Florianópolis, 11.1.16 – Neste fim de semana a polícia apertou o cerco contra motoristas embriagados no Estado. Pelo menos 21 condutores foram autuados por embriaguez ao volante em Florianópolis, durante uma blitz da Guarda Municipal (GMF) e nas estradas estaduais e federais de SC. Parte deles foi conduzida para a delegacia.
Nas BRs, os casos ocorreram em Lages, na Serra, e Biguaçu, na Grande Florianópolis. Neste último, um homem foi flagrado dirigindo na BR-101, rodovia mais movimentada de SC. O caso ocorreu na madrugada de sábado. Ao fazer o bafômetro, o teste apontou que ele estava com 1,68 miligrama de álcool por litro de ar – a lei estabelece o limite de 0,04mg/l, de 0,05mg/l a 0,34mg/l o caso é considerado infração administrativa, acima desse valor é um crime de trânsito. Em Lages, no começou da noite de ontem, uma mulher foi parada pelos policiais rodoviários federais e, ao fazer o bafômetro, estava com 0,44 miligramas de álcool por litro de ar.
Blitz na Joaquina na noite de sábado – Nas rodovias estaduais, os seis casos ocorridos foram ontem, sendo cinco em Florianópolis, nas SCs 401 e 450, e um em Içara, no Sul do Estado. Nas ocorrências da Capital, um dos motoristas foi levado à 5a delegacia após o teste do bafômetro ter acusado mais de 0,35mg/l de álcool. Em Içara, foi detido um homem de 60 anos. Dezenas de veículos foram abordados entre a noite de sábado e a madrugada de ontem no estacionamento para ônibus na Praia da Joaquina, em Florianópolis, na primeira blitz da Lei Seca deste ano. O objetivo da Guarda Municipal é realizar uma operação com essa finalidade por semana durante o mês de janeiro. Os agentes flagraram 13 motoristas embriagados na operação, sendo um preso por crime de trânsito, após ingerir uma quantidade excessiva de álcool. Os agentes ainda encontraram uma pequena quantidade de maconha, bebidas variadas e muitos veículos com irregularidades na documentação. Em 2015, a Guarda Municipal fez apenas sete blitze da Lei Seca. (Fonte: Diário Catarinense)
Curso para transporte
O Sest Senat, de Florianópolis, está com as inscrições abertas para o curso Assistente Administrativo em Transporte. As aulas começam dia 21.
Erros elevam a inflação – Com a maior alta em 13 anos, o IPCA, inflação oficial do Brasil, encerrou 2015 em 10,67%. Essa variação muito acima do teto de 6,5% resultou principalmente de erros do governo, problemas climáticos seca no Sudeste e enchentes no Sul e variação do dólar. A pressão inflacionária resultou principalmente da liberação dos preços da energia e combustíveis, controlados em 2014 para vencer a eleição, além dos gastos públicos muito acima das receitas. A maior variação do dólar teve influência externa alta de juros nos EUA e problemas na China , mas a desconfiança dos investidores no país também pesou. Os alimentos subiram não só pelo clima, mas em função do custo da energia e outros. Basta ver que no mercado mundial os alimentos tiveram queda de 19,1% e o petróleo, de 35%. A boa notícia é que este ano, se o dólar não subir muito, a inflação ficará próxima de 7%. Se o governo tivesse feito o que deveria, o sofrimento teria sido menor.
Levy no Banco Mundial – Com saída discreta do ministério da Fazenda no final do ano passado, Joaquim Levy foi indicado pelo colega Otaviano Canuto, diretor do Brasil no FMI, para ser o diretor financeiro do Banco Mundial. É o segundo cargo da instituição, só atrás da presidência, informou a Folha. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Infrações de trânsito
Se não bastassem os apressados que ultrapassam em lugares proibidos, que não respeitam limite de velocidade, que andam pelo acostamento, que não usam cinto de segurança, que dirigem conferindo ou enviando mensagens no celular, que estacionam irregularmente, que furam sinal vermelho, que não guardam distância segura de ciclistas, que não dão preferência aos pedestres nas faixas, também tem aqueles ou aquelas que dirigem com cães no colo, o que pode dificultar bastante o controle do veículo numa emergência. Enfim, a lista de infrações que se observa todos os dias, na capital dos catarinenses, é grande. (Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes)
Voando alto no Sul do Estado
Os dois aeroportos da região Sul fecharam 2015 com balanço positivo e projeções para este ano. Em Jaguaruna, de maio a dezembro, 30 mil pessoas viajaram pelo Aeroporto Humberto Ghizzo Bortoluzzi. No mesmo período, em Forquilhinha, o total quase chegou a 50 mil passageiros. Em dezembro, um voo extra aos domingos foi disponibilizado. Com a lotação em todos os dias de operação, a TAM vai tornar os voos nesse dia permanentes a partir de fevereiro. Ainda no final do ano, o terminal começou a operar voos com instrumentos necessários para diminuir problemas com decolagens e pousos em dias de pouca visibilidade, o que estava gerando muitos cancelamentos. No Aeroporto Diomício Freitas, em Forquilhinha, 2015 fechou com mais de 74 mil usuários do terminal. No local, dois voos diários para Campinas (SP) são realizados pela Azul Companhia Aérea. Nas duas cidades, não se descarta a vinda de novas companhias para atender essa demanda, que parecia estar reprimida com o potencial da região para uso do transporte aéreo. (Fonte: Diário Catarinense – Ricardo Dias)
Cratera na SC-455
O governo do Estado diz que está tratando o assunto como prioridade, mas 18 meses se passaram e nada. São em torno de 30 pontos com problemas. Os deslizamentos e quedas de barreiras nas rodovias estaduais do Oeste e Meio-Oeste ocorreram em junho de 2014. Na época, em uma semana choveu mais de 300 milímetros em alguns municípios. O sistema de drenagem não foi suficiente, o solo encharcou e o asfalto cedeu. Um dos pontos mais críticos é a SC-455, entre Macieira e Caçador, onde abriu uma cratera no meio do asfalto. Em março de 2015, quando soube que um carro tinha caído dentro do buraco, o governador Raimundo Colombo (PSD) disse que iria providenciar imediatamente a recuperação desse trecho com recursos do próprio Estado. Tudo o que foi feito no local foi a colocação de placas de sinalização.
À espera – O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) alegou que as obras ainda não começaram porque o governo teve que refazer o processo licitatório. O Deinfra queria contratar o serviço pelo Regime Diferenciado de
Contratações – modalidade em que a mesma empresa que faz o projeto realiza a obra. O Tribunal de Contas não aceitou. E o governo teve que refazer o processo pelo modo convencional. As quatro empresas vencedoras das licitações foram conhecidas em dezembro de 2015. Agora esse processo ainda precisa ser analisado por técnicos do Ministério da Integração, de onde virá o dinheiro. A documentação deve ser enviada a Brasília nesta semana. (Fonte: Diário Catarinense – Eduardo Cristófoli)
Ajuda do céu
O Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico (Sara) implantado em Chapecó em parceria com a Polícia Civil foi decisivo na vida de muitas pessoas nos últimos dias. Além de vítimas de acidentes de trânsito, em menos de um mês de funcionamento o helicóptero já socorreu mulher com gravidez de alto risco, vítimas de infarto, além de realizar várias transferências entre hospitais da região.
Para o médico coordenador do Sara, Alexsandro Rosa, a diminuição no tempo de resposta que uma aeronave proporciona não permite apenas salvar vidas, mas também determina como vai ser a vida da vítima após o fato. Ele destaca que tem locais que a ambulância demora 40 minutos para chegar e o helicóptero chega em dois minutos, a diferença de tempo pode representar a diminuição de várias sequelas. Tudo é regulado pelo Samu, mas policiais militares, rodoviários e bombeiros também podem acionar o serviço. O Sara surgiu de um convênio entre a prefeitura de Chapecó e o governo do Estado.
Exportação de Carne Suína deve crescer 20% neste ano – A expectativa de aumento nas vendas se deve à abertura do mercado sul-coreano, anunciada no início da semana. A Coreia do Sul importa 800 mil toneladas do produto por ano. Apesar da autorização, por enquanto, nenhum frigorífico de Santa Catarina foi habilitado a exportar para lá. A expectativa do presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, é que isso ocorra só no segundo semestre.
Ainda assim, a expectativa de Losivanio é que as empresas catarinenses consigam vender em torno de 20 mil toneladas de carne para a Coreia do Sul ainda este ano. E em 2017 as vendas ultrapassem as 30 mil toneladas. O que, para os sul-coreanos, equivale a 4% do volume que necessitam, para Santa Catarina, representa um incremento de 20% nas exportações. (Fonte: Diário Catarinense – Eduardo Cristófoli)
Menos anúncios e mais realizações
O governo Dilma Rousseff vive uma crise de credibilidade. Com o eleitor e o mercado. E terá de rever hábitos. Em 2016, precisa materializar o que propõe ou anuncia.
Quando é pressionada, Dilma lança uma bandeira, arriada depois. Em geral, são temas que dependem do Congresso, onde a base é frágil. Assim, o Planalto desiste. A cada proposta frustrada, a credibilidade se vai. Fica a impressão de um governo fraco.
Foi assim com a Constituinte Exclusiva da reforma política. Em 2013, as pessoas cobraram melhores serviços públicos. Veio uma proposta diferente, pintou a eleição e a “mãe de todas as reformas” foi reprometida. Saiu um arremedo em 2015. Tais metas ousadas se repetem com o retorno da CPMF e a reforma da Previdência, temas que os partidos fogem em ano eleitoral.
Na gestão persiste a dificuldade de cumprir. A reforma administrativa foi anunciada com pompa, mas virou um corte cosmético de oito ministérios. A meta fiscal de 2015 nasceu para economizar R$ 66 bilhões e terminou em déficit. O ajuste fiscal naufragou com boicote de ministros. Fica difícil crer quando a presidente afirma que vai perseguir um superávit em 2016.
A desconfiança reduz a popularidade de Dilma, que vive na encruzilhada entre afagar investidores, cabreiros em relação ao rigor fiscal, e sua base, que votou no projeto que prometia não implementar o arrocho creditado aos tucanos. É salutar que Dilma seja mais comedida na propaganda e crie (cumprindo) um propósito interno: o Mais Realizações.
Zap-Zap – Relator da CPI dos Crimes Cibernéticos, o deputado Esperidião Amin (PP-SC) vai se debruçar sobre o caso WhatsApp. O serviço chegou a ser bloqueado no Brasil porque o Facebook, dono do WhatsApp, ignorou decisão judicial e não repassou informações em uma investigação que tratava do PCC. Um dos responsáveis pela apuração procurou o deputado para relatar que os dados ainda não chegaram. Amin lembra que “ordem judicial é para ser cumprida”.
#tamojunto – A força do PMDB em Santa Catarina e a intenção de ampliar o número de prefeitos no Estado pesaram na escolha de Michel Temer, que irá a Florianópolis (dia 28) em seu tour pelo Brasil. O vice conta com o apoio dos catarinenses para se reeleger presidente do partido.
Wagner e o melado – Logo depois de sair com o discurso de que o PT se lambuzou no poder, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) entrou na mira da Lava-Jato. As mensagens do celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, insinuam trocas de favores. A artilharia não surpreendeu o PT. Acredita-se que demorou para Wagner aparecer. Governador da Bahia por dois mandatos (2007-2014), onde não há governo sem a bênção de OAS e Odebrecht, ainda deu guarida em seu secretariado a Sergio Gabrielli, que presidiu a desfalcada Petrobras. Dilma Rousseff sabia dos bônus e ônus de ter Wagner na Casa Civil. Colocou-o na Defesa, mas mudou de ideia. Bancou a aposta, assim como fez com Edinho Silva, tesoureiro de sua campanha, na Secretaria de Comunicação. Edinho virou investigado no STF, caminho que o governo considera inevitável no caso de Wagner. O desgaste da Lava-Jato entrou (de novo) no palácio. Fica a dúvida se Wagner conseguirá reerguer a chefe ou se sofrerá por ter comido melado demais.
Tira-teima – No PT corre a opinião de que o real desgaste na imagem do partido será medido nas eleições municipais. Existe o risco de a sigla ficar sem prefeitos em capitais. Há quem considere possível a reeleição de Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Seria um sopro de ânimo para 2018.
Sai ou não sai – Em março, o PMDB ensaia aprovar em sua convenção a saída do governo Dilma Rousseff. Engana-se quem pensa que o partido vai entregar cargos no mesmo dia. A ideia é definir uma data para o desembarque, que pode ser apenas em 2018. Vai inaugurar o “sair sem sair”.
Pretérito – A possível delação premiada do ex-presidente do PP Pedro Corrêa (PE) deixa diferentes gerações de deputados do partido de orelhas eriçadas. Condenado no Mensalão e encrencado na Lava-Jato, Corrêa quer falar do passado, ou seja, de rolos de uma década atrás. (Fonte: Diário Catarinense – Guilherme Mazui)
“PT de SC tem que sair do isolamento e se aproximar de Colombo”
Entrevista | Décio Lima – Deputado federal
Sua candidatura a prefeito de Itajaí pelo PT este ano está confirmada?
Não. Estou em Itajaí para contribuir com a cidade numa agenda pública. Estou conduzindo vários temas de interesse público, como a questão do porto, que é estratégica para Santa Catarina e o Brasil, a agenda do Hospital Marieta Konder Bornhausen, que tem processo de investimento de grande envergadura. Sobretudo, minha presen&ccedi
;a para poder manter o patrimônio do PT, com alcance em toda a região, decorrente da saída do Volnei Morastoni. A cidade de Itajaí vive uma agenda típica, com o fim de um ciclo político. Há sentimento de unidade de várias forças políticas, focadas na cidade. A candidatura poderá acontecer, mas não é irreversível.
Qual o projeto do PT para 2018?
Penso que o PT de Santa Catarina tem de sair do isolamento. Na última eleição ficou isolado. Não é saudável num sistema pluralista. E ter interlocução com todos os partidos. Como atualmente o PMDB catarinense está em oposição ao governo federal, nossa posição é de aproximação com o governador Colombo. O parâmetro é o governo federal, neste momento de grande dificuldade de governabilidade. Temos uma aproximação natural com o governador Colombo, que tem sido extremamente leal e grato à presidente Dilma. Mas antes disso, temos uma agenda com os aliados históricos.
Se a presidente Dilma não for cassada, o Brasil suportará três anos de sangria?
Temos que observar algo maior: a defesa do valor universal que é a democracia. O insucesso, a impopularidade de um governo não é motivo para mudança. O impeachment tem de ser tratado no modelo brasileiro, a partir da Constituição de 1988. No presidencialismo, a ruptura – o impeachment – tem que ter base jurídica. Seria o crime doloso pelo presidente da República. Não há esta configuração. Mais do que pedir o impeachment por descontentamento e impopularidade, temos que defender as instituições democráticas. Não tem base para impeachment. E não tem nem votos na Câmara. Não há, no mundo real, 342 deputados favoráveis à cassação na Câmara. Temos que sair da agenda do impeachment e procurar um caminho para o Brasil. Isso inspira grandeza de todos nós, inclusive da oposição. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
A conta dos equívocos
O mínimo que o governo precisa fazer diante da inflação anual de 10,67% em 2015, a maior desde 2002 e muito acima da meta oficial de 6,5%, é reconhecer os equívocos que levaram a um índice tão elevado e comprometer-se a evitar sua repetição em 2016. Um bom começo pode ser uma análise profunda das causas da elevação do percentual, que já vinha pesando há algum tempo no cotidiano dos brasileiros. Até porque elas deverão estar bem explicitadas na carta aberta a ser enviada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ao Ministério da Fazenda, justificando o não cumprimento da meta.
Em boa parte, os sinais de empobrecimento no bolso da população, de maneira geral, devem-se a erros do próprio governo na condução da política econômica. Entre os equívocos, estão o populismo tarifário, incluindo o praticado na área de energia elétrica, em consequência de uma redução equivocada na conta de luz ainda em 2013, e o represamento dos preços dos combustíveis até as últimas eleições, com o objetivo nítido de maquiar a inflação e evitar desgastes perante a sociedade.
Ao contrário dos governantes, de maneira geral, os contribuintes que custeiam a máquina pública com seus impostos sabem o que significa lidar com um orçamento apertado. Tentativas de manipulação de índices como o de inflação acabam sempre impondo um custo elevado demais para os brasileiros, particularmente para os de menor renda. E essa é uma das razões, entre tantas, para que esse tipo de prática não venha a se repetir. (Fonte: Diário Catarinense – Editorial)
Qual será o foco do governo em 2016
Em 2015, o governador Raimundo Colombo (PSD) deu início a uma série de reformas que até então constavam apenas nos veementes discursos em que criticava o modelo do Estado brasileiro. Fundiu as duas agências reguladoras catarinenses, reduziu cargos e funções das secretarias regionais, mudou as regras da previdência para futuros servidores e aumentou a taxação sobre os atuais funcionários públicos, implantou um polêmico novo plano de carreira para os professores. Em 2016, essa disposição de mexer com a máquina vai enfrentar um importante teste: o ano eleitoral.
Com os deputados estaduais preocupados com as disputas políticas em suas bases regionais, o Centro Administrativo terá dificuldades extras para pautar projetos polêmicos ou que mexam com direitos de funcionários públicos. Além, é claro, das resistências históricas à diminuição de cargos e estruturas.
Em entrevista aos veículos do Grupo RBS, no final do ano, Colombo evitou revelar o que deve entrar em pauta. Antecipou apenas duas medidas: o lançamento de um plano de concessões de rodovias estaduais à iniciativa privada e o leilão de imóveis do Estado para reduzir o déficit da previdência. No Centro Administrativo, a avaliação é de que não devem ser promovidas mudanças que envolvam direitos de servidores públicos antes das eleições municipais. Tanto pelo desgaste do governo com o funcionalismo no final do ano, quando foram aprovadas as reformas previdenciárias e o novo plano de carreira dos professores, quanto para poupar os deputados estaduais de temas que possam afetar as bases em plena campanha eleitoral. Dessa forma, qualquer mudança nessa área, só depois de outubro.
– É preciso ter essa compreensão com os deputados. Além disso, nada que for feito vai ter um impacto financeiro imediato – afirma um interlocutor do governador.
Planos adiados, mas não descartados – O próprio Colombo admitiu, em entrevista em dezembro, que direitos dos funcionalismo devem ficar um tempo fora da pauta. Especialmente a licença-prêmio, veementemente questionada pelo governador desde que se reelegeu, mas que ainda não tem data para entrar na berlinda.
– É uma questão de tempo (o fim da licença-prêmio). Não sei se o movimento de fazer é agora porque já fizemos alguns movimentos importantes (os projetos votados no final do ano) – afirmou Colombo em dezembro.
Mudanças em análise no primeiro semestre – Ao mesmo tempo em que deve manter os servidores momentaneamente fora da agenda, Raimundo Colombo tem sido convencido a aproveitar o cenário de crise econômica e política para tirar da gaveta os planos de redução e extinção de órgãos estaduais considerados ineficientes – seguindo parâmetros da consultoria Roland Berger, em estudo contratado ainda em 2014. Essas mudanças, apesar de sofrerem resistências entre deputados estaduais – especialmente a extinção da Codesc e da Cohab – têm chance de serem analisadas no primeiro semestre. Fora da agenda, outras ideias devem, no mínimo, merecer discussões internas na administração do governo do Estado. É o caso da criação de uma versão estadual da Lei de Responsabilidade Fiscal que limite a concessão de reajustes salariais e outros benefícios ao percentual de crescimento da arrecadação. A ideia virou lei no Rio Grande do Sul no final do ano e conta com entusiastas no Centro Administrativo.
Desvinculação de receitas já tem proposta rascunhada – Outra proposta com reflexo imediato no caixa seria a Desvinculação das Receitas Estaduais (DRE), aos moldes da DRU – que permite à União utilizar 20% da arrecadação, livre das obrigações constitucionais. Um anteprojeto regulamentando o tema no Estado já está rascunhado e prevê que todo o dinheiro desvinculado seja utilizado para cobrir o déficit previdenciário, hoje na casa de R$ 250 milhões mensais. A ideia conta com a simpatia de Colombo, mas ainda existem dúvidas jurídicas sobre a possibilidade de ser implantada pelo Estado sem mudanças na Constituição Federal. É o caso também de outras mudanças que o governador gostaria de ver implantadas, como a idade mínima para aposentadoria.
– Algumas reformas dependem muito do governo federal, até remetendo a questões constitucionais. É preciso reformar o Estado para aumentar a capacidade de investimento e melhorar a previdência. As mudanças que o governo estadual pode fazer mexem no periférico – afirma o secretário de Planejamento, Murilo Flores.
O que está definido
Venda de imóveis para ajudar a previdência – Pauta antecipada por Colombo no final de 2015. O primeiro lote de imóveis será leiloado no dia 25 de fevereiro. Se todos os 29 forem arrematados pelo preço mínimo, serão R$ 12,9 milhões direcionados ao déficit previdenciário. Ao longo do ano, novos leilões serão realizados.
Pedágios nas rodovias estaduais – Tema antecipado por Colombo no final de 2015, é objeto de estudo liderado por Murilo Flores, secretário de Planejamento. As concessões devem ser feitas por blocos regionais, abrangendo mais de uma rodovia. Não serão concedidas as estradas localizadas na Ilha de Santa Catarina.
O que está descartado
Privatização da Celesc e da Casan – Não está nos planos do governo perder o controle acionário das duas principais empresas públicas do Estado.
O que está na pauta
SC Portos – É uma alternativa para o futuro da SC Par. Atualmente, uma das funções da autarquia é administrar o Porto de Imbituba. Remodelada, seria focada na gestão portuária, assumindo também a unidade de São Francisco do Sul. Nesse cenário, a Codesc seria extinta e a Secretaria de Planejamento coordenaria parcerias público-privadas.
Fusão da Codesc com SC Par – É uma das sugestões da consultoria Roland Berger em estudo contratado pelo Estado em 2014. A avaliação é de que ambas as estruturas se sobrepõem. Um novo plano de demissão incentivada teria que ser realizado na Codesc, porque o de dois anos atrás teve adesão nula.
Extinção da Cohab – Faz parte dos estudos da Roland Berger. A avaliação é de que é ineficiente e de que o Minha Casa Minha Vida supre sua função.
Extinção do Bescor – A corretora de imóveis do Estado está à beira de extinção desde o último plano de demissão incentivada, quando passou a ter menos de 10 funcionários efetivos. Pertencia ao Besc, mas não foi incorporada ao Banco do Brasil.
Aposentadorias especiais – O principal objetivo do governo depende de articulação nacional: implantar a idade mínima para a aposentadoria. Mesmo assim, é possível avançar em regras e critérios dentro da legislação de SC, especialmente entre os militares. Colombo questiona o direito à aposentadoria com patente superior. As pensões de ex-governador podem entrar em debate também.
O que pode entrar
Fim da licença-prêmio – O benefício é torpedeado por Colombo a cada entrevista que concede. Mesmo assim, tem postergado a apresentação de um projeto que modifique o direito dos servidores a três meses de folga a cada cinco anos trabalhados. A avaliação é de que não vale comprar mais uma briga com o funcionalismo. Pode entrar depois das eleições.
Desvinculação das Receitas Estaduais – A exemplo do governo federal, que conta com a Desvinculação das Receitas da União (DRU), o Estado poderia descarimbar 20% da arrecadação – ignorando vinculações constitucionais. O projeto está pronto, mas ainda existem dúvidas jurídicas sobre a legalidade da iniciativa. Governadores de diversos Estados se articulam para conseguir aprovar a DRE para todos, via Congresso Nacional. Na versão catarinense, os 20% desvinculados seriam integralmente utilizados para cobrir o déficit da previdência.
Lei de Responsabilidade Fiscal de SC – Conta com defensores no Centro Administrativo, mas ainda não foi encampada pelo governo. A ideia, a exemplo do que aprovou a Assembleia do RS em 2015, é apertar ainda mais a Lei de Responsabilidade Fiscal, vinculando a concessão de reajustes salariais ao percentual de aumento da arrecadação. Sindicatos argumentam que a medida congela salários na crise.
Venda de ações da Casan – Em seu primeiro ano de governo, em 2011, Colombo conseguiu aprovar na Alesc a autorização para vender até 49% das ações da Casan. A ideia acabou não indo adiante porque o baixo valor de mercado da companhia na época fez com que o negócio não compensasse. O tema voltou a ser abordado no Centro Administrativo, como parte de um plano de gestão que enxugue a direção da empresa. (Fonte: Diário Catarinense – Upiara Boschi)