Florianópolis, 3.12.15 – A perícia nos destroços do ônibus da empresa Miro Turismo que colidiu contra um Cross Fox na Serra de Corupá, matando cinco pessoas, foi realizada nesta quarta-feira. Os laudos devem ficar prontos no prazo de dez dias.
Segundo o delegado responsável pela comarca de Jaraguá do Sul e responsável pelo caso, Adriano Spolaor, ainda é cedo para determinar a causa do acidente. Ele revela que os peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Rio Negrinho e Joinville ouviram algumas testemunhas, que relataram que o ônibus estava sem freio. Apontando a causa do acidente como falha mecânica. No entanto, um perito especializado em engenharia mecânica participou da vistoria no veículo, que está em Rio Negrinho, para confirmar as suspeitas do acidente.
– Precisamos desse laudo para ouvir os responsáveis pelo veículo e cobrar sobre vistorias, manutenção do ônibus – afirma.
Além do laudo do ônibus, serão analisados os laudos cadavéricos e de lesões corporais dos passageiros. O delegado também terá que ouvir os passageiros, os responsáveis pelo veículo e o motorista, Luís Carlos Moura, 50 anos, que está internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Municipal São José, de Joinville.
Para o delegado Spolaor, o trabalho de investigação será complicado porque as testemunhas do fato são moradoras de Sombrio, que fica mais de 400 quilômetros de Jaraguá do Sul. A intimação para os depoimentos deve ser lenta.
Na investigação, o Boletim de Atendimento da Polícia Rodoviária Federal será utilizado como prova. Até quarta-feira, Spolaor não havia recebido o documento.
Se alguém for condenado, irá responder por cinco homicídios culposos de trânsito e por lesões corporais de trânsito nos passageiros que quiserem entrar no processo. (Fonte: A Notícia)
Roubo de veículos no primeiro semestre de 2015 aumenta 120% em Criciúma
Nos últimos meses, o número de roubos a veículos cresceu em Criciúma. Segundo a Polícia Civil, o aumento chega a 120% no primeiro semestre desse ano, se comparado com o mesmo período do ano passado.
— Os criminosos estão cada vez mais audaciosos com a sensação de impunidade, justamente por conta da falta de efetivo e de estrutura que temos —, destaca odelegado Márcio Campos Neves.
O reflexo está nas ruas também para quem trabalha como taxista. Só no mês de novembro, cinco taxistas foram assaltados. Um deles sofreu o primeiro assalto em 18 anos de profissão. Num dos casos mais recentes, a vítima recebeu um telefone às 23 horas pra fazer uma corrida, quando chegou ao local combinado, quatro rapazes entraram no carro e anunciaram o assalto. O taxista reagiu e foi agredido. (Fonte: Diário Catarinense – Ricardo Dias)
Florianópolis terá primeira parada de ônibus ecossustentável de SC
Florianópolis terá uma parada de ônibus ecossustentável a partir da próxima terça-feira. O ponto feito com produtos recicláveis está sendo construído no bairro Agronômica, em frente à Casa do Governador, e será doado à cidade pela Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif).
O projeto prevê cobertura com vegetação para diminuir o calor no espaço, bancos e iluminação com energia gerada por placas fotovoltaicas — que também permitirão que os usuários carreguem seus celulares via USB enquanto esperam o ônibus.
A parada tem espaço para cadeirantes, prevê um bicicletário e um painel com informações sobre as linhas de ônibus que passam pela parada — algo que surpreendentemente será novidade em uma cidade turística como Florianópolis.
O projeto é do Núcleo de Paisagismo da Acif, com base em estudos sobre abrigos de ônibus pelo mundo. Segundo a coordenadora do Núcleo, Maria Cecília Guinle, esse é, com todos os itens que comporta, o único abrigo deste tipo no Brasil.
— Reunimos modelos instalados em grandes cidades como Amsterdã, Paris, Boston, Califórnia, Miami e outras aqui do Brasil, e buscamos mesclar as coisas interessantes de cada uma para montar um lugar em que o usuário tenha conforto e comodidade enquanto espera pelo transporte — explica.
A proposta é que o projeto sirva de referência para que o poder público invista em maior no conforto aos usuários de transporte público e, assim, incentive as pessoas a deixar o carro em casa e optar pelo transporte coletivo.
A iniciativa tem o apoio do Projeto Empreender Competitivo 2013-2015, uma parceria entre a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) com o Sebrae, e administrado no estado pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). (Fonte: Diário Catarinense)
“O ano não vai ser um dos melhores para o setor”, avalia presidente da Acats
Supermercados e estabelecimentos já se preparam para o início de mais uma temporada de verão. Neste ano, os desafios como a crise econômica devem respingar na redução do número de novas vagas temporárias.
Estabelecimentos já se prepararam para atender os turistas com um remanejamento e treinamento do quadro de pessoal atual. De acordo com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), até o fim deste ano 11 mil pessoas serão qualificadas.
Outro desafio para os próximos meses é a escassez de alimentos por conta do excesso de chuva que afetou a produção de alimentos como por exemplo a cebola.
Mas apesar das dificuldades, o presidente da Acats, Atanázio dos Santos Netto, garante que não faltará alimentos durante a temporada.
—Temos uma preocupação especial com as frutas, legumes e verduras. Temos uma faixa de grande produção que foi bastante afetada. Mas o setor já desenvolveu fornecedores em outras regiões para atender a necessidade. Até o momento nos não temos nenhuma informação de falta de nenhuma alimento—, garantiu Netto.
Acompanhe nesta quinta-feira a série de reportagens De Olho no Verão, sobre o tema alimentos.
Entrevista
Pode faltar algum tipo de alimento na alta temporada?
Não. O setor trabalha com planejamento e uma expectativa muito boa para a temporada de verão. É normal na época de final de ano algumas dificuldades em termos logísticos, algumas indústrias entram em férias coletivas. Mas temos tecnologia e uma equipe logística muito bem preparada que consegue planejar a temporada.
A questão das chuvas e da malha viária congestionada durante o verão. Como fazer para que esses problemas não impactem no preço dos produtos?
Preço é uma questão delicada e que preocupa muito as empresas. No momento em que existe uma retração de mercado, a competitividade aumenta. Então, mesmo não sendo formador de preço, mas tendo que repassar, o preço tem que ser muito bem estudado. Na Acats, temos um cuidado muito grande para desenvolver mais fornecedores, rever seu processo de atuação, para que possamos manter um produto adequado para o cliente com o menor preço possível. Preço é um fator de competitividade e sobrevivência da associação.
A associação está preparada para ter uma temporada menos lucrativa como mostraram pesquisas da Fecomércio?
O setor vem trabalhando 2015 como um ano desafiador. Tivemos um grande aumento de custo. Se observar, a energia elétrica quase dobrou, tem impostos, custo logístico e mão de obra. Por outro lado, temos um mercado em recessão com um volume de venda que, se nós fecharmos igual a 2014, estamos satisfeitos. Com essas variáveis, o ano não vai ser um dos melhores para o setor, mas a gente tá conseguindo enxergar isso lá na frente.
Florianópolis tem a terceira cesta básica mais cara do país. Por que os preços são tão caros e os valores sobem tanto nos balneários de Santa Catarina?
Orientamos os associados e discutimos nos comitês para que todas as empresas tenham uma política única. Não é explorar o turista, temos que explorar o turismo, de forma profissional e competente. E esses balneários têm vida própria durante o ano todo. Então é importante que se tenha uma política de atuação em termos de política de precificação, independente da sazonalidade do verão.
Em 2014, o Procon analisou 50 itens da cesta de Natal na Grande Florianópolis e produtos variavam em até 170% o preço. A associação não considera isso abusivo ou a lei do livre mercado não tem limite?
Nós consideramos isso uma distorção grave, mas não podemos atuar diretamente na atuação das empresas. São casos, às vezes absurdos, que a gente vai lá e busca justificativas. Nossa orientação é que se aplique um preço justo de acordo com o modelo de negócio. Ou seja, cada um tem o seu formato, o modelo de negócio e a estratégia. E, com isso, cada um precifica de acordo com a sua estrutura, de acordo com o seu custo e com a sua estratégia de público.
Em outubro, uma sondagem da Acats previu que a maioria das empresas não contrataria neste verão. 70% usaria os mesmos profissionais. Essa expectativa se mantém? E a mão de obra estrangeira poderá ser aproveitada?
Essa expectativa se mantém com rara exceção nos principais balneários. A nossa pesquisa está se confirmando e todo mundo está trabalhando com uma situação semelhante a de 2014. Temos várias empresas que utilizam mão de obra estrangeira. Você vê que hoje a gente está com uma super oferta de mão de obra.
Qual a preparação dos supermercados quanto à higiene?
Vamos fechar 2015 com 11 mil pessoas formadas e sendo qualificadas pela Acats. 50% dos cursos são sobre produtos perecíveis, no cuidado com higiene e vigilância sanitária.
Sobre a questão dos impostos. A associação tem algum projeto para incentivar a redução da carga de impostos?
Temos um contato direto com o governo do Estado, com a Secretaria da Fazenda, temos um relacionamento muito fácil, a gente discute bastante todos os temas, muitas vezes, mas é uma equação difícil. O que eu posso te dizer é que imposto é uma preocupação, mas a gente também entende que não é fácil avançar nesse sentido. (Fonte: Diário Catarinense)
O que levou Cunha a abrir o processo de impeachment de Dilma
Na decisão de 21 páginas em que aceitou a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou haver indícios suficientes de que a petista teve “participação direta” na edição de seis decretos de abertura de créditos suplementares no valor de R$ 2,5 bilhões em desacordo com a legislação orçamentária.
Cunha argumentou que a conduta de Dilma importa “em tese” em crime de responsabilidade. “O eventual crime de responsabilidade, como sustentam os denunciantes, pode ser configurado também pelo descumprimento do artigo 4º da Lei 12.592 de 2014 (Lei Orçamentária Anual – LOA), que determinou que a abertura de créditos suplementares (ou adicionais) estava condicionada ao alcance da meta de resultado primário (poupança) estabelecida”, diz Cunha no despacho em que acolheu o pedido apresentado pelos juristas Hélio Bicudo e Reale Junior.
O presidente da Câmara cita ainda o fato de que a revisão da meta fiscal, aprovada pelo plenário do Congresso nesta quarta-feira, 2, como outro argumento para aceitar o pedido apresentado. Segundo Cunha, mesmo a aprovação da matéria não altera a “realidade dos fatos”. Ele destacou que a presidente administrou o orçamento de 2015 como se a situação fosse superavitária, quando o déficit estimado pode chegar a R$ 100 bilhões.
“Em outras palavras, o PLN n.º 5/2015, ainda que aprovado, não retira a tipificidade (sic) hipotética da conduta da denunciada nesse particular, já que os créditos orçamentários eram irregulares à época em que os seis decretos não numerados apontados pelos denunciantes foram por ela assinados”, diz.
Cunha se vale ainda de um terceiro argumento para ter aceitado o pedido contra Dilma. Segundo ele, as pedaladas fiscais – prática na qual bancos públicos atrasam pagamentos ao Tesouro Nacional – continuariam em 2015. No despacho, ele classifica a reiteração dessa conduta de “igualmente relevantes”.
Todos os pontos usados pelo presidente da Câmara se referem à condutas de 2015, após a reeleição de Dilma. Ele já havia rejeitado pedidos de impeachment anteriores que se embasavam em condutas realizadas em anos anteriores. “Há, portanto, justa causa a justificar o recebimento desta denúncia. E também há indícios de autoria, considerando a responsabilidade da presidente da República pela lei orçamentária”, afirma.
A manifestação de Cunha afirma que Dilma terá a oportunidade de se manifestar “expressamente” sobre todas as acusações, exercendo seu direito constitucional à “ampla defesa” e ao “contraditório”. “Não há dúvida de que o recebimento da denúncia pode acarretar graves danos institucionais. Mas é igualmente certo também que as instituições brasileiras são sólidas e estão preparadas para esse julgamento”, pondera.
O presidente da Câmara pondera ainda na peça que, ao julgar a admissibilidade do processo, está sendo examinada apenas a existência de requisitos mínimos, formais e materiais e indícios de materialidade e autoria, e não a procedência ou não da denúncia. “Não há qualquer condenação prévia”, diz. A decisão de Cunha será lida nesta quinta-feira, 3, em plenário e
partir daí todo o processo (Fonte: Diário Catarinense)
Parlamentares catarinenses repercutem abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff
Congressistas catarinenses do PT não pouparam ataques verbais ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após o peemedebista deflagrar processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Como contra taque, membros do partido já estudam formas de inviabilizar o procedimento com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que não há fatos que sustentem o afastamento.
O deputado federal Décio Lima (PT) sinalizou a possibilidade de levar o assunto à Suprema Corte. Após a sessão da Câmara, ele disse que Cunha “é um ladrão sem autoridade moral” para iniciar um impeachment, uma vez que o presidente da Casa é investigado por manter contas suspeitas no exterior. Também acusou o peemedebista de fechar um acordo com a oposição: ele teria instalado o procedimento contra Dilma para obter votos contrários à sua cassação no Conselho de Ética.
Outro deputado petista, Pedro Uczai classificou como “nojenta” e “chantageadora” a posição de Cunha. O parlamentar afirma que o processo de impeachment também é uma represália do peemedebista contra o PT, que decidiu votar pela admissibilidade da cassação do presidente da Câmara no Conselho de Ética.
Já a oposição catarinense aproveitou para comemorar. O deputado Marco Tebaldi (PSDB) disse que, apesar da forma turbulenta com que Cunha iniciou o processo, foi uma “decisão louvável”. Mas, ao contrário do que os adversários petistas estão ventilando, ele garante que, mesmo assim, irá votar pela cassação do peemedebista.
O ninho tucano no Senado também expressou contentamento. Em vídeo publicado nas redes sociais, o senador Paulo Bauer disse que, embora seja um momento sério e grave da vida pública, trata-se de uma fase “que o Brasil precisa ultrapassar”. O também senador Dalírio Beber afirmou que o impeachment corresponde a um sentimento predominante que havia ficado evidente durante as eleições de 2014.
Diante da batalha entre Dilma e Cunha, o deputado federal Esperidião Amin (PP) disse que os dois processos — de impeachment da petista e cassação do peemedebista — são fatores fortes o suficiente para que os demais parlamentares se auto convoquem para tratá-los durante o recesso que começa neste mês de dezembro.
Confira os comentários dos parlamentares catarinenses em Brasília:
Pedro Uczai (deputado federal do PT) – “O Cunha é chantagista. Ele já foi denunciado e não tem autoridade moral para essa decisão. Cassamos o André Vargas (PT) por muito menos. Se isso significa guerra, nós vamos enfrentar. Vamos cassar o Cunha também”.
Décio Lima (deputado federal do PT) – “O Cunha não tem credibilidade. Trata-se de um ladrão com contas em paraísos fiscais que quer macular a democracia. Isso é afirmação de um golpe. Nunca houve acordo com ele para evitar sua cassação. Jamais nos aliaríamos a um psicopata”.
Marco Tebaldi (deputado federal do PSDB) – “A decisão, embora tardia, é um avanço. Não há mais condições de continuar do jeito que está. É um decisão louvável, é aquilo que a opinião pública quer. O governo não tem mais onde se sustentar”.
Dalírio Beber (senador do PSDB) – “É a resposta de um sentimento predominante nas ruas. A Campanha da Dilma da eleição passada não correspondeu com a verdade. E agora em 2015, só tivemos notícias ruins do governo federal”.
Paulo Bauer (senador do PSDB) – “Cunha anunciou finalmente que acolhe o pedido. É um momento sério e grave da política, mas é um momento que precisamos ultrapassar. O impeachment finalmente está acolhido e certamente será votado pelos deputados federais”.
Esperidião Amin (deputado federal do PP) – “É a crônica da morte anunciada. Do estamos lendo e vendo, era esperado que o processo de impeachment iniciasse. Diante deste momento, acho que os parlamentares devem se autoconvocar durante o recesso para tratar destes processos no Legislativo”. (Fonte: Diário Catarinense – Luis Antônio Hangai)
Governo deflagra “operação de guerra” para salvar mandato de Dilma
Quando o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) anunciou o andamento do processo de impeachment, o Palácio do Planalto deflagrou uma operação de guerra para salvar mandato de Dilma Rousseff.
A estratégia tem diferentes frentes. Na Câmara, o PT quer influenciar na escolha dos representantes da comissão especial que serão apontados por outras siglas. O governo e a bancada petista estudam questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura da comissão especial. No plano ideal, a ameaça de afastamento estará sepultada ainda em dezembro. Em outras projeções, seria derrubada em março.
Na estratégia retórica do governo, a defesa será feita com a tese do “golpismo” e analogias ao golpe militar de 1964. Outros argumentos reproduzidos desde a noite desta quarta-feira apontam para “revanche” e “vingança” de Cunha, que acenou com o afastamento para salvar seu mandato por quebra de decoro. Dilma vai apostar na comparação das biografias, com o discurso de que não há suspeita de corrupção contra ela.
— Meu passado e meu presente atestam minha idoneidade — disse a presidente em pronunciamento.
O PT e os aliados vão trabalhar para desgastar ainda mais a imagem do peemedebista, denunciando ao Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção na Lava-Jato. Aumentará a pressão pelo afastamento dele da presidência, na tese de que usa o cargo a seu favor. O PT conta com militância e movimentos sociais nas redes e nas ruas.
O racha dos últimos dias entre governo e PT terá de ser revertido. Partido e palácio pregam unidade. O pronunciamento da presidente, escoltada por seus ministros, tentou dar essa impressão de coesão.
O anúncio de Cunha provocou um tsunami de perplexidade no Congresso. Os movimentos do peemedebista eram monitorados, mas acreditava-se que ele não “queimaria sua única bala”, como resumiam deputados petistas.
A decisão de avançar o processo de impeachment foi comunicada em coletiva no Salão Verde, enquanto deputados e senadores aprovavam no plenário, logo ao lado, a revisão da meta fiscal. Parlamentares de diferentes partidos deixaram o plenário correndo para ouvir a entrevista do presidente. Petistas catatônicos dividam espaço com oposicionistas com sorrisos debochados nos rostos.
No Planalto, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) soube durante a tarde que uma coletiva havia sido marcada para Cunha anunciar o impeachment. Do quarto andar do palácio, desceu ao terceiro para comunicar Dilma. O grupo viu pela TV a coletiva de Cunha e convocou uma reunião de emergência com ministros, na qual foi esboçada a estratégia de defesa e o discurso feito pela presidente. O ex-presidente Lula também já estava avisado e é considerado peça chave para incitar a militância.
Ao telefone, Dilma conversou com o vice Michel Temer, que também fora avisado antes do anúncio. Os relatos são de que foi uma fala de conforto e de aliança pela derrubada do impeachment.
No palácio, corria a conclusão de que o revide foi proporcionado pela posição da bancada petista na Câmara, que pressionou, insuflada pelo presidente do PT, Rui Falcão, para que os três membros do partido no Conselho Ética votassem pela admissibilidade do processo por quebra de decoro contra Cunha.
— Ele estava há meses ameaçando. Não foi por falta de aviso — dizia um petista, a balançar a cabeça.
Os ministros Jaques Wagner (Casa Civil) e Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) insistiam no acordo tácito com Cunha, tese derrotada dentro do partido. Após a reunião da bancada, o palácio tentou conversar com Cunha e sinalizar que até a próxima semana, quando seu caso deve ser votado no conselho, seria possível demover os deputados. Não foi suficiente.
Aliados de Wagner e Berzoini relatam que eles já estavam cansados com as chantagens de Cunha. Depois do pronunciamento de Dilma, Parlamentares e assessores davam o tom do novo momento da República, em uma frase repetida à exaustão:
— Agora é guerra. (Fonte: Diário Catarinense)
Carolina Bahia: Cunha resolveu se vingar
Depois de uma reunião com seus principais ministros, a presidente Dilma resolveu começar a guerra contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com uma batalha de biografias.
Em seu breve pronunciamento, a presidente Dilma lembrou que ela não tem conta no Exterior e não escondeu patrimônio. Além de denunciado pelo MP ao Supremo Tribunal Federal, Cunha corre o risco de ter o mandato cassado pela Câmara. Com essa comparação, Dilma pretende começar a convencer a opinião pública, na briga contra Cunha. Depois que a comissão especial começar a analisar o processo, a pressão das ruas será fundamental. O grande problema da presidente da República é que a situação econômica também deve piorar. O clima de insegurança vai segurar a intenção dos investidores. Economia ruim significa queda de popularidade para a presidente. (Fonte: Diário Catarinense)
Impeachment
Deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmera Federal, chamou a imprensa nesse momento para dizer que não teve mais como segurar: está aberto o processo de impeachment da presidente Dilma. Agora vamos combinar: o deputado não tem moral para tirar ninguém do poder. O que ele deveria fazer junto com o impeachment é renunciar ao seu mandato e responder na justiça comum pelos seus crimes. Que o País inteiro conhece. (Fonte: Diário Catarinense – Cacau Menezes)
Processo contra a presidente não deve agravar crise
Com o lance ousado de aceitar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, pode acelerar o fim do jogo político e mudar o rumo da economia, caso os parlamentares decidam pelo afastamento. Está claro, desde o final de 2013, que o setor privado reduziu os investimentos por falta de confiança na gestão do atual governo. Alguns planos foram anunciados pela equipe econômica, mas os poucos avanços alcançados foram insuficientes para mudar o ânimo do setor privado.
A possível condução do vice-presidente Michel Temer à frente do executivo nacional pode reverter o pessimismo atual e permitir a retomada do crescimento econômico. Outro fato que chama a atenção é que o partido do vice, o PMDB, anunciou recentemente um programa de governo para o país prevendo medidas para um ajuste fiscal e investimentos em infraestrutura que agradaram o setor produtivo. Caso a decisão política seja de manter Dilma na presidência, o cenário atual tende a continuar. Isto significa mais um ano de recessão e provável retomada do crescimento em 2017, com eleição presidencial em 2018. No ano que vem, a economia ainda poderá piorar, especialmente com o agravamento do desemprego. Se a presidente sair vitoriosa desse processo, ela poderá tentar reverter a falta de confiança, especialmente com esforço para aumentar investimentos em infraestrutura. Mas como desajustou a economia nos últimos anos e pouco fez até agora, terá dificuldades para implementar medidas. As expectativas são diferentes, pode haver pressão popular de um lado ou de outro, mas os parlamentares é que têm a decisão política na mão.
Retomada – Nada vai mudar na economia durante o processo de impeachment, na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc), Glauco José Côrte. O país seguirá em recessão, conforme o cenário que está desenhado, com piora nos investimentos e empregos. Mas se a presidente for afastada e o modelo de gestão mudar, é possível uma retomada do crescimento, comentou ele.
– O resultado do processo de impedimento dependerá do Congresso Nacional. Mas é importante que transcorra o mais rápido possível – afirmou Côrte.
Segundo ele, é importante retomar os investimentos em infraestrutura.
Oportunidade – A atual gestão da presidente Dilma Rousseff não conduziu o Brasil ao crescimento econômico. Do jeito que está, não se vislumbra mudança no atual quadro, na opinião do presidente da Federação do Comércio (Fecomércio SC), Bruno Breithaupt. – Se o processo de impeachment for aprovado pelo Congresso e o vice-presidente assumir, existe a possibilidade de uma reversão do atual quadro – disse Breithaupt. Segundo ele, a situação se deteriorou com equívocos como as pedaladas fiscais, excesso de gastos e outros. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
PT joga Dilma aos leões
A decisão do presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), de aceitar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff ocorreu após a decisão do comando do PT e de seus três deputados anunciarem voto favorável à cassação de Cunha. Revanchismo puro!
De um lado, o gesto de Cunha acelera o processo de impeachment da presidente, aumenta a sangria política e aprofunda a crise econômica que dominou o cenário nacional durante este ano. Significa, também, que o PT, mergulhado no maior lamaçal de roubalheira da história do Brasil, decidiu atirar Dilma aos leões para salvar o pouco que sobra de sua imagem destruída pelos atos criminosos de seus líderes, e, sobretudo, para blindar o ex-presidente Lula. É notório que, se sobreviver a esse tsunami, como diz Eduardo Suplicy, o PT terá como única boia de salvação a liderança de Lula. Com Lula fora do jogo, Dilma não tem comando, nem liderança e muito menos a popularidade.
De outro lado, a pergunta que não quer calar: que autoridade moral tem o dep
tado Eduardo Cunha, campeão do cinismo e do deboche nacional, chantagista assumido, para autorizar um processo delicado e grave, que envolve o futuro de uma nação?
O resumo da ópera é uma tragédia. A presidente sob suspeita, o presidente da Câmara na iminência de ser cassado e o presidente do Senado denunciado por corrupção.
As únicas luzes que dão esperança: a Justiça independente e a imprensa livre.
Itajaí tem prejuízo milionário – O governador Colombo esteve em Itajaí para liberar licença ambiental autorizando as obras de dragagem para ampliação da bacia de evolução do porto. Os serviços vão permitir maior movimento de carga nos portos de Itajaí e Navegantes. A execução do projeto exigirá R$ 105 milhões, oriundos do BNDES e já disponíveis. Concorrência foi vencida pela Triunfo. Desde fevereiro, Itajaí aguardava a liberação da licença. A médio e longo prazo, a obra dará nova dinâmica à economia da região. A curto prazo, contudo, o complexo portuário continua dependendo das obras emergenciais de desassoreamento.
O Fórum Parlamentar Catarinense se mobilizou em Brasília, o governador esteve com o ministro dos Portos, Helder Barbalho, e as lideranças políticas e empresariais de Itajaí se desdobraram em contatos no governo federal. O ministro chegou a anunciar viagem a SC em outubro para emitir a ordem serviço das obras de dragagem. Até agora não saiu nada, e as notícias são péssimas. A emergência do desassoreamento do rio foi decretada pela prefeitura de Itajaí, homologada pelo governo estadual e avalizada pelo Ministério dos Portos. Mas a Defesa Civil Nacional a rejeitou.
Resultado: o governo teve que optar pelo Regime Diferenciado de Contratação. Estava pronto para lançar o edital. Com o corte aplicado pela presidente Dilma, foi tudo para o espaço. Operação de navios no Itajaí-Açu depende do nível do rio. O calado caiu de 12,5 metros para 10 metros. O governo Dilma provoca este desastre econômico. E a população de Itajaí e de Santa Catarina paga a conta. O prejuízo é milionário. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)