Florianópolis, 16.11.15 – A partir desta segunda-feira, o Estado terá uma superintendência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A unidade ficará no km 204 da BR-101, em São José, no Bairro Barreiros. No evento de inauguração, estará presente o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues. Além dele, virá a Santa Catarina o diretor-geral da ANTT, Jorge Bastos. Antes da abertura da nova unidade, o órgão tinha uma superintendência no Rio Grande do Sul que também atendia SC. O posto será dividido em coordenadorias, que vão atender fiscalização de cargas e passageiros e infraestrutura rodoviária e administrativa. (Fonte: Diário Catarinense)
Luz no fim da ponte
Catarinenses Luiz Balthazar, leitor da coluna lá em Lisboa onde reside há 14 anos, escreve para comentar sobre a ponte pênsil com seis pistas que opera lindamente na capital portuguesa. Um cartão-postal idêntico à Hercílio Luz, lembra. E a empresa responsável pela manutenção da 25 de Abril é a mesma que está operando em Florianópolis. Logo, diz o arquiteto, há esperança na recuperação. (Fonte: Diário Catarinense – Rafael Martini)
Norte do Estado tem maior custo de logística e infraestrutura, aponta Fiesc
A região Norte de Santa Catarina é a que tem os mais elevados custos com falta de logística e de infraestrutura. É o que revela estudo realizado pela Fiesc. A segunda é a Grande Florianópolis, pela falta de mobilidade. Perde-se mais tempo na entrada da Ilha do que viajar de outras cidades litorâneas ou do interior para a Capital. No Brasil, a logística representa 11,19% do produto. Em Santa Catariana é de 14%. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
O mar que nos espera
Nosso mar — tão pacífico sem vento sul — não é, definitivamente, o mar zangado da Bíblia. Aquele mar que Moisés teve que domar e dividir, para que seu povo o atravessasse a vau, rumo à Terra Prometida.
O mar que chapinha nossas canoas bordadas é o mesmo mar descrito pelo marinheiro-prosador Virgílio Várzea, desenhando a aurora que pintou de ouro as ondas da Lagoa da Conceição. Ele faz parte do mesmo oceano dos poetas Shelley e Byron — um mar no embalo das vidas simples e calorosas.
Tudo sai do mar e tudo a ele retorna. É o lugar dos nascimentos, das transformações e dos renascimentos. É o lugar onde nasceu a vida, a partir das algas e de seus micro-organismos — todos nascemos no mar, nadando na lagoinha de uma placenta.
Ao nosso mar falta, contudo, o dinamismo dos mares rendilhados por trapiches, nervuras vasculares que ligam os seres humanos ao mundo. Carecemos dessa “escada de embarque” pela qual o homem se põe ao largo na líquida via. Mares como o Egeu, o Mediterrâneo, o Báltico, ou o sossegado braço de mar que entra pela Barra da Lagoa — todos são “estradas” do homem desde a mais remota antiguidade.
Não há recanto do mundo que ignore esse vítreo caminho — tão natural e tão belo. Por isso, não deixa de causar aguda estranheza essa pouco dissimulada má vontade com o mar que abraça e acaricia a Ilha de Santa Catarina.
Vigora, aqui, um inexplicável descompasso, um sinal “trocado” entre a relação “pessoas/automóvel” e “pessoas/barco”, nesta que é uma Ilha de 42 praias bem contadas. Já somos a segunda cidade brasileira na penosa relação “carro-por-habitante”, passando rapidamente da atual marca de um carro para cada 1,8 morador, rumo a delirantes “um-por-um”. E quantos barcos teremos “por pessoa”, nesta que é uma Ilha, como todas, cercada de água por todos os lados?
Não tenho medo de errar. Contando todas as ilhas do mundo, incluídas as de um mar tão antigo quanto o Egeu e suas ilhotas do Dodecaneso, o mar que nos cerca é o “menos navegado” de todo o planeta.
Refundar a humanidade – O humanismo derrotado, as luzes de Paris apagadas pela barbárie, a Torre Eiffel fechada, o Louvre e o DOrsay, vazios, à beira do . E o luto dilacerante por centenas de mortos e feridos sangrando ao longo do rio de lágrimas que banhou o domingo da cidade-símbolo das artes, das letras, do iluminismo civilizatório.
Não há nos 114 capítulos do livro sagrado do Islã, o Alcorão, uma única palavra incitando a “vingança”, o assassinato, a injustiça de usurpar a vida de pessoas inocentes. A tragédia de Paris não é obra do Islã, mas de radicais da Jihad que se desumanizaram, perderam a dimensão dos sentimentos humanos da misericórdia e da compaixão.
Não basta dizer que o terrorismo é desumano. É monstruoso. Um terrorista é mais do que um assassino, um verdugo, um homem da sombra, um chacal. Chamá-lo de animal é ofender a espécie.
Esses jihadistas islâmicos que aterrorizaram Paris não são filhos de Alá, mas de Satã, trabalham com ele, o Marrom que Fuça. O terrorismo não tem justificativas, nem por causas supostamente nobres: os meios inumanos anulam completamente os fins. Nem as sátiras do Hebdo a Maomé, nem a pobreza e a desigualdade, nem a egolatria econômica de potências insensíveis, nada, nenhuma lógica justifica a barbárie.
l l Fanatismos atormentam a fé cruelmente politizada. Que religiões seriam essas que pregam a virtude só pela negação da vida? Se Deus é a bênção pelo perdão, nestes casos, os dos ataques terroristas contra a humanidade, o Todo-Poderoso se recusará a qualquer gesto de indulgência. Porque o terrorismo simplesmente não tem perdão: sua primeira vítima é a liberdade e o principal direito do ser humano – o direito à vida. Na Paris deserta de um domingo de outono emerge a dor de todos os seres humanos, confrontados com a terrível realidade dos atentados de sexta-feira. Se o Deus cristão quiser ser magnânimo e o Alá muçulmano quiser restaurar a justiça, precisariam refundar a humanidade. (Fonte: Diário Catarinense – Sérgio da Costa Ramos)
Túnel
A obra do túnel do Morro dos Cavalos poderá entrar no programa de concessões do governo federal. Uma ideia ainda em estudo pela equipe técnica, mas considerada viável, é incluir o empreendimento na concessão da BR-101 Sul. A empresa que assumir o trecho, considerado um filé, poderá ter como contrapartida a realização da obra pendente. Engenheiros da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) afirmam que mesmo com a quarta faixa, o túnel precisa ser feito.
Detalhes – O marco regulatório do setor rodoviário começa a ser debatido na próxima quinta-feira, em uma audiência pública na Câmara. O deputado Celso Maldaner (PMDB) adianta que um dos objetivos é proteger o caminhoneiro autônomo. A ideia é que a ANTT entre no mercado garantindo um preço mínimo do frete, reivindicação antiga do setor. Falta combinar com a equipe econômica, que já avisou que acabou a fase dos subsídios. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
Vendas do varejo têm oitavo mês seguido de queda, diz IBGE
As vendas do comércio varejista caíram 0,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal, informou na manhã desta quinta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado – o oitavo mês seguido de queda – veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas. O setor automobilístico apresentou o maior recuo (4%).
Na comparação com setembro de 2014, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 6,2% em setembro de 2015. Nesse confronto, as projeções iam de declínio de 3,20% a 8,20%, com mediana negativa de 7,10%.
As vendas do varejo restrito acumulam queda de 3,3% no ano, além de retração de 2,1% em 12 meses.
Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 1,5% em setembro ante agosto, na série com ajuste sazonal.
Na comparação com setembro de 2014, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 11,5% em setembro de 2015. Nesse confronto, as projeções variavam de retração de 9,30% a 15,50%, com mediana negativa de 12,30%.
Até setembro, as vendas do comércio varejista ampliado acumulam queda de 7,4% no ano. Em 12 meses, houve redução de 6,0%. (Fonte: Diário Catarinense)
Jefferson Saavedra: Ponte do Adhemar Garcia, em Joinville, fica fora do orçamento do Governo do Estado
O desaparecimento da ponte do Adhemar Garcia do orçamento para 2016 confirma o desembarque do governo do Estado da obra, algo que o projeto do PPA 2016-2019 já havia antecipado. Para 2015, a previsão reservava R$ 20 mil, distante dos R$ 100 milhões para a ligação na zona Sul de Joinville, mas ainda era uma rubrica que podia ser ampliada. No projeto para o ano que vem, em análise na Assembleia, não há previsão alguma.
A medida não é surpresa para a Prefeitura, que já vem nos últimos meses buscando financiamento junto ao Fonplata, de US$ 40 milhões. Desde 2013, foram várias audiências em Florianópolis, sempre com encaminhamentos positivos, com o financiamento do Banco do Brasil como fonte de recursos. Em dado momento, até seria o Estado que faria a licitação. Uma vaga alegação de “crise” teria sido a motivação do fim da parceria, a União não teria como repassar mais recursos para o Estado.
Atraso – Seja como for, o atraso não tem nada a ver com o financiamento. Somente no mês passado a Prefeitura de Joinville lançou os editais para contratar empresas para a elaboração do projeto executivo e do relatório de impacto ambiental. As concorrências estão em andamento. Quanto à licitação das obras, dependerá da liberação de financiamento.
Mais para a Santos Dumont – Ainda em obras de infraestrutura, a proposta orçamentária do governo do Estado para 2016 reforça a previsão da Santos Dumont. Para o orçamento atual, foram reservados R$ 8,2 milhões. Para o ano que vem, são R$ 28,8 milhões. Há interesse de entrega até outubro, embora o contrato tenha sido prorrogado até 2017. (Fonte: Diário Catarinense)
Cientistas articulam análises autônomas sobre o desastre de Mariana
Cientistas brasileiros estão se organizando, voluntariamente, para fazer uma avaliação independente do impacto ambiental causado pelo rompimento das barragens de Mariana, em Minas Gerais. Muitos deles se deslocaram para os locais atingidos e estão coletando dados e amostras para análises. Uma iniciativa de crowdfunding foi lançada para financiar os estudos e a elaboração de relatórios.
“Considerando que este é um dos maiores desastres ambientais sofridos pelo Brasil, envolvendo rios e as populações à sua volta, abrangendo vários municípios, que as posturas das instituições públicas são vagas e o poder econômico dos envolvidos, é de extrema importância que exista um relatório independente e isento”, diz a proposta de crowdfunding na internet, que visa a arrecadar R$ 50 mil. “O relatório final será de domínio público, constituindo-se em ferramenta para que o desastre não fique impune”, acrescenta a mensagem.
A iniciativa partiu do biólogo Dante Pavan, especialista em répteis e anfíbios, formado pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), e é coordenada por Viviane Schuch, microbióloga e pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Segundo o biólogo Alexandre Martensen, muitos profissionais já estão em campo com recursos próprios.
— Por meio do Facebook, houve a organização das equipes, de forma a se otimizar as coletas de amostras de água e sedimentos. Algumas coletas foram realizadas antes da chegada da lama, e outras estão sendo feitas agora, após a chegada”, disse Martensen.
— Nosso objetivo é conseguir parcerias com laboratórios para que sejam feitas análises de metais pesados, poluentes e de metagenômica. Muitos laboratórios de dentro e de fora do Brasil já demonstraram interesse, até porque existe um claro apelo científico — disse Martensen, que participa da iniciativa online, da Universidade de Toronto, onde faz seu doutorado.
Destruição generalizada – Os relatos daqueles que estão no campo são de um cenário de destruição generalizada, que deixará impactos de longo prazo no Rio Doce. Muitos rios por onde a onda de lama passou foram totalmente soterrados ou severamente assoreados, comprometendo todo o ecossistema, e os impactos deverão chegar ao ambiente marinho. (Fonte: Diário Catarinense)
Maré de perdas no Porto de Itajaí impacta empregos e arrecadação
O vaivém de navios que fez de Itajaí a primeira economia do Estado enfrenta a sombra de uma crise. Amarrado por alterações na legislação que regulamenta os portos, assolado por intempéries e pela perda de linhas, o Porto de Itajaí enfrenta um inferno astral sem precedentes, que ameaça interromper um ciclo de prosperidade que durou mais de 20 anos, desde a municipalização. Nesse período, o terminal cresceu mais de 1500%.
Nos últimos dois meses, a estrutura perdeu metade da movimentação para outros portos e enfrentou mais de 30 dias de fechamento e restrições à movimentação de navios devido à forte correnteza. O primeiro impacto foi nos cofres públicos: em outubro, primeiro mês após a perda de 50% das linhas, a arrecadação do imposto sobre serviços (ISS) da atividade portuária caiu de uma média de R$ 400 mil mensais para R$ 200 mil em Itajaí.
O período de porto fechado agravou o prejuízo, e a estimativa da Secretaria da Fazenda é que, somente durante os dias de restrição, tenha deixado de recolher R$ 320 mil em ISS.
Foram os empregados, por
eacute;m, os que mais sentiram a perda. Em Itajaí, assim como nos demais portos públicos do país, o serviço é responsabilidade de trabalhadores portuários avulsos (TPAs), que recebem de acordo com a produção. E se as cargas reduzem, diminuem também os ganhos. De agosto para setembro, os TPAs viram os salários despencarem 50%. Em outubro, com o fechamento do porto devido à forte correnteza, o percentual de redução chegou a 65%.
Não à toa, o Órgão Gestor de Mão-de-Obra (Ogmo) registrou nos últimos 60 dias um recorde de afastamentos: 70 solicitações de licença por interesse particular, o que corresponde a 22% dos 308 trabalhadores ativos. Transportadores, prestadores de serviço e até o comércio são impactados pela redução de poder econômico dos portuários. Um ciclo de prejuízos.
Prosperidade – Enquanto Itajaí enfrenta a crise, na outra margem do Itajaí-açu a Portonave, em Navegantes, vive seu momento de prosperidade. O terminal privado é o maior movimentador de contêineres do Estado (deve terminar o ano com a marca de movimentação de 700 mil TEUs — unidade de medida para volume) e abocanhou a maior parte das linhas que migraram de Itajaí em setembro. Uma questão de mercado, como frisou na época o diretor-superintendente do terminal, Osmari de Castilho Ribas.
Com um modelo de negócios menos burocrático, possibilitado pelo novo marco regulatório — a Lei dos Portos de 2012 —, Navegantes só fez crescer. A legislação retirou dos terminais privados a obrigatoriedade de movimentar carga própria para garantir a operação e abriu espaço para aumentar a concorrência. Mas não gerou vantagens na mesma proporção aos portos públicos.
Navegantes acaba de dobrar a capacidade retroportuária e já recebeu da Fatma autorização para preparar um novo terreno para uma futura expansão.
Centralização emperra investimentos – Parlamentares membros da Comissão de Viação e Transporte da Câmara dos Deputados — entre eles o catarinense Edinho Bez (PMDB) —, que visitaram os terminais portuários catarinenses em setembro, deixaram Itajaí com o discurso alinhado: a centralização das decisões sobre os portos públicos em Brasília está travando investimentos e o crescimento do setor. Assim, as consequências que começam a ser percebidas em Itajaí deverão, em breve, ser sentidas tem outros portos.
O Porto de Itajaí tem situação peculiar. Tamanho reduzido, concorrência frente a frente e sensibilidade às intempéries fazem com que os problemas apareçam com mais rapidez do que em outros terminais. E o marco regulatório de 2012 tem sido um adversário difícil.
A exigência de concessões somente através da Secretaria Especial de Portos atingiu diretamente os planos de arrendamento dos berços de atracação 3 e 4, ambos em obras de reforço e alinhamento, pagas pelo governo federal. Com a mudança na legislação os cais entraram na fila de processos e estão no quarto lote a passar por arrendamento — só o primeiro entrou em tramitação até agora, após mais de dois anos de espera.
Os berços são de interesse da APM Terminals, arrendatária do restante do porto, que pleiteia em Brasília o adensamento da área de atuação e a extensão do contrato de exploração. A empresa, que em 2007 adquiriu todas as ações da Teconvi, então arrendatária, assumiu um contrato que lhe permite mais sete anos de operação. Hoje tenta sensibilizar o governo federal para adequar o contrato à nova Lei dos Portos (que permite 25 anos de exploração, prorrogáveis por mais 25). Em troca, promete um investimento de R$ 160 milhões em Itajaí.
O processo já tramita em Brasília há quatro anos e, embora outras operadoras no país tenham conseguido benefício similar recentemente, ainda não tem data para uma decisão.
Obra de emergência – A dragagem do canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes, autorizada pela Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP) e com previsão de início até o fim do mês, é a solução emergencial para um problema histórico do complexo do Itajaí-Açu: a geografia. A mesma correnteza que movimenta a economia é a responsável, de tempos em tempos, por paralisar uma cadeia logística milionária e provocar prejuízos em série. Desta vez, estimados em R$ 60 milhões.
— O sedimento chega sempre. O que acontece é que está chegando cada vez mais — diz o oceanógrafo João Luiz Baptista de Carvalho, professor da Univali.
O processo, que é natural, tem sido intensificado pelo desmatamento nas margens ao longo do Vale do Itajaí e por atividades como a retirada de areia sem o devido cuidados. A exploração provoca deslizamentos nas margens e todo esse material é levado até a foz, que sofre assoreamento.
O porto mantinha dragagem permanente, mas, devido à queda na arrecadação, abriu mão do serviço por dois meses. A dragagem de manutenção foi retomada no início de novembro, mas o equipamento não tem capacidade para retirar a quantidade de sedimentos necessária para retomar o calado de 14 metros: 3,8 milhões de metros cúbicos que estão depositados no fundo do canal de acesso aos portos.
Evitar que problemas como esse se repitam passa pela observação do comportamento do escoamento do Itajaí-Açu. A superintendência do Porto de Itajaí defende, junto à Defesa Civil estadual, que a velocidade de vazão seja considerada nos projetos de prevenção contra cheias. A abertura simultânea de comportas em barragens, por exemplo, pode provocar o que especialistas chamam de ” onda de cheia” devastadora na foz.
Risco de desmunicipalização – Em meio à crise, o Porto de Itajaí enfrenta ainda o risco de ser devolvido à União. A revisão da municipalização foi sugerida pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) com base em dois processos que envolvem transferência de recursos entre porto e município.
Os problemas foram identificados no pagamento de indenizações das áreas da antiga prefeitura e da sede da Delegacia da Capitania dos Portos, em 2004, e na desapropriação de uma empresa de pescados que deu lugar para o que hoje é a Vila da Regata, em 2008 — ambas as áreas que foram incorporadas pelo porto.
As ações ocorreram, respectivamente, nos governos Jandir Bellini (PP) e Volnei Morastoni (então PT, hoje PMDB). No julgamento, a Antaq entendeu que as irregularidades justificam a revisão da outorga do porto. O documento da agência foi enviado à Secretaria Especial de Portos (SEP) no início do ano.
A assessoria jurídica do Porto de Itajaí acompanha o processo em Brasília, mas não há previsão para que a SEP se manifeste sobre o caso. (Fonte: O Sol Diário)
Carolina Bahia: Ameaçando para sobreviver
Para salvar o mandato, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) joga com prazos, ensaia com aliados pedidos de vista e distribui ameaças. Confia que pode matar na casca ou postergar por anos seu processo por quebra de decoro. Se o presidente da Câmara corre riscos, sua tropa leva outros deputados ao Conselho de Ética. Paulinho da Força (PSD-SP) fez a representação que abriu o processo contra Chico Alencar (PSOL-RJ). Roberto Freire (PPS-SP) e Alberto Fraga (DEM-DF) têm a conduta contestada porque teriam agredido Jandira Feghali (PCdoB-RJ) em plenário. O caso foi protocolado em maio na Mesa da Câmara, controlada por Cunha, e deixou a gaveta junto com o processo do peemedebista. Como dispõe de oito dos 21 votos do conselho e mantém influência sobre 120 parlamentares, o presidente ameaça para sobreviver. Cunha força um acordão a fim de preservar todos os mandatos.
Terrenos – Uma das medidas provisórias que trancam a pauta da Câmara trata dos terrenos de marinha, assunto de interesse no Estado. A proposta autoriza a União a vender imóveis de sua propriedade em áreas urbanas de municípios com mais de 100 mil habitantes. O texto ainda permite que os atuais moradores comprem os terrenos com 25% de desconto sobre o valor de mercado.
Arremete – O Tribunal de Contas da União (TCU) tem restrições ao uso do RDC Integrado nas obras dos 270 aeroportos regionais. A pendenga pode atrasar ainda mais o programa federal. O total de terminais corre o risco de sofrer cortes. Técnicos do TCU questionam aeroportos em cidades muito próximas, como Lages e Correia Pinto.
Fumaça – Os deputados agora podem usar a verba indenizatória para custear suas participações em cursos, palestras, seminários, simpósios e congressos. A mudança recente atendeu um antigo desejo da classe. É com despesas assim que vereadores são flagrados em cursos fantasmas.
Teto – O governo quer poupar R$ 800 milhões com a regulamentação do teto constitucional (R$ 33,7 mil). Espera podar o que ajuda a romper o teto, como auxílio-moradia sem necessidade de prestação de contas. Se o servidor extrapolar o limite, paciência. Sindicatos estão em polvorosa e articulam mudanças no texto. O Planalto corre o risco de ver a economia sumir. (Fonte: Diário Catarinense – Carolina Bahia)
Jefferson Saavedra: Aeroporto de Joinville deve ultrapassar marca de 500 mil passageiros neste ano
A marca de 430 mil passageiros movimentados no ano até o fim do mês passado deixou o Aeroporto de Joinville mais perto de bater recorde de embarque e desembarque e, pela primeira vez, passar de meio milhão de pessoas transportadas em um só ano. A capacidade do terminal é para 800 mil passageiros/ano.
Fretamento – O Sindicato das Empresas de Transporte de SC não conseguiu derrubar a decisão do Tribunal de Justiça de considerar ilegais dispositivos da lei de Joinville de 2006 sobre o fretamento – caiu a limitação de concessão para transporte escolar, por exemplo. O recurso foi negado pelo próprio TJ. É possível recorrer ao STJ.
Não será fácil – Como a decisão da Justiça Federal que suspendeu a lei de Joinville de proibição da passagem de trens em horário de pico cita que o TRF considerou inconstitucionais outra leis municipais sobre transporte, não será fácil derrubar a nova decisão. Por ora, os trens estão liberados para trafegar em qualquer horário em Joinville.
Homenagem – Depois de aprovar o nome de Luiz Henrique para o trecho da BR-116 em SC, a comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados deu aval para projeto que dá a mesma denominação para a BR-280. Faltam as análises de mais duas comissões. (Fonte: A Notícia)
SC e impactos dos atentados na França
Em clima de guerra contra o terror, os líderes do G20 – as 20 maiores economias do mundo – incluindo a presidente Dilma Rousseff, aproveitam reunião na Turquia para discutir ações que possam conter o Estado Islâmico que abalou o Ocidente com novos atentados em Paris. Essa situação de insegurança no primeiro mundo reduz o nível de atividade econômica e eleva gastos militares. Mas o Brasil e Santa Catarina, além desse efeito negativo no mercado, podem ser impactados de outra forma, com mais turistas e imigrantes. Diante da insegurança que o terrorismo gera na Europa e Estados Unidos, mais brasileiros podem trocar viagem de férias ao exterior por nacional e escolher Santa Catarina para descansar no verão. Além disso, estrangeiros também podem pensar o mesmo considerando que dificilmente o Brasil e outros países da América Latina sofrem ataques terroristas.
Outro impacto forte pode ocorrer na imigração. Os países europeus já estavam fechando suas fronteiras para os imigrantes sírios e de outras nacionalidades e, agora, com esses ataques, a maioria fechará totalmente. Assim, os que estão fugindo da guerra poderão fazer um esforço maior e vir para o Brasil e para outras nações aqui da América Latina. Santa Catarina já conta com algumas dezenas de sírios que atuam principalmente no segmento de gastronomia. Por ser um país constituído principalmente por imigrantes, o Brasil não tem muitas restrições a estrangeiros. Além disso, a maioria que migra tem alta formação o que, no médio prazo, colabora para o desenvolvimento econômico. Mas áreas de segurança precisam atenção para evitar a vinda de terroristas.
Crise afeta resultados da Celesc – Em função da recessão que derrubou quase todos os números da economia, os resultados da Celesc, Companhia Catarinense que atua com energia e gás natural, também foram muito atingidos. A instituição fechou o terceiro trimestre do ano com prejuízo de R$ 57,241 milhões enquanto no mesmo período do ano passado obteve lucro de R$ 37,546 milhões. A queda no consumo de energia elétrica nesse período considerando o mercado cativo mais o livre (adotado por empresas) chegou a 3,7% na energia distribuída frente ao mesmo período do ano passado. Apesar desse resultado negativo, a empresa fechou o período de janeiro a setembro no azul, com lucro líquido de R$ 29,060 milhões, quase igual ao dos mesmos meses do ano passado, quando alcançou R$ 29,354 milhões. (Fonte: Diário Catarinense – Estela Benetti)
Norte do Estado tem maior custo de logística e infraestrutura, aponta Fiesc
A região Norte de Santa Catarina é a que tem os mais elevados custos com falta de logística e de infraestrutura. É o que revela estudo realizado pela Fiesc. A segunda é a Grande Florianópolis, pela falta de mobilidade. Perde-se mais tempo na entrada da Ilha do que viajar de outras cidades litorâneas ou do interior para a Capital. No Brasil, a logística representa 11,19% do produto. Em Santa Catariana &eacu
e; de 14%.
Atentado à liberdade de todos – Os atentados terroristas praticados pelo Estado Islâmico em Paris não representam atos de barbárie apenas contra o povo francês e contra os estrangeiros vitimados pela bestialidade humana. Eles têm alcance planetário e ferem mortalmente todos os cidadãos que defendem conquistas seculares da humanidade, como as liberdades individuais e os direitos humanos.
A inédita dimensão desta tragédia produziu, por isto mesmo, uma imediata e forte reação de todos os países democráticos, com iniciativas emocionantes de solidariedade aos franceses e às vítimas da selvageria.
O 13 de novembro de 2015 passa a representar um marco na história, como o 11 de setembro de 2001 iniciou uma nova era. O banditismo de um novo tipo de terrorismo, muito mais cruel, violento e impiedoso, está a exigir reação também mais inteligente, profissional e eficaz do mundo livre. Os reflexos imediatos atingirão o turismo mundial, setor que tem sido nos últimos anos fundamental para a economia de dezenas de países, a começar pela França, a nação que recebe o maior número de turistas no mundo. A impossibilidade de ações de prevenção torna a humanidade inteira alvo da brutalidade dos terroristas do Estado Islâmico. Todo mundo está com medo. Porque ninguém sabe como se proteger com segurança destes fanáticos transformados em bestas humanas. (Fonte: Diário Catarinense – Moacir Pereira)
A conta não fecha e os buracos só aumentam
O governo do Estado tem pelo menos mil quilômetros de rodovias em obras de pavimentação (como a da Serra do Corvo Branco), restauração (como os trechos deChapecó a São Lourenço do Oeste e de Videira a Luzerna) e duplicação (como deItajaí a Brusque e SC-403). Todas fazem parte do Pacto por Santa Catarina, financiadas pelo BID, BNDES e Banco do Brasil. A maioria foi iniciada no primeiro governo de Raimundo Colombo.
Por outro lado, milhares de quilômetros de estradas estaduais que estão fora desse pacote se encontram em estado calamitoso. Desde 2013, quando o governo federal extinguiu a cobrança da Cide, contribuição sobre o preço da gasolina, a Secretaria de Infraestrutura ficou sem orçamento para manutenção. Com o imposto, chegou a arrecadar R$ 60 milhões em um ano, dinheiro carimbado na íntegra para rodovias. Hoje, cada centavo só é liberado com autorização do comitê gestor. Sem dinheiro acabaram-se as operações tapa-buracos, roçadas, limpezas de canaletas e manutenção de rotina.
Além disso, o excesso de chuvas em todo o Estado só fez aumentar o número de buracos, deixando algumas rodovias (em todas as regiões) praticamente intransitáveis.
Ou seja, as obras do Pacto por SC e que são de maior vulto têm dinheiro garantido. O ritmo varia de acordo com a liberação dos recursos, mas estão em andamento. O restante, que depende de recursos do governo estadual, está ao deus-dará e a manutenção só ocorre com a boa vontade da Fazenda. No final de julho, o governo catarinense anunciou a liberação de R$ 10 milhões para as SDRs fazerem a manutenção, uma migalha diante da urgência da situação. De lá pra cá, as regionais iniciaram o processo de licitação e contratação de empresas e só agora são feitas operações de tapa-buracos em algumas regiões, como na rodovia entre Caçador ePorto União (foto), no Meio-Oeste. Na prática, o governo precisa urgentemente montar um programa de manutenção das rodovias estaduais, sob pena de chegar a um momento em que elas simplesmente não terão mais conserto e o prejuízo será gigante.
Luz no fim da ponte – Catarinenses Luiz Balthazar, leitor da coluna lá em Lisboa onde reside há 14 anos, escreve para comentar sobre a ponte pênsil com seis pistas que opera lindamente na capital portuguesa. Um cartão-postal idêntico à Hercílio Luz, lembra. E a empresa responsável pela manutenção da 25 de Abril é a mesma que está operando em Florianópolis. Logo, diz o arquiteto, há esperança na recuperação.