Integração de modais não pode depender de projetos com discussões sem fim, defende Pedro Lopes

Integração de modais não pode depender de projetos com discussões sem fim, defende Pedro Lopes

Florianópolis, 4.12.15 -Os representantes dos diferentes modais de transporte precisam conversar e debater propostas que possam tornar a intermodalidade real para maior eficiência do transporte, disse ontem o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina, ao fazer palestra e participar de debate do painel Logística Portuária no II Congresso Internacional de Desempenho Portuário (Cidesport), que acontece até amanhã, no Majestic Palace Hotel, em Florianópolis.
Para ele, que falou sobre O desempenho da infraestrutura rodoviária, encontros como esses servem para despertar para novas propostas e soluções que não dependam de governos. E que não sejam aqueles planos com discussões sem fim e sem viabilidade. “As necessidades só serão resolvidas pela iniciativa privada”, enfatizou Lopes. Além de Lopes, participou do painel com a palestra Desempenho Logístico Portuário, o coordenador e pesquisador do Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária da Universidade de São Paulo – USP/SP – Brasil, (Cilip), Rui Carlos Botter. E a mediação foi do professor, Alessio Bessa Sarquis, do Programa de Pós-graduação em Administração da Unisul.

Para Lopes, é preciso pensar em soluções mais rápidas e eficientes para o Brasil, porque o que se vê atualmente que que não há nenhum projeto eficaz. Ele lembrou que o Plano Nacional de Logística previa para 2025 aumentar a participação do modal ferroviário para 36% e reduzir o rodoviário dos atuais 70% para 35%.Faltam menos de 10 anos e nada até agora foi feito nem de ferrovias e nem de rodovias.

Ele também alertou que alguns projetos de ferrovias, citou os casos catarinense, a Litorânea e a do Oeste Leste, não deverão sair do papel tão cedo, porque não tem viabilidade econômica, além dos custos elevados para viabilizá-las.

Lopes afirmou que enquanto se fica esperando por esses projetos que ninguém sabe quando se tornarão obra, em outras regiões do país como o Norte e até da América Latina melhoram suas ligações, especialmente com o Oceano Pacífico, podendo retirar cargas dos atuais modais brasileiros. Citou o exemplo da construção um Zepelin para cargas pelo Oceano Pacífico.

Por isso defendeu soluções de integração dos modais rodoviários e ferroviários e até hidroviários. Disse que poderia se adotar o caminhão para transportar mercadoria do Oeste e fazer a integração com barcaças pelo Rio Itajaí-Açú para os portos. Ou até mesmo a integração no Planalto Norte entre o caminhão e a ferrovia para o Porto de São Francisco do Sul e a ligação com o centro do país e com o Centro-oeste.

O presidente da Fetrancesc afirmou ainda, que só essas ligações não são suficientes para aumentar a produtividade do transporte e da logística. Segundo ele, é preciso melhorar a estrutura de carga e descarga nos Portos. Ele citou o exemplo ocorrido no ano passado no Porto de Imbituba, que passou a receber grãos, mas por falta de planejamento dos embarcadores, o terminal não tinha estrutura para a descarga rápida e nem para o estacionamento dos caminhões carregados.

O que ocorreu? Motoristas ficaram dias na beira da estrada, sem qualquer estrutura para dormir, se alimentar e de higiene. Além disso, esses profissionais passaram a ser explorados pelo comerciantes, com a elevação dos preços das refeições. Sem contar que os veículos viraram depósito de grãos.

Outro problema são os acessos aos portos, quase sempre em vias urbanas o que torna tudo muito complicado. Deveria haver vias exclusivas aos portos, sem qualquer interferência do restante do trânsito.

Lopes relatou que há um projeto em andamento para tornar algumas grandes áreas em Santa Catarina como centros de logísticas e de atendimento aos motoristas de carga ou não, aos turistas e a todos que usam as rodovias.
O pesquisador Rui Botter, na sua palestra, defendeu o uso da cabotagem para a carga doméstica, que segundo ele não tem a necessidade fazer muitas coisas e a interferência é mínima do estado. O representante da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), Bernardo Mäder, também se manifestou pelo uso da cabotagem para a carga doméstica. O II Codesport é uma realização da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Universidade de Valência (Espanha).
Fonte: JP/Imprensa Fetrancesc
Fotos 1 e 3: Fotocongresso
Foto 2: Juraci Perboni

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