Florianópolis, 10.12.15 – Nesta quinta-feira os operários que trabalham na ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, esperam por um dia sem vento e chuva para avançarem mais uma etapa nas obras de restauração do cartão-postal. Se o tempo contribuir, funcionários da empresa Empa e do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), a partir das 7h da manhã, devem começar a içar a primeira de cinco treliças metálicas que serão posicionadas entre as torres de sustentação. Somente ao fim desta etapa o poder público poderá dar início à revitalização da estrutura.
A primeira das treliças será fixada no meio das duas torres localizadas mais próximas da região continental. Trata-se de uma peça de aproximadamente 80 toneladas, com 30 metros de comprimento e seis de altura. Após ser içada, começam os trabalhos de soldagem, que devem levar cerca de três a quatro semanas. Até o começo de abril de 2016, quando se encerra o prazo do serviço, ao todo cinco armações devem passar pelo mesmo processo.
A equipe de engenharia responsável explica que a treliça foi transportada de balsa na manhã desta quarta e que na quinta-feira ela será içada por cabos de aço com o uso de quatro macacos. O peso da peça não será transferido para a ponte em si, mas para as torres de sustentação, onde está acoplado o sistema de macaqueamento.
Quando todas as treliças estiverem soldadas, elas formarão um leito em que serão posicionados 54 macacos hidráulicos destinados para a etapa de “transferência de carga”. Trata-se de do momento mais delicado do trabalho, quando todo o peso do vão central da Hercílio Luz (cerca de cinco mil toneladas) será colocado sobre a sustentação inferior para que se possa realizar, finalmente, o restauro do cartão postal. O governo do Estado ainda não definiu qual empresa irá executar essa parte da obra, mas já vem sondando a própria Empa para dar continuidade aos trabalhos.
Anteriormente o governo vinha negociando com a American Bridge, companhia americana que construiu a Hercílio Luz na década de 1920. Mas após a desistência dos americanos, o Deinfra concentra esforços na Empa. O governador Raimundo Colombo (PSD) tem a intenção de contratar a empresa portuguesa com dispensa de licitação, mas para isso precisa entrar em acordo com instituições e órgãos de controle como Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público.
O primeiro contrato com a Empa, no valor de R$ 10,5 milhões e com dispensa de licitação, foi firmado em abril deste ano e previa a construção das quatro torres de sustentação, com término em outubro. Agora o novo contrato, assinado em 6 de outubro, será voltado para a conclusão de toda a “Ponte Segura”. Com isso os trabalhos emergenciais na Hercílio Luz terão um ano de duração com custo total de R$ 21,9 milhões.
Últimos fatos sobre a ponte:
– Em agosto de 2014 o governo de SC rescindiu contrato com o Consórcio Florianópolis Monumento, até então responsável pela restauração da Hercílio Luz. Os trabalhos de construção da estrutura de sustentação foram retomados em abril de 2015 pela Empa.
– A Empa torna-se responsável por finalizar a construção de quatro torres de sustentação, que integram as “obras emergenciais” da ponte.
– Ao final de setembro, o MPTC finaliza uma representação em que aponta o comprometimento de R$ 562,5 milhões nas obras da ponte desde sua interdição em 1982.
– Em outubro de 2015 a Empa conclui a construção das quatro torres e, no dia 6 de mesmo mês, assina novo contrato com dispensa de licitação com o Deinfra, ficando responsável por montar as demais treliças metálicas.
– No mesmo mês a empresa American Bridge – norte-americana que construiu a ponte na década de 1920 – desiste de assumir a etapa final de restauração da estrutura. A companhia vinha sendo assedada pelo governo estadual desde fevereiro de 2015. (Fonte: Diário Catarinense – Luis Antônio Hangai)
Queda de barreira interrompe parcialmente o trânsito na BR-282, em Lages
Uma queda de barreira interditou parcialmente o trânsito no quilômetro 223 da BR-282, em Lages, na Serra Catarina, na noite desta quarta-feira, perto do entrocamento com a BR-116. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o trânsito precisou ser desviado pelo sentido inverso por pouco menos de uma hora. A queda de barreira ocorreu por volta de 21h. Agentes da Defesa Civil ajudaram os policiais rodoviários a remover o material do local, liberando o trânsito em seguida. Há, no entanto, uma preocupação com uma nova queda de barreira no local, pois chove de maneira intensa na região. Ainda segundo a PRF, já houve um pequeno deslizamento de terra no local na última semana e o monitoramento da região será constante. (Fonte: Diário Catarinense)
Operação fiscaliza 205 postos de combustíveis da Grande Florianópolis
Auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda estão vistoriando desde terça-feira, 8, todos os postos de gasolina da Grande Florianópolis em mais uma edição da operação Posto Legal.
A meta é fiscalizar 205 estabelecimentos até esta quinta-feira, dia 10, nos municípios de Águas Mornas, Alfredo Wagner, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Biguaçu, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Palhoça, Rancho Queimado, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São José e São Pedro de Alcântara. O trabalho está sendo feito por 18 auditores fiscais sob a coordenação do Grupo Especialista em Combustíveis.
A operação tem por objetivo verificar a regularidade dos postos em relação às obrigações tributárias acessórias. São elas: bombas de abastecimento de combustível, Emissor de Cupom Fiscal, Programa Aplicativo Fiscal e equipamentos para transações com cartão de débito e crédito.
Em alguns postos serão coletados dados da memória dos emissores de cupom fiscal para posterior análise da movimentação física de combustíveis. Em caso de indícios de sonegação, o contribuinte poderá ser submetido a procedimento de auditoria fiscal, ou seja, uma fiscalização mais completa e abrangente sobre as entradas e saídas de combustíveis e outras transações comerciais.
Em junho deste ano, a Fazenda realizou uma edição da operação Posto Legal no Oeste. Foram fiscalizados 210 postos e registrados 26 irregularidades, com destaque para a desatualização do PAF-ECF. O setor de combustíveis responde por cerca de 20% da arrecadação de ICMS em Santa Catarina. (Fonte: Hora de Santa Catarina)
Novos táxis começam a circular em Florianópolis
Começaram a circular hoje em Florianópolis os primeiros táxis dos 200 novos que devem entrar em operação até janeiro de 2016. Na manhã desta quarta-feira, o prefeito César Souza Junior deu as primeiras licenças para os permissionários que já entregaram toda a documentação.
O primeiro a receber foi o empresário Robson Vieira. Ele conta que atua no ramo da construção civil, mas viu no táxi uma oportunidade de negócio, então estudou e se preparou para passar no concurso:
— Fiz um investimento. A cidade precisa de mais carros e o nosso desafio vai ser qualificar todo o sistema e os funcionários — disse.
O taxista Robson da Silva Medeiros, o Robinho, 40, trabalha há 21 anos como motorista auxiliar e finalmente vai poder dirigir seu próprio carro:
— Já tinha tentado outras vezes, mas não consegui passar. Desta vez tive ajuda da minha filha para estudar, passei nas provas e já comprei o carro. Agora só falta chegar para eu começar a trabalhar por conta própria — contou.
O prefeito explicou que este vai ser um passo importante para a cidade, e será monitorado para ver a demanda, e se houver ainda mais necessidade poderá ser feito um novo edital. César Souza ainda comentou sobre o aplicativo Uber, que está gerando polêmica em outras capitais: _
— Temos que celebrar este momento de modernização. Todos têm um desafio de atender bem os passageiros, os taxistas são agentes da cidade. O único jeito de barrar um serviço não-licenciado é oferecendo um serviço de qualidade — ressaltou.
62 táxis irregulares vão sair de circulação – O secretário de mobilidade urbana, Vinícius Cofferri, explicou que os 62 permissionários que tiveram suas licenças cassadas por conta de irregularidades apontadas na CPI dos Táxis começarão a ser notificados a partir de sexta-feira, e terão que sair de circulação:
— Os pontos que estes táxis vão sair irão receber os novos, já entraram na escolha dos que estão entrando. Eles continuaram circulando até o momento para que a cidade não sentisse os impactos de ter menos veículos — explicou.
Cada táxi pode ser dirigido por até três pessoas: o proprietário e dois motoristas auxiliares. Para evitar que os auxiliares dos que perderem a licença fiquem desempregados, o prefeito fez um apelo que os novos licenciados incorporem os motoristas com experiência. (Fonte: Hora de Santa Catarina)
Motociclista morre em acidente na BR-470
Na manhã desta quarta-feira um acidente envolvendo um carro e uma motocicleta causou a morte de um homem de 21 anos na BR-470, em Apiúna. A colisão frontal entre o Nissan, com placas de Seara, e uma Biz, com placa de Blumenau, aconteceu por volta das 11h30min no Km 97.
O Corpo de Bombeiros da União e Samu foram acionados, mas o motociclista já estava sem vida quando as equipes chegaram ao local, que fica próximo ao posto fiscal de Apiúna. O rapaz foi identificado como Adelino de Jesus Bueno da Luz Júnior, natural de Santa Cecília. Os ocupantes do carro não quiseram ser levados ao hospital.
Com este acidente chega a 90 o número de mortes na BR-470 em 2015. (Fonte: Jornal de Santa Catarina)
Taxista dorme ao volante e carro cai em vala, no Sul de Florianópolis
Um taxista perdeu o controle de um carro e acabou com quase submerso em uma vala na SC-405, na região Sul de Florianópolis. A suspeita da Polícia Rodoviária Militar (PMRv), que atendeu a ocorrência, é de que o motorista tenha dormido no volante. Ele, no entanto, afirmou aos policiais que teria sentido uma vertigem. O acidente ocorreu na manhã desta quinta-feira, na Avenida Diomício de Freitas, que leva ao aeroporto Hercílio Luz. A vala em que o motorista caiu é resultado das obras para a duplicação da via. Segundo a PMRv, um guincho foi acionado para a retirada do veículo. O motorista sofreu apenas ferimentos leves e conseguiu sair sozinho do veículo. (Fonte: Diário Catarinense)
Carolina Bahia: Sem estratégia
É impressionante a falta de uma estratégia clara do Planalto diante do impasse do impeachment. Na reunião do ministro Ricardo Berzoini (Secretaria Geral) com os líderes, o governo reconheceu a gravidade da derrota na votação da comissão especial e que precisa o mais rapidamente possível trabalhar em duas frentes: reconquistar deputados da base aliada e lançar alguma medida de impacto na economia que alivie o clima de insatisfação. A essas alturas, duas iniciativas praticamente impossíveis. O governo Dilma se notabiliza pela falta de articulação junto ao Congresso. Há cinco anos que os deputados reclamam que sequer são atendidos por ministros petistas, não têm os seus apadrinhados nomeados e as emendas não são pagas. Enfim, não se sentem na obrigação de garantir fidelidade. Quanto à medida econômica, sem orçamento e com inflação em alta, não se pode exigir criatividade do ministro Joaquim Levy (Fazenda). Resta aos governistas rezar para que o STF acolha a tese do voto aberto para a escolha da comissão especial.
Manobras – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), está jogando com o tempo e com o regimento para adiar a abertura do processo de cassação no Conselho de Ética. Deputados temem que a próxima manobra seja encaminhar ao conselho ações contra todos os deputados que respondem a algum tipo de processo que possa ser classificado como quebra de decoro. Aliados de Cunha estariam levantando a ficha corrida dos colegas.
Frangalhos – Com a queda de Leonardo Picciani (RJ) da liderança do PMDB na Câmara, os governistas falam em uma nova reforma ministerial. Neste caso, seria para contemplar o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL). Renan representa o PMDB que ainda está ao lado do governo. As mudanças seriam para fevereiro.
Em peso – A bancada catarinense do PMDB assinou em peso a lista para derrubar Leonardo Picciani (RJ) da liderança do partido na Câmara. A manobra reforça o grupo a favor do impeachment e praticamente sepulta as relações com o Planalto.
Véspera de recesso – Quem conhece o plenário do STF aposta que cada voto de um ministro para o caso do rito do impeachment não terá menos de uma hora e que duas sessões poderão ser insuficientes para a conclusão do julgamento. (Fonte: Diário Catarinense)
Simples eleva receita de municípios de SC
Diante de uma carga tributária da Ordem de 40% do PIB na prática, as atenções das empresas são grandes para a aprovação da mudança no Simples e para conter novas altas de carga tributária. Anteontem, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou o projeto que aumenta limites de alíquota do segmento e o projeto pode ser aprovado ainda este ano. Vale destacar que as alterações realizadas anteriormente no simples já ajudam as Prefeituras. Quem explica, na entrevista a
seguir, é o advogado tributarista e professor da Unisul, Vicente Capella.
A mais recente mudança no Simples Nacional que entrou em vigor, com inclusão de categorias como médicos e advogados, aumentou a arrecadação dos municípios?
Vicente Capella – Sim. Florianópolis é um dos municípios que tiveram aumento de repasses do Simples. Em junho deste ano o acréscimo do repasse do Simples para a capital catarinense foi de 41,96%. Outro mês com elevação semelhante, de 42%, foi fevereiro deste ano quando a arrecadação alcançou R$ 4.107.945,92 frente a R$ 2.876.905,39 em fevereiro de 2014. Em junho deste ano o acréscimo do repasse do Simples para a capital catarinense foi de 41,96%. Antes, os médicos e advogados pagavam mais Imposto de Renda e um valor menor do Imposto sobre Serviços, o ISS. Muitos definiam um valor fixo. Com o Simples, caiu o IR e aumentou a arrecadação total do ISS na maioria dos casos.
Além da alta carga tributária, no que mais as empresas sofrem com o governo?
Capella – O peso da carga tributária tornou-se um dos principais itens nas despesas das empresas. Com isso, o tempo dedicado a buscar alternativas menos onerosas também cresce. Basta ver o recente anúncio da mudança da sede da Unimed Grande Florianópolis para Palhoça. Do ponto de vista do negócio não faz sentido afastar-se do centro de suas operações. Apenas a possível economia compensa o distanciamento. O esforço e tempo da empresa voltam-se para o governo em detrimento da busca pela melhoria do negócio. A burocracia também pesa. Segundo o relatório do Banco Mundial “Doing Business 2016”, o Brasil é o que mais demanda tempo para a burocracia fiscal com uma média de 2.600 horas/ano, seguido da Bolívia (1.025 horas/ano) e da Nigéria (907,9 horas/ano).
Como vê as tentativas de resolver os rombos com aumentos temporários como cogita o governo federal?
Capella – Devemos resistir a qualquer aumento dos tributos, mesmo os chamados temporários. A alíquota máxima de imposto de renda da pessoa física era de 25% até a crise dos Tigres Asiáticos de 1997, quando passou a 27,5% e nunca retornou ao patamar inicial. Quando a União reconheceu perdas com os planos Verão e Collor I precisou de uma fonte de receita para essas compensações. Foi criada uma contribuição social para cobrar um adicional de 10% da multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), pelo artigo 1º da Lei Complementar 110/2001. A lei previu que os recursos fossem direcionados para pagar os acordos firmados com os empregados. No entanto, mesmo após a quitação de toda a dívida a cobrança continua.
É possível trabalhar a questão tributária de forma inteligente e eficiente?
Capella – A arrecadação de Santa Catarina com o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) é um exemplo de sucesso da inteligência tributária. Houve uma mudança na forma de estruturação, declaração e fiscalização. Hoje, o contribuinte é responsável pela avaliação do bem doado, fazendo o pagamento sem qualquer participação do Estado. Com isso, os fiscais ficaram livres para revisarem os casos mais importantes e identificarem eventuais diferenças.
Qual foi o impacto dessa mudança na arrecadação do ITCMD?
Capella – Essa é uma das razões dos sucessivos recordes de arrecadação do ITCMD em Santa Catarina. Em 2014, a receita com esse tributo cresceu 21,5% e no primeiro semestre deste ano a alta da arrecadação chegou a 47,35%. E não houve aumento de alíquota ou base de cálculo nos últimos cinco anos. (Fonte: Diário Catarinense)
Assim é golpe
Sempre sobra mais poço para tanta crise e o fundo do buraco ainda parece distante. Para quem preza a democracia, é assustador saber que a via política está se esgotando.
Não há mais, no Brasil, uma atividade política saudável. O que há nesse Brasil-hospício dos dias que correm é uma psicopatia grave, agravada por um absurdo vácuo de boas lideranças. No impeachment de Collor pairava sobre a cúpula da Câmara Federal a efígie honrada do doutor Ulysses Guimarães. O Ulysses de hoje chama-se Eduardo Cunha, malcheirosa flor do mal.
Um verdadeiro surto de microencefalia se espalhou pelo Congresso Nacional, cujas casas são presididas por dois réus processados por corrupção no STF. E fora da política – sabe-se – não há solução. Mas o que fazer quando esta política é praticada por microcéfalos? Câmara e Senado já não conseguem formar maiorias para uma governança mínima: cada sessão é um espetáculo de horrores, com um plenário tão fragmentado em 28 partidos que a Babel resultante torna impossíveis as deliberações necessárias a um regime democrático.
Daí para pior, pois já são 35 partidos no país e outras micro-secções compartimentadas dentro desse hospício. Resultado: o fragmentado Poder Legislativo do Brasil delibera por meio do Poder Judiciário, com o STF funcionando como câmara revisora do processo legislativo – e não mais como guardião das leis emanadas do poder popular.
Daí para pior, pois já são 35 partidos no país e outras micro-secções compartimentadas dentro desse hospício. Resultado: o fragmentado Poder Legislativo do Brasil delibera por meio do Poder Judiciário, com o STF funcionando como câmara revisora do processo legislativo – e não mais como guardião das leis emanadas do poder popular. Com leis eleitorais absurdas, voto proporcional puro e uma indústria de partidos sem limites, o Brasil transformou a política num asilo de loucos, como provaram as deprimentes cenas da votação, em plenário, da Comissão Especial do Impeachment: quebra-quebra, xingamentos, socos, pontapés e arreganhos, a Câmara retratada como um circo, com picadeiro, palhaços e trapezistas sem rede de segurança.
Até a descoberta da chamada prova cabal e pessoal contra a presidente Dilma Rousseff – que poderá emergir até mesmo da prometida delação premiada do senador preso, Delcídio Amaral – o impeachment é uma peça inepta e insuficiente.
O impedimento é constitucional, desde que seu processo, rito e argumentos flagrem com exação o “crime de responsabilidade” até aqui não caracterizado.
Assim como está sendo conduzido, a golpes de baixíssima política e ilegítima liderança de um réu atual, futuro condenado, o impeachment tem a cara e o cheiro de golpe. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)
Pedestres e motoristas: todo mundo tem culpa
Sabe quando você sente que uma pessoa realmente nasceu de novo? Escapou da morte por um triz, uma fração de segundo?
Pois foi uma cena assim que presenciei ontem. Eu, que fui uma mera observadora do “quase acidente”, fiquei de pernas bambas. Tinha certeza de que a adolescente seria atropelada pelo ônibus. Melhor contar do começo: Eu estava dentro do meu carro, parada, esperando uma pessoa. Na calçada do outro lado da rua vinha uma jovem com o celular na mão. Pelo jeito, ela digitava algo. Cabeça baixa o tempo todo. Eu pensava neste vício maldito do celular quando vi que a moça começou a atravessar a rua, sem desgrudar o olho do seu aparelho. Um ônibus vinha em alta velocidade e, não sei como, conseguiu desviar da pedestre. Mas foi coisa de centímetros. O motorista gritou alguma coisa e seguiu viagem. Ela ficou parada, como que não entendendo o que tinha acontecido… Como pode ser tão desligada? Falamos sempre da imprudência dos motoristas, mas os pedestres também muitas vezes são culpados pelos atropelamentos. Neste caso, por exemplo, a culpa seria toda dela.
Segundo estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 270 mil pedestres morrem anualmente vítimas de acidentes. O número representa 22% dos 1,24 milhão de pessoas que morrem em acidentes de trânsito no mundo todos os anos. A distração de condutores e pedestres (como neste caso que relatei) e a velocidade excessiva dos veículos são apontados como os motivos mais recorrentes de atropelamento. Os outros são a falta de sinalização adequada, a baixa visibilidade (principalmente à noite, em dias de chuva ou sob neblina) e obras na pista. O presidente da ONG internacional Sociedad Peatonal, Roberto Ghidini Júnior, ressalta que a maioria dos acidentes com atropelamentos envolvem condutores jovens e com pouco tempo de habilitação e pedestres idosos ou crianças.
Para ele, um bom desenho urbano, travessias reguladas por semáforo e velocidades reduzidas em locais de maior fluxo de pedestres podem ajudar muito a evitar atropelamentos. Nos países europeus, principalmente, existem as chamadas “traffic calm zones”, zonas de circulação a uma velocidade máxima de 30 km/h. mas só isso não adianta. Os pedestres também precisam se conscientizar de que deve fazer a sua parte: andar devagar, esperar, olhar para o chão e para os lados, além de atravessar as ruas com extremo cuidado. Ou seja: evitar que o trânsito se torne uma arma mortal depende de todos nós, motoristas e pedestres. Não há outra saída. (Fonte: Diário Catarinense – Viviane Bevilacqua)
Melhores reportagens sobre transporte são reconhecidas no Prêmio CNT de Jornalismo
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) realizou, na noite desta quarta-feira (9), a entrega dos troféus aos jornalistas responsáveis pelas sete melhores reportagens a respeito do transporte veiculadas entre 2014 e 2015 na imprensa brasileira. A solenidade de entrega do 22º Prêmio CNT de Jornalismo ocorreu no CICB (Centro Internacional de Convenções do Brasil) e reuniu profissionais de comunicação, transportadores e autoridades.
O prêmio, reconhecido como um dos mais tradicionais do país, é entregue em sete categorias: Rádio, Fotografia, Internet, Impresso, TV, Meio Ambiente e Transporte e o Grande Prêmio CNT de Jornalismo. Ao todo, foram distribuídos R$ 270 mil aos vencedores, dos quais R$ 60 mil para o Grande Prêmio e R$ 35 mil para cada uma das demais categorias.
O primeiro troféu foi entregue ao vencedor de Rádio, Luciano Nagel, pela série “Na boleia do caminhão aos confins do Brasil”, que apresentou um retrato dos desafios vivenciados pelos caminhoneiros que cruzam o país. Para isso, ele pegou carona em dois caminhões, e andou por 17 dias entre o Rio Grande do Sul e o Pará. “Foi um desafio fazer um raio X das rodovias. Seis mil quilômetros de estradas esburacadas, falta de estrutura, de fiscalização de segurança”, disse ele.
Depois, o fotógrafo Bernardo Coutinho, do jornal Notícia Agora, subiu ao palco para receber o prêmio em Fotografia, pelo trabalho “Mão fraterna”, que retrata a imagem de um homem estendendo a mão para auxiliar um caminhoneiro, logo após um acidente. Ele falou sobre o momento: “São cenas para as quais devemos estar preparados. Quando eu vi ele dando a mão, não tive nem o que pensar, só registrar”.
Com a reportagem “Eles fizeram foi morrer”, o jornalista Lúcio Vaz venceu na categoria Internet. O trabalho falou das fraudes no transporte escolar no Nordeste do país, que provocam até mortes de estudantes em razão das condições precárias do serviço. A matéria foi publicada pelo portal Brio. “É possível fazer reportagem para internet com um conteúdo mais aprofundado”, avalia ele, que percorreu oito mil quilômetros para apurar histórias de acidentes envolvendo transporte escolar. “Esse é um problema que é de todos. Ainda há um milhão de crianças, aproximadamente, transportadas por pau-de-arara nesse país”, destacou.
O ganhador em Impresso, Henrique Gomes Batista, apresentou um retrato do transporte de cabotagem no Brasil. Para isso, ele passou mais de duas semanas em um navio, entre São Paulo e o Amazonas. Para o repórter, o prêmio é um incentivo para que os veículos de comunicação “invistam mais nos que é o mais importante do jornalismo, que é a reportagem”. Ele diz que esse é um importante reconhecimento. “O CNT é um dos prêmios mais tradicionais do país, realiza uma seleção de forma totalmente séria, com critérios. Isso é muito bacana e dá respaldo ao prêmio”, avalia. O jornalista, que atualmente é correspondente de O Globo nos Estados Unidos, foi representado pela colega, Geralda Doca, da redação do jornal em Brasília.
Em TV, a vencedora foi a reportagem “A máfia do seguro obrigatório”, veiculada pela TV Globo. A equipe vencedora é formada por Edson Ferraz, Ana Pessoa, Wagner Suzuki, Lúcio Alves, Vianey Bentes, Geraldo Rodrigues e Michelly Oda. “O difícil era contar uma história que já havia sido contada. E o mais importante é isso: trabalhar em equipe”, disse Edson Ferraz, ressaltando a parceria dos colegas para realização do trabalho.
O Prêmio Especial Meio Ambiente e Transporte foi para o trabalho “Cemitérios de Lata”, do jornal Correio Braziliense, produzido pelos jornalistas Ivan Iunes, Warner Bento Filho e Leonardo Cavalcanti. A série tratou sobre a destinação de meios de transporte que se transformam em sucata. “Somos todos da editoria de política, mas sempre discutíamos meio ambiente. Então resolvemos trabalhar sobre a Lei de Resíduos Sólidos, que não trata da destinação desse material sem utilidade. E foi uma honra ter o reconhecimento desse trabalho”, falou Iunes.
O principal vencedor da noite foi o trabalho “Bicicletas 1 e 2”, especial do programa Cidades e Soluções da GloboNews, do jornalista André Trigueiro, que tratou do uso da bicicleta como meio de locomoção. Ao receber o troféu, ele destacou: “2015 foi o ano da bicicleta no Brasil. O cicloativismo ganhou mais espaço no Brasil. E eu queria dedicar esse prêmio aos ciclistas que morreram em acidentes violentos no país, acreditando que a bicicleta é uma alternativa de transporte”.
Seleção dos vencedores – O processo de sele&c
edil;ão dos trabalhos é realizado de maneira isenta e autônoma, em três etapas. Inicialmente, a Comissão Organizadora do Prêmio verifica se todas as reportagens inscritas atendem aos requisitos do regulamento. Depois, os trabalhos são avaliados por professores de comunicação, que definem os finalistas em cada uma das categorias. A última etapa é a avaliação da comissão julgadora, formada por quatro jornalistas e um acadêmico da área de transporte.
Os critérios para a pontuação das reportagens levam em conta a criatividade, o esforço, a oportunidade, o impacto e o alcance dos trabalhos. A avaliação é realizada por meio de um sistema eletrônico. Cada avaliador tem acesso somente a suas próprias notas.
Neste ano, os jurados foram: Domingos Meirelles, âncora do Repórter Record Investigação e presidente da Associação Brasileira de Imprensa; Ana Dubeux, diretora de redação do jornal Correio Braziliense; Bia SantAnna, diretora de conteúdo do portal IG; Liedi Bernuti, mestre em engenharia e professora da Escola Politécnica da USP; Milton Jung, âncora da Rádio CBN. (Fonte: NTC&Logística)