levado pelo ex-prefeito e conselheiro da entidade Félix Theiss à reunião mensal da diretoria e conselhos. Theiss é dos que defendem uma parceria entre poder público e iniciativa privada para fazer com que o aeroporto volte a atuar com voos comerciais regulares, como já ocorreu por cinco anos na década de 1990.
Ontem, o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio (PSD), também garantiu na Acib apoio para conseguir R$ 500 mil do governo do Estado. O dinheiro seria usado na sinalização necessária para viabilizar pousos e decolagens à noite.
Hoje é a vez do diretor de Transportes da Secretaria de Estado de Infraestrutura, José Carlos Muller Filho, visitar a entidade para falar sobre o tema. Ele quer que a cidade defina qual o modelo de aeroporto que ela quer para então saber como o governo estadual poderá ajudar.
Três medidas parecem decisivas para ampliar as possibilidades. Além da sinalização para a operação noturna, o corte de árvores na cabeceira norte e o deslocamento de parte da Rua Franz Volles dariam condições para, quem sabe, aumentar em 100 metros a parte homologada da pista.
Falta ouvir as empresas aéreas. Estariam elas interessadas em operar voos aqui? Hoje a estrutura é usada basicamente pelo Aeroclube de Blumenau e por aviões executivos. (Fonte: Diário Catarinense – Pancho)
Roubos e furtos de veículos
Uma média de quase quatro automóveis foram roubados ou furtados por dia em Florianópolis nos meses de janeiro e fevereiro, de acordo com dados da Polícia Civil. Segundo a própria polícia, essa média se mantém estável nos últimos anos. O que chama a atenção é o aumento no número de carros recuperados: 38% em um ano. A melhor integração entre as polícias civil, militar e rodoviária e as redes sociais são o que melhor contribui para este número, segundo o titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) da Capital, Rodrigo Bortolini. As informações são do repórter Marcus Bruno. (Fonte: Diário Catarinense – Mônica Jorge)
Derretendo
Com o agravamento da crise política, há pressão na Câmara para que o processo contra a presidente Dilma seja acelerado. Deputados do PMDB pregavam ontem que, com a escolha da comissão especial, em 30 dias um relatório poderá ser encaminhado ao plenário da Câmara. Com o julgamento dos embargos sobre o rito pelo STF, marcado para a próxima semana, os partidos poderão indicar os seus representantes para o grupo que vai analisar se o pedido tem fundamento. Com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), descolando-se do Planalto, fica mais difícil para o governo assegurar o sepultamento do processo. Esse clima é o que explica o aumento da tensão entre os governistas. Isolada, Dilma deixou a articulação política nas mãos do padrinho. Mesmo todo enrolado – até com um pedido de prisão preventiva encaminhado –, Lula faz de tudo para liderar a reação, formando um bunker em São Paulo. O ministro Nelson Barbosa (Fazenda) foi chamado para explicar a política econômica e para ouvir que precisa oferecer mais crédito ao mercado. No meio dessa bagunça toda, quem manda mesmo no país?
Agito no ninho – Enquanto o senador Aécio Neves (PSDB-MG) recuava nos ataques ao PT, dizendo que o presidente Lula tem o direito de se defender, o governador Geraldo Alckmin (SP) chamava para uma reunião de emergência, em São Paulo, três senadores tucanos: os catarinenses Dalírio Beber e Paulo Bauer, além do capixaba Ricardo Ferraço.
É namoro – Do deputado Osmar Terra (PMDB-RS), questionado se o senador José Serra poderá migrar para o PMDB, de olho em 2018:
– Tenho encontrado o Serra mais na sala do Renan do que no gabinete dele!
Costeando o alambrado – Às vésperas da convenção do PMDB, deputados da ala de oposição comemoravam ontem a adesão de governistas. No café da Câmara, o deputado Celso Maldaner teria dito a um colega:
– Não tem meio-termo. Temos que entregar tudo (os cargos) e sair do governo. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
Respeito à Constituição
Os grandes impasses do país seriam solucionados sem crises nem conflitos violentos se os políticos lessem – e respeitassem – o livrinho verde e amarelo que o presidente do Senado, Renan Calheiros, deu ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no encontro realizado na última quarta-feira. Neste momento grave da vida nacional, caracterizado por manifestações exacerbadas e pouca tolerância com quem pensa diferente, a Carta Maior do país tem que ser utilizada como parâmetro para a busca civilizada de solução para os impasses.
Um exemplo prático é a recente decisão do Supremo Tribunal Federal que exige do recém- nomeado ministro da Justiça uma opção entre o cargo no governo e a função de procurador de Justiça. Está na Constituição que membros do Ministério Público não podem exercer outra função que não seja a de professor. O ministro Wellington César Lima e Silva não foi o único a fazer vistas grossas para o texto constitucional. Irregularidades da mesma dimensão vinham sendo praticadas também nos governos estaduais. Agora que o STF se manifestou, as deformações terão que ser corrigidas.
Para isso serve a Constituição. É ela, também, que os investigadores da Lava-Jato devem observar para não terem seus procedimentos invalidados em instâncias superiores. Valia o mesmo para os investigados, mas muitos deles não deram a mínima importância para a legislação vigente e, por isso, encontram-se onde estão, alguns na cadeia, outros tendo que responder a processos.
A Carta Maior dos brasileiros é clara e insofismável, mas, para quem não gosta de ler livros, como o político presenteado, bastaria substituí-la pela hipotética Constituição imaginada pelo escritor Capistrano de Abreu, com apenas um artigo e um parágrafo: Artigo único: “Todo brasileiro deve ter vergonha na cara”. Parágrafo único: “Revogam-se as disposições em contrário”. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)